Soneto da Espera
SONETO DO PERDÃO
O teu não, vergasta a minha fé
Dá-me o perdão como veredito
És a quimera de que necessito
Refreai-me da cilada do mundé
Do coração, o dito não é escrito
O teu fascínio embarga-me até
Eu sou só pra ti e ti pra mim, é
Vou além. Tu me levas ao infinito
E nesta de alma perdida, sofrida
Rasga-me o peito a tua partida
Se, só queria alegria e não dor
Então, aqui na sobra repartida
Lágrimas da saudade escorrida
Murcham com mágoas, o amor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Abril de 2017 - cerrado goiano
Soneto amor além da vida
Meu coração, por certo, palpita
Ao te ver tão graciosa e gentil.
Que nenhuma outra mulher, acredita,
Pode rivalizar com o teu perfil.
Tu és o sol que ilumina o meu caminho
E a brisa suave que refresca a minha alma,
Meu amor, minha musa, meu carinho,
Me faz sentir completo e em paz, em calma.
E quando a noite chega, meu amor,
E o céu se enche de estrelas e luar,
Nós dois juntos, sob a luz do amor,
Nos entregamos numa paixão sem par.
Te amarei além da vida, além da morte
Pois és meu sol, minha estrela, minha sorte
Hino à Tarde (soneto)
Do sol do cerrado, o esplendor em chamas
Na primavera florada, entardecendo o dia
Fecha-se em luz, abre-se em noite bravia
Inclinando no chão o fogo que derramas
Tal a um poema que no horizonte preludia
Compõe o enrubescer em que te recamas
Rematando o céu em douradas auriflamas
Tremulando, num despedir-se em idolatria
Ó tarde de silêncio, ó tarde no entardecer
De segreda, as estrelas primeiras a nascer
Anunciam o mistério da noite aveludada
Trazes ao olhar, a quimera do seu entono
Cedendo à vastidão e à lua o seu trono
Sob o véu de volúpia da escuridão celada
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
SONETO EM PROSA DE AMOR
Relato com zelo, o soneto que faço
Numa prosa de amor, que encanta
Pois, colhe-se poética quem planta
Afeto, apreço e sentimental passo
Então, nele tem o apaixonado laço
Para descativar do nó da garganta
Que, assim, é uma alegria e tanta
Ter na melodia o doce compasso
A paixão a sussurrar e aprazendo
Em sentimentos que vão dizendo
Na poesia que a sedução conduz
Ah soneto, o poema para ser feito
De amor, amor tem que ser eleito
Em mimo que nos nomeia e seduz
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
07 fevereiro, 2022, 11’10” – Araguari, MG
SONETO DA JUVENTUDE
O jovem conta os dias sem parar
Viver nessa fase é espetacular
Deixa-se a barba para impressionar
Não liga se ela tem que barbear.
O Lucky para o dia demora achar
Mas quando acha é para brilhar
A maquiagem é certa para se mostrar
Durante o trajeto ou em qualquer lugar.
Saem na balada para agitar
Faz da noite o dia para animar
Do dia à noite para o sono recuperar.
Juventude para ele ou ela é só festejar
Hoje, no amanhã nem pensar.
Assim o jovem deixa a vida se levar.
SONETO ESTRELAS, EU E VOCÊ
Em noites de outono
Estrelas parecem falar
Estou próxima não consegue tocar
Mas aqui estou pode apreciar.
Tenho outras companheiras
Juntas conseguiram brilhar
Para aumentar o brilho do seu olhar
Na majestosa noite de luar.
Com caricias podemos começar
E de sonhos podemos sonhar
Como as estrelas suspensas no ar.
No brilho prateado nas águas do mar
Dos sonhos vamos nos proporcionar
Uma vida a dois para os sonhos realizar.
SONETO PAI PARA SEMPRE
Da semente o nascimento do filho
Aí, a figura do pai.
Ser importante para a vida
É fortaleza da família.
A distância física coroe
A Espiritual solidifica
As lembranças iluminam
Nos clarões de cada dia.
Dos seus passos fortes no assoalho
À mesa um lugar especial
O relembrar emudece.
Pai não morre apenas se afasta
De herói se torna lenda
Da vida terrena para eternidade.
SONETO CIDADE QUE MORO
Moro em uma cidade
Com represa imponente
Gera energia para muita gente
E canais de águas que escoam livremente.
Águas que caem abundantemente
Formando as Cataratas sem precedente
Na mata atlântica com suas vertentes
Onde a umidade é permanente.
Cidade bela e atraente
No ramo hoteleiro profissional experiente
Na culinária, tempero a gosto do cliente.
Esta é foz do Iguaçu do presente
Fica na tríplice fronteira felizmente
Lugar de gente bonita e atraente.
SONETO A MINHA MÃE
(in memória)
Mae do seu ventre nasci
A luz do mundo conheci
Dos seus seios o alimento da vida
Nos braços a segurança perfeita.
Seu colo me acomodou
Suas mãos me acariciaram
Seu sorriso era só alegria
Sua voz uma sinfonia.
Hoje apenas lembranças revividas
Sofro pela sua falta, mas
Gratidão pelo que foste em vida.
Amor, ternura e paz.
Retrato de uma passagem
De um amor sem fim.
SONETO A VOCÊ MÃE
Mãe, um ser especial e de coragem
Consegue ser carinhosa e dengosa
Mesmo nos momentos tribulados
Que na vida se depara.
Mãe, a fortaleza do lar
Chora e sorri em silêncio
Guerreira nos momentos difíceis
Deten a sabedoria para a proteção.
Mãe, você é luz para a vida
Sua existência um presente de Deus
Um ser infinito.
Mãe, amor incondicional
Geradora, zelosa, afetuosa...
Mãe! Simplesmente mãe!
SONETO AMANHECER NO MAR
Começa o dia clarear
Distante os morros começam fracionar
Os raios de sol para o mar dourar
O pescador chegando para o barco atracar.
A praia a espera das ondas do mar
Únicas fazem as espuma dançar
Em seu contorno pessoas a caminhar
Na companhia de gaivotas no ar.
Muitos começam de o espaço desfrutar
Vivendo momento muito particular
Sob o som das águas que lhe é peculiar.
A noite está por chegar
Mar e praia ficam a se encontrar
Para seus movimentos continuar.
SONETO AO ANDARILHO
Senhor dos becos e ruas
Das estradas por aí a fora
Sem teto para dormir
Às vezes um pedaço de pão.
Caminhando sem preocupação
De passo em passo sem direção
Alguns caminham sozinho
Outros na companhia de um cão.
Difícil alguém lhe estender a mão
Muitas vezes de bandido é taxado
Um ser perdido e desesperado.
Andarilho sem projeção
Sem carinho e paz no coração
Para ele apenas desilusão.
SONETO AO IDOSO
Por um fio, ao fim da vida.
Enfrenta a dor com sofrimento
Carregando no peito sentimento
Quase sem cura uma grande ferida.
Isolados ou largados ao tempo
Sem alguém com uma mão amiga
Para acomoda-lo na cadeira preferida
Para uma conversa fora do relento.
Compartilhar um pensamento
Até mesmo tirá-lo do isolamento
Promovendo mudança ao comportamento.
Só resta ao idoso, o ressentimento.
Na espera dos últimos dias de vida
Próximo da morte sem argumento.
SONETO ARTE DE ESCREVER
Às vezes tenho necessidade
De algumas linhas escrever
Umas verdades e outras mentiras
Para meu ego satisfazer.
Do nada palavras aparecem
Num momento impar de inspiração
Como um intermediário da paragrafação
Para uma simples leitura e sua distração.
Seria uma sina ou um dever cruel
Nas entre linhas ser um porta-voz
De um louco ou fanfarrão.
Só o tempo poderá elucidar
Como o leitor irá interpretar
Pontos e vírgulas se estão no lugar.
SONETO CAMINHOS
Os caminhos que a vida oferece
Nem sempre é aquele que nos parece
Alguns te levam à felicidade
Outros para a obscuridade.
Dos caminhos que percorri
Em alguns tropecei
Voltas em círculos eu dei
Apenas um deles adotei.
As pedras que encontrei
Com habilidades desviei
Assim me organizei.
A felicidade a cada dia amadurece
Se no caminho certo permanece
De corpo e alma a vida favorece.
Meu primeiro soneto
E todos os barés saberão
Que em meu peito oscila,
Hora o amor, hora a dor,
Castigo de quem sente.
O amor que te ofereço é de graça,
Não tem cor e nem raça,
É seu, feito a mão,
E Deus o artesão.
Ah! Mas a dor...
Ela sim é a pintada tropicana,
Feroz e impiedosa!
Me rasga o peito de uma vez,
Devore em uma só bocada,
Tudo isso que sonhei.
Soneto filha amada
O que posso dizer de Ti:
És todo meu sentimento,
És a continuação de mim ,
Palavras em silêncio.
És meu início e o meu fim.
És parte de minh'alma,
Tu és a metade de mim
O amor que me acalma !
és minhas lágrimas e sorriso,
És meu sul e meu norte,
Minha realidade, meu paraíso.
Meu grande amor, minha vida,
Meu grande presente de Deus !
Querida e amada filha !
Maria Francisca Leite
Direitos autorais reservados sob a lei - 9.610/98
Dedicado a minha filha Nailiene Leite Virgilino
Soneto do Adeus
Vira e mexe sinto a falta de sua companhia
Foram bons momentos que me trouxeram alegria
Mas deixo a saudade bater
Me mantendo distante para que meu coração deixe de doer
A deixo a ir
Para que sua vida possa prosseguir
Estarei de longe acompanhando seus passos
E feliz por ti, seja o que for preferir
Estarei longe mas perto
Com um sorriso disfarçado
E fingindo estar tudo bem
MALDADE {SONETO}
Em minhas andanças por ai, topei com a maldade
Não era tão boa quanto tão ruim, era desfaçatez.
Bem... era dissimulada a cara meio boa, e talvez,
Inexpressiva, tinha cara de nada, pura bondade!
Exclamei: Quantas maldades não reveladas!
Nunca fui bom em maldade, antes ser bondoso,
Talvez eu quisesse dela ser amigo, era perigoso!
Neste mundo cruento, nefasto, de mãos dadas,
Exclamei: Quantas bondades não reveladas!
Quais bondades ficarão ressequidas no tempo?
Quais maldades serão percebidas a tempo?
Maldades, bondades... são somente palavras:
As maldades na sola dos pés sujos, todos verão.
As bondades no lado esquerdo do peito; coração.
poeta_sabedoro