Somos Passaros de uma Asamario Quintana
Então sonhei um sonho tão bom: sonhei assim: na vida nós somos artistas de uma peça de teatro absurdo escrita por um Deus absurdo. Nós somos todos os participantes desse teatro: na verdade nunca morremos quando acontece a morte. Só morremos como artistas. Isso seria a eternidade?
Haja ou não deuses, deles somos servos.
Nunca sabemos quando somos sinceros. Talvez nunca o sejamos. E mesmo que sejamos sinceros hoje, amanhã podemos sê-lo por coisa contrária.
O prazer é a prova da natureza, o seu sinal da aprovação. Quando somos felizes, somos sempre bons, mas quando somos bons nem sempre somos felizes.
Se por um instante Deus esquecesse que somos marionetes de pano e nos presenteasse com mais um pouco de vida ao teu lado, possivelmente não diríamos tudo o que pensamos, mas definitivamente pensaríamos em tudo o que dissemos.
Portanto, refletindo sobre o que dissemos, fizemos e sentimos, percebemos que os momentos de história que compartilhamos foram mais grandiosos do que pequenos. Trabalhamos, mas também rimos muito, e podemos dizer que se Deus nos concedesse mais um pouco de vida ao seu lado, morreríamos de tanto rir.
Neste momento, as palavras perdem o sentido diante das lágrimas contidas na saudade que iremos sentir, mas o sorriso é o que te demonstraremos neste instante, por ser o motivo deste até logo, a celebração de mais uma vitória em sua vida.
Sempre há um amanhã, e a vida nos dá sempre mais uma oportunidade para fazermos as coisas bem. Temos que aproveitar cada oportunidade, por isso sabemos que você tem que ir, mas ficaremos aqui torcendo pelo seu sucesso, hoje e sempre. Que você crie mais histórias maravilhosas e intensas como a nossa.
Hoje é apenas a última vez que você verá as pessoas com as quais conviveu no trabalho, mas o início de uma vida de convivência com amigos eternos.
Os nossos pais amam-nos porque somos seus filhos, é um fato inalterável. Nos momentos de sucesso, isso pode parecer irrelevante, mas nas ocasiões de fracasso, oferecem um consolo e uma segurança que não se encontram em qualquer outro lugar.
Não vemos as coisas como são: vemos as coisas como somos.
O importante é isso: estar pronto para, a qualquer momento, sacrificar o que somos pelo que poderíamos vir a ser.
Aquilo que foi e que será, e até mesmo aquilo que é, não somos capazes de saber, mas quanto àquilo que devemos fazer, não apenas somos capazes de saber, como também o sabemos sempre, e somente isso nos é necessário.
Perante nós mesmo todos fingimos ser mais ingênuos do que somos: é deste modo que descansamos dos nossos semelhantes.