Sombrio
Raposa
Jovem raposa, quem é você?
A ti foi dada a chave de meu coração
Coração este sombrio, selado por espessos
cristais de gelo.
E agora você simplesmente abre-o e nele põe
uma chama viva...
Chama esta que em pouco tempo reaqueceu
o que antes era frio,
Chama esta que iluminou o que antes era pura
escuridão...
Como faz isto?
De onde vem?
A ti hoje confio de olhos vendados.
Como fez isso?
Como ganhou minha confiança em tão pouco tempo?
Tornou-se domadora de um lobo que antes, era selvagem.
Jovem raposa, quem é você?
Você realmente me assusta,
Mas me cativa.
Você literalmente me domina,
Mas me motiva.
Isso é o que chamam de amor?
Esta chama que plantaste em meu coração?
Se for, é a melhor de todas as coisas.
E quanto a ti, a mais sábia e bela de todas as
raposas...
Em um mundo tão escuro como a noite, você consegue ser a lua.
Você brilha e ilumina tudo ao meu redor... Então me conte, como algo tão doce, calmo e inocente, consegue viver em um mundo tão sujo e sombrio?
Nos meus olhares psicóticos, carrego
A frialdade de uma alma mórbida.
Eu sou apenas mais um ser subestimado por aqueles que insistem poluírem minha visão com seus rótulos idiotas!
Que a lua continue a me espiar enquanto sigo as trilhas sombrias da vida, que seu brilho enigmático e pálido jorre nas trevas gélidas que me cercam; ou serei mais uma melancólica alma perdida nas sombras!
NIX
A Noite mais escura pinta nas sombras
Os retratos das insólitas penumbras
Com matiz carmesim-mórbido e trevas
Sobre fúnebre perfume de suas lágrimas
Lágrimas que escorrem frias e mortas
Pelos cumes da loucura à um solo atroz
Fluindo águas de profundas incógnitas
Evocando rios dentre negros espectros
Corvos bardos cantam tristes trovas
Alto no céu esquecido em nigredos
Observando as dores dos desanimados
Que cavam na terra úmida suas covas
Abismos fundos que tecem sepulturas
Feitas do labor dos ossos de seus dedos
Amo esse barulho. O vento passando pelos galhos das árvores. Acho que é o barulho que mais amo no mundo.