Somos Passaros de uma Asamario Quintana
Emoção e romantismo em excesso são, também, uma das travas no amadurecimento e na evolução do homem, pois são excelentes agentes que auxiliam na auto manutenção da carência e da esperança doentia que paraliza diante do óbvio.
O ser humano tem uma tendência natural de rastejar por quem não presta, mas para deixar de ser indiferente a quem lhe quer bem e é do bem ele precisa ser estimulado por agentes externos. Esta é uma das provas do quanto seus sentimentos e valores ainda seguem os seus interesses e ignorâncias mais primitivos.
Nada como uma mulher submissa, que se sujeita, consciente, a todas as atrocidades morais e emocionais que giram em torno das traições do seu parceiro, que como brinde pela sua resistência no decorrer dos anos de humilhação, quando este já um caco cansado de guerra, a intitula a melhor mulher do mundo, especialmente quando esgotada a sua seiva oferece-lhe com "amor e reconhecimento" suas doenças e derrotas para que juntos possam compartilhar da alegria de terem vencido a tendência social a separações
Nada como ser submissa numa relação materialmente promissora ou socialmente conveniente para receber de bom grado este prêmio da vida.
Antes de reclamar da vida, da falta de sorte e das dificuldades faça uma boa reflexão sobre seus passos e atitudes no passado, não esquecendo daquelas situações aparentemente sem importância, e considere a possibilidade deles terem sido fundamentais para a ação do Tempo no seu momento presente.
Entre as tantas formas de paz que existem uma delas é não viver achando que há sempre alguém conspirando contra nós, ou que tudo nosso, ou em nós, é passível de olho grande ou inveja. Viver sempre sob o argumento destes medos não é prevenção, é doença.
Pode acontecer de uma pessoa doente em estado terminal ter uma melhora expressiva antes do desencarne. Com a decepção e a infelicidade também acontece o mesmo, a confiança e a felicidade tendem a dar sinal, o que difere do doente é que não morremos, aprendemos a viver.
Se ter uma casa "extremamente limpa" é fundamental para o seu bem estar emocional, é possível que a sua alma esteja precisando de uma boa faxina.
Há momentos em que ser prático e objetivo é ter uma excepcional atitude em prol da transparência e da integridade da relação. Muito rodeio ativa a mentira.
Um singelo pensamento de agradecimento pelo despertar, uma boa xícara de café e uma pequena dose de bom humor é tudo que a disposição precisa quando amanhecemos para as tarefas de cada dia.
Não são os nossos defeitos que provocam a inveja alheia, são as nossas qualidades, portanto, por uma questão de lógica, não é quem nos critica que nos inveja, mas sim quem não nos elogia.
Uma sociedade, que na sua maioria, interpreta a franqueza e justifica a sinceridade como um gesto de grosseria e falta de educação merece os políticos Pinóquios que a conduz e a hipocrisia que a cerca.
Enquanto a dor, a perda, a violência, a tragédia for a mola da mudança de postura de uma sociedade seremos uma espécie fadada aos caos. Enquanto a hipocrisia, a omissão, o egoísmo for a chave mestra da sobrevivência individual sem comprometer a paz de espírito dos seus praticantes estaremos fadados a entregar nossa alma ao divino como forma de mascarar os nossos verdadeiros sentimentos para sobrevivermos ao submundo da existência.
A condução de uma sociedade, através da sensibilização emocional, é conveniente para algumas instituições e organismos governamentais por ser mais fácil a adesão, em massa, de parceiros cujo o coração não permite que eles sofram qualquer interferência da razão, bem como o apoio desta massa para a defesa das suas ilicitudes e covardias macaradas de benefícios para os seus subalternos sociais e simpatizantes, pois muitas destas instituições e organismos não desejam o raciocínio óbvio, sobre as suas ações, dos seus seguidores, uma vez que se o fizesse seus soldados defensores desertariam por uma questão de decência.
Sem a hipocrisia não formaríamos uma sociedade e teríamos apenas indivíduos compartilhando o mesmo espaço.
Viver de desafios é muito bom, é estimulante e enriquecedor o problema é quando temos uma vida, única e exclusivamente, pautada neles, porém não saímos do lugar, não crescemos, não prosperamos, não usufruímos de nenhum benefício ou aprendizado que um desafio possa proporcionar e ainda ficamos satisfeitos por nos mantermos socialmente confortáveis na autopromoção que fazemos através de um marketing de inovação da nossa vida que não retrata a condição real de estarmos sendo desafiados, apenas muda o status da vaidade que a pronúncia e o sentido da palavra injetam no nosso emocional após soar aos ouvidos alheios, bem como da aparência que a ideia de mudança que a palavra "desafio" promove mesmo não transformando obsolutamente nada na vida da gente, o desafiado.
O brasileiro tem uma vocação absurda para sentir pena, mas para o sentimento de justiça ele depende de alguns fatores, porque a justiça só não basta já que ele tem que demonstar-se sensível às causas, bem como encaixar o seu dom piedoso no cenário que exige apenas justiça esquecendo que para esta existir é preciso caber o "justo" no contexto, sentido que a piedade muitas vezes o faz abrir mão da justiça.
Quando uma pessoa não tem a intenção de honrar uma dívida, atribuir defeitos ao credor pode ser conveniente e útil para que ela possa justificar a pendência moral para o resto da vida.