Sombrio
Prisão invisível
"Estou presa a este lugar...
É tudo tão sombrio, obscuro e assustador...
Não vejo uma saída deste mundo tão triste, a solidão tornou minha única companheira.
Não existe luz que possa destruir essa escuridão que envolveu minha alma.
Vivo a mais profunda de todas as prisões, sou prisioneira de minha própria mente, não consigo me libertar dessa insanidade que minha mente alimenta com pensamentos destrutivos...
Não posso controlar a tristeza que minha alma sente, a dor que se alojou em meu coração parece não ter fim...
Vejo tudo se distorcendo e me levando a cada dia que se passa a mais profunda solidão.
Quero voar desse lugar, mas as asas de minha imaginação se atrofiaram e se recusam a sair dessa tristeza.
Uma prisão invisível, sem janelas e portas para que se possa atravessar, cercada apenas por uma força maligna capaz de prender a todos.
O que fazer quando se perde a esperança e não se tem argumentos para lutar contra esse inimigo tão poderoso e ainda desconhecido por mim.
Minha luta é contra aquilo que não conheço, não tenho armas para enfrentar aquilo que está me destruindo.
Uma batalha injusta e desleal na qual não sou vitoriosa.
Vejo as minhas forças se acabando, estou sendo aniquilada por esse inimigo tão terrível e implacável com suas vítimas.
Me arrisco todos os dias a tentar fugir desse lugar, mas não consegui abrir a minha mente é me lançar bem longe desse caos no qual aprisionou minha alma.
Às vezes penso que é melhor desistir de lutar e se deixar ser consumida e destruída de vez por essa força arrebatadora.
Enfraquecida pelas batalhas diárias, sigo passos lentos sem rumo traçado vejo que só existe as minhas pegadas e as marcas de minhas lágrimas caídas neste universo desconhecido.
Até quando isso irá durar, não sei a resposta, mas ainda estou aqui olhando todos os dias através dessa prisão e em alguns dias tenho a impressão que existe uma maneira de driblar esse inimigo e vencer esse desafio.
Talvez a chave dessa prisão invisível está em minha mente, bem na frente de meus olhos, pois o melhor lugar para se esconder algo é deixá-lo exposto, onde nem eu e nem ninguém ousaria procurar.
Desejo Sombrio
Tantos invernos se passaram e ainda não vi o verão.
Ver o mar, sempre foi o meu desejo
Ainda escuto quando os gritos começaram
O desejo veio como uma assombração
Pois não sabia que seria vermelho
Por quê? Por que os humanos são tão fracos?
Por que não conseguimos fazer nada além de chorar?
Que droga! Ainda não é o fim!
Eu juro que eu vou matar. Eu juro que eu vou me vingar!
Mas hoje te entendo, nós somos iguais!
Manipulados por aqueles que acham que sabem mais!
O mundo é cruel, ele implanta o medo e tira o sossego!
Afinal, eramos só crianças, não é mesmo?
Nem todos são maus, é verdade, o mundo que torna mais!
A tropa já está vindo, eles mais querem é a paz!
É uma pena, também queria poder esquecer,
mas tiraram tudo de mim!
Por isso vão morrer!
Estou carregando toda minha tristeza e ódio em meu peito , e em minha mente só o espaço sombrio e solitário
- Um brinde aos dias sombrios!
Afinal, são eles que te fazem mudar, ficar mais forte, mais insensível as pancadas da vida.
SILÊNCIO
Vagueio como um pedinte pelas ruas ermas e orvalhadas
nada escuto além do sussurro do vento, apenas meus pensamentos sombrios...
As trevas e a névoa engolfam todos os lugares ao meu redor com um manto deprimente...
É naquela hora gélida e lúgubre, provida de um silêncio fúnebre...
Eu me sinto totalmente em paz... ignorando meus medos sepulcrais...
E nada mais escuto a não ser o vento; mórbido e agourento.
Me sinto tão bem, mesmo naquela melancólica calada noite...
Me pergunto porque amo o ermo e o frio do inverno... assim como a noite...
Mas o silêncio é a única resposta que ouço...
Floresta Velha
Os ventos que me sopram são sussurrados pelas árvores negras da floresta gélida, e nessa brisa fria sinto-me sombrio como a penumbra. Quero nessa floresta vagar enquanto a chuva cair sobre meus cabelos vastos.
Os bosques tenebrosos tem a vida e oculta figuras de olhares frios.
Posso ouvir seus ecos fúnebres,
E eu invado sua treva proibida
Perambulo em meio às névoas lúgubres cheias de assombrações.
Tenho como guia um velho corvo,
Ele entoa sua mórbida canção
E eu sigo o seu agourento chamado.
Tão profunda floresta, acolhendo minha presença errante,
Tão negra quanto o meu próprio abismo, não tem fim, abriga a sombra que tenho me tornado.
Acho que, afinal, é isso que nos resta. Uma triste história de amor com um final não muito legal, e uma xícara de café. Ao menos temos café.
a morte é uma velha amiga minha desde a minha existencia ela fez me companhia a espera do momento que eu tropeçar para levar-me.
Quando não estamos com a cabeça no lugar, qualquer besteira pode se transformar em algo insuportável e, de repente, você pega um caminho sombrio e não consegue achar mais o caminho de volta.
Terra dos Sonhos
Por uma rota obscura e solitária, Assombrado apenas por anjos doentes, Onde um Fantasma, chamado Noite,
Em um trono negro, reina erguido,
Eu alcancei essas terras há tempos,
De uma escuridão completa de Thule-
De um clima selvagem e estranho que está, sublime,
Fora do Espaço -fora o Tempo.
Vales sem fim e cheias sem limites, E abismos, cavernas e bosques tităs,
Com formas que nenhum homem pode descobrir Pois os orvalhos pingam de todos os lados; Montanhas ruindo cada vez mais Em mares sem costas; Mares, que aspiram inquietos, Ondulando em céus de fogo; Lagos, que se tendem infinitamente Suas águas solitárias solitárias e mortas Suas águas paradas paradas e geladas Com as neves do lírio. Perto dos lagos que então se espalham Suas águas solitárias, solitárias e mortas – Suas åguas tristes, tristes e frias Com as neves do lírio caido Nas montanhas – perto do rio, Murmurando humildemente, murmurando eternamente Perto dos bosques cinzentos – perto do pântano, Onde o sapo e a salamandra acampam
Perto dos lagos sombrios e piscinas Onde habitam os Espíritos, – Em cada pedaço, o mais maldito - Em cada canto, mais melancolia – La o viajante encontra, horrorizado, Lembranças cobertas do Passado – Formas cobertas que se assustam e suspiram Ao passarem pelo errante - Formas cobertas de vestes brancas, de amigos que se foram, Em agonia, para a Terra - e para o Céu. Para o coração, cujos infortúnios são incontáveis É uma região pacifica e calmante – Para o espírito, que caminha em sombra E- ah, é um Eldorado! Mas o viajante, atravessando-a, Não pode – não ousa - olhar abertamente; Nunca seus mistérios são expostos Ao frágil olho humano; Assim deseja o seu Rei, que proibiu Que se abrisse a tampa; E assim a triste Alma que aqui passa Suporta através de vidros escuros. Por uma rota escura e solitária Assombrado apenas por anjos doentes Onde um Fantasma, chamado Noite, Em um trono negro, reina erguido, Voltei para casa há muito tempo Desta completa escuridão de Thule.