Soneto da Saudade

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AMAR (soneto)

E agora! Eu quero ter paixão
E assim, poder ter um amor
Viver de amar num coração
Paixão de amor, aonde eu for

E neste encanto, ter emoção
Num doce viver, e ao dispor
Um romance de flor, de razão
Suspiros, com ar arrebatador

Então, beber de magos lábios
O afeto citado nos alfarrábios
D'Alma, que faz a gente sonhar

Para na sensatez dos sábios
Mostrar e sem ter ressábios
Que bom, é ter e poder amar!

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DA CEGA LEALDADE

Votarei naquele que rouba, mas faz
Pensando agir em prol da comunidade;
Em gratidão às obras feitas na cidade
Mesmo que de forma tão ineficaz.

Confirmarei nas urnas que me contento
Com os serviços que me são oferecidos;
Mais vale os poucos benefícios recebidos
Do que as muitas promessas ao vento.

Sei que meu eleito é macaco velho
Sabe drilhar a justiça, saindo impune;
E seu estilo me reflete como espelho

Junte-se a mim, siga meu conselho
O tem obras não há quem importune
Mesmo que deixe contas no vermelho.

Inserida por drwesleyferreira

SONETO DE SENTIDO

Andei sem direção, sem um caminho
Por muito tempo andei na contramão
Olhava os fatos, mas não via a razão
Até que mudei da água para o vinho.

Por muito tempo estive só, perdido
Não sabia o que, na vida, eu iria ser
Mas hoje eu sei: Ser tudo pra você
Pois no amor encontrei, enfim, o sentido.

O tempo que perdi não vai voltar
Foi se, ao sopro do vento, ver o mar
Na verdade, não sei se foi perder

Creio que é, a evolução, contrapartida
Mas tudo isso passou e volto a dizer
Que só o amor é o sentido desta vida.

Inserida por jeancarlobarusso

SONETO DE SIGNIFICAÇÃO

Amor é apogeu do intangível
É maior que a Terra, é constelação
É o infinito no coração
Inalcançável pelo insensível

É livre de qualquer tradução
Que tenha um nome é compreensível
Mas o sentimento é indizível
O que está no dicionário é enganação

Essa busca pela significação
É coisa de poeta e escritor
Embora saibam que não se define o amor

O escritor perde a coesão,
A noção de sujeito e predicado
O poeta, a métrica e a rima.

Inserida por jeancarlobarusso

SONETO CINZA

Então, matizei de cinza os meus passos
na secura do cerrado, todo empoeirado
me enroupei de gesto insano e calado
para dar cor aos sonhos tão escassos

No céu cinza, ressecado, me vi sentado
a rua silenciosa era só rotina e cansaços
num claustro cinza, tão cheios de traços
e todos irregulares, opaco e acinzentado

Tentei colorir a saudade, já sem espaços
aí, então em mim, o cinza ficou afogado
como se pudesse, eu haver mais regaços

Sumido neste cinza, estava o meu brado
e vi que nascia em mim, vários pedaços
do tempo, que carecia ser, então, colado

Luciano Spagnol

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO PRA OUTUBRO

Outubro, o mês da vida renovada
da casta, pura e bela primavera
tempo que fala poesia, nova era
com a vitalidade toda iluminada

É o mês dos corações na esfera
da nova celebração, nova estrada
do vento aflando cálida madrugada
de mãos dadas com terna quimera

Outubro das flores, natureza florada
em que o dia e a louvação se esmera
festejando a vida com hora marcada

E na dança da superfície da biosfera
o cerrado enroupa de frugal camada
de cor, odor, enodoando a atmosfera

Luciano Spagnol
01, outubro de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Hino à Tarde (soneto)

Do sol do cerrado, o esplendor em chamas
Na primavera florada, entardecendo o dia
Fecha-se em luz, abre-se em noite bravia
Inclinando no chão o fogo que derramas

Tal a um poema que no horizonte preludia
Compõe o enrubescer em que te recamas
Rematando o céu em douradas auriflamas
Tremulando, num despedir-se em idolatria

Ó tarde de silêncio, ó tarde no entardecer
De segreda, as estrelas primeiras a nascer
Anunciam o mistério da noite aveludada

Trazes ao olhar, a quimera do seu entono
Cedendo à vastidão e à lua o seu trono
Sob o véu de volúpia da escuridão celada

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

Não é um Soneto porque é Maior

Tem gente que pensa que o amor é tudo
O amor não é tudo, o amor é quase nada
Porque no tudo também tem o que oprime
O que define, é ruim, e faz mal

Tudo é uma generalização
E toda generalização é burra
Mas, nem toda, afinal isso seria burrice
Porque no amor o tudo é sempre pleno

O amor é sempre eterno e nunca falha
O amor sempre transborda
Mas amor nunca é demais

O amor é quase nada, é assim que deve ser
O amor é um sopro frio no inferno
Só uma rima num montão de versos

Inserida por AlanCisne

CHUVA (soneto)

Chove lá fora. O meu peito também chora
São suspiros de velhos e eternos pesares
Da alma que desapegando quer ir embora
Uma tristura que diviso, repleta de azares

Chove... Que agonia se percebe de outrora
Ah! Quem falou pro agrado voar pelos ares
Em preces de ira, com o chicote e a espora
Deixando as venturas laçadas pelos alares...

Chove lá fora. Minh’alma também aflora
E eu sinto o que o cerrado também sente
O pingo quente, e abafada a aflição afora

E esta tal melancolia que no temporal uiva
Tão impiedoso e ruidosa, que vorazmente
Tem a sensação: - choro! E chove chuva!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO CHOROSO

Choroso soneto, meu, tão chorado
Sem leveza, sem arte, sem ternura
Traçados pela sorte em desventura
Em vagidos manhosos desentoado

É tristura na trova, e desesperado
O estro. No papel cheio de ranhura
Sem condição de uma doce leitura
Afrontando o coração desgraçado

E nesta tal tirania de infeliz criatura
Ditosos algozes. No peito abafado
Surgindo da sepultura da amargura

Ó sátira mordaz, de sentido perverso
Deixe o teu jugo imóvel e silenciado
Guie só fausta melodia ao meu verso

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, outubro
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

O prazer que deseja com a serpente
ate no paraíso está o pecado de amar,
verdadeiramente o soneto é o amar.
sobre a alucinações da luxuria,
tua alma se perdeu para sempre em assassinato,
o sangue da tua alma cobre meu corpo
para sempre vou te amar...

Inserida por celsonadilo

SONETO SOBRE SER

Demétrio Sena, Magé – RJ.

É perfeito que haja imperfeição,
quando nada interfere lá no fundo;
no caráter, no próprio coração
que parece faltar dentro do mundo...

Será pleno quem saiba ser metade,
pra que venha caber outra versão,
se tiver de aceitar uma verdade
onde o pé sentirá faltar o chão...

Ilusão é ser cheio de certezas;
é tanger e dar nó nas correntezas
por sobrar egoísmo tempo afora...

Solidão é ter todos em poder
da soberba; do medo de perder;
de querer ser eterno aqui/agora...

Inserida por demetriosena

SONETO DA CHEGADA

Quando um dia tu voltares,
E me ver chorando de tanto esperar,
Sentirás, se tu notares,
Que não deixei de te amar.

Qual o carinho que de ti terei
Se ainda tens algum pra dar?
Não vê o quanto por ti chorei,
Durante anos a lamentar?

Não faça nada que não te agrade,
Nem queira saber dessa saudade,
Que todo dia me invade, procurando os beijos teus!

Quero apenas que atentamente tu me olhes,
Se é que ainda te ressentes e te comoves,
E veja o estrago causado pelo teu adeus!

Rodivaldo Brito 01.11.2018

SONETO EM MARCHA

O tempo lá se vai, em debandada
Por um tropel veloz e, tão diverso
Os segundos no minuto submerso
E a hora em tanta década passada

E no que parece um conto de fada
O destino, tão acirrado e perverso
Com o seu bronco verso e reverso
Avança... com a inexorável jornada

Sobra a saudade, de um momento
Aquele que é o hercúleo ao poeta
A quimera, lembrança, o contento

Mas dentre tantas, varia é a meta
No amor, e o amor um juramento
Versando vida, e o saber profeta...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Novembro, 03, de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

soneto: a pureza de um desejo

Sim, encontrei, embora com tanta, tamanha solidão
Encontrei aquela que me diz o sim ao invés do não
Um paraíso, quem diria, na solidão
Mas estava escrito e eu vi, um paraíso comigo e contigo

Um paraíso que não pára de solidão
Estava escrito eu ser tua metade e tu minha
A minha doce e bela metade

Sem procurar eu encontrei, alguém que o nome nem sei
Mas deve ser, um anjo esculpido do que há dentro de mim
Só bastou um olhar para o nosso amor se casar, eternamente
Está escrito na rocha que Um Alguém fez de caderno

Tocar em suas mãos, é mais que tudo de um alguém qualquer
E que eu não almejo
É por você o puro do meu desejo

(edson cerqueira felix)

Inserida por poemas_arquivados

soneto: corpos diferentes, o mesmo espírito

Alguém me disse não ser possível a padmini negra
A flor de lótus escura ou preta
Me refiro à excelência feminina ou a excelência em mulher
A perfeição da beleza por dentro e fora da mulher

Uma santa com pele indiana veio pra mim
E ela trouxe pra mim essência e incenso de jasmim
Me remetendo com o aroma aos campos e jardins

Embora casta não me negou o seu beijo
E não censurou a qualidade do meu desejo
É a flor perfeita dando o perfume do fim ao começo
Me dá tudo o que o nobre diz: eu desconheço

Não temos pressa quando estamos juntos
Embora eu tenha pressa de estar junto com ela
Um beijo eterno é o que lhe dou e o que vem dela

(edson cerqueira felix)

Inserida por poemas_arquivados

soneto: Cozar e Diana

E se o que você tem pra me dar, é tudo isso, um beijo
Então não tenha pressa
Me dá o beijo e faz com ele o carinho e sua conversa
Vem Diana, me livra dessa

Numa noite tão grande se fez pequena
Com a, essa história de me beijar
Eu conheço a tua conduta (de que gostas de ser... indefeituosa)

E eu também fui feito assim, sem defeito
E os caminhos se mostraram vazios com tanta gente que não faz uma
Com tanta gente, que não soma e nem uma
Com um diamante nos olhos iguais aos dos seus

Oh Deus (!), eu te peço muito obrigado, pelo beijo Dela
Me dais hoje, e mais hoje, e hoje mais um pouco
Da sua glória me beijar no beijo Dela

(edson cerqueira felix)

Inserida por poemas_arquivados

SONETO DO APELO PELA AMADA

Ah, minha querida borboleta azul margarida...
Sabes o quanto a amo, magia dos meus sonhos?
De que me valem meus dias, agora sem vida?
Fazendo-te ausente, faze-me árido. Tristonho.

Se não voltares à revoar aos meus jardins de luz
Secarei sob um sol causticante de saudades e dor
És minha bela e fresca formosura de flor de alcaçuz
Resgata-me querida, deste céu de solidão sem cor!

Nunca encontrarás um amante mais devoto e fiel
Por ti buscarei estrelas nas galaxias mais abismais
Volta amor dos meus dias, sejamos tal como antes.

Quando sugávamos da boca um do outro o puro mel
Uma canção perfeita, nossos risos, nunca viram iguais!
Volta querida. Só tu me fazes feliz num instante. !

Inserida por elisasallesflor

soneto: divina e divino amor

Meu amor quanto tempo levei para com você estar?
Então jamais tente de mim ocultar
A velocidade da luz dos nossos olhos
Para que com eles não faça regar o lençol que molho

Um Deus triste a chorar sozinho sobre o mar
Vem e não pense duas vezes, vem pra ficar
E nem ponha à prova o meu amor ilibado

Firme na rocha de modo que não possa ser derrubado
E jamais o alicerce de tudo deve ser abalado
Brota energia de mais sem que se seja necessário ser reciclado
O meu coração é um sol bem guardado

Como um rolo com sete selos fechados
Onde se necessite de dignidade para consultá-lo
Um rolo com sete selos de Deus fechado

(edson cerqueira felix)

Inserida por poemas_arquivados

soneto: juntos apesar da distância

Sem querer meus olhos encontraram os seus
E os seus aos meus
O amor realmente só pode ser coisa de Deus
Que fazem dos seus caminhos os meus e dos meus os seus

Chamam a outra metade de cara metade
Eu chamaria de santas metades
Encontrei em você fora do coração tudo o que eu tenho dentro

Imediatamente te conduzia pra dentro a favor do vento
O teu espírito e o meu são um alento
Me faz saciado e não sedento
Sedento mas de amor e da ternura que me viciou

Embora filhos de Deus
O amor nos alimenta e nos acalenta quais filhos seus
Te levarei mesmo ausente, isso não é difícil pra gente

(edson cerqueira felix)

Inserida por poemas_arquivados