Sombras
Sem sombras de dúvidas se Cristo surgisse em nosso tempo, seria crucificado de novo, só que agora por um decreto.
Enigma
As sombras alinham
as formas da montanha
O dia se esconde da escuridão,
que domina
o horizonte no céu.
Pontos de luzes
se incandeiam ao longe.
Longas distâncias,
que trazem um pouco de luz.
Instantes de claridade
que teimam a surgir ,
mas o breu ė avassalador,
toma conta da paisagem:
das árvores, dos campos e das flores, tudo adormece.
Somente os rios continuam a respirar, sempre em movimento,
Sem se importar que o negro da noite que ofusca o seu percurso,
as suas margens.
Corre, corre, enfrenta qualquer obstáculos, transpõe pedras e tudo que se atravessam a sua frente.
Potente, majestoso, lutador...
Todas as vidas que dependem dessa viagem sobrevivem
e glorificam o crepúsculo,
por toda essa magia.
Somente a lua e as estrelas são cúmplices desse silêncio restaurador de vidas, que habitam na imensidão desse vazio.
Quando o crepúsculo aponta
No horizonte, sombras envolvem as coisas, o ser, a alma.
Entramos no abismo de nós
mesmos
Pensamento do abismo, surgido do fundo de mim mesmo!
Um labirinto com vários caminhos surge, como uma angústia,
Que nos puxa para o silêncio
Dos sentimentos, dos pensamentos, do existir?
Questões? Que nos corroem,
Que dilaceram nosso coração.
Confundem nossos sonhos, nossas vontades, nossa realidade?
De repente a lua aparece majestosa, única.
E tudo se esvae rio abaixo.
Só a paz e o silêncio que envolve a noite fica.
Que doces são os sons do silêncio.
Aquece, enriquece a alma.
As palavras? Para quê?
O silêncio não precisa de palavras, ele por si se basta.
Tem coisas que não são
Explicáveis, só sente-se.
Somente isso, ponto.
"Ninguém chega à Luz
sem antes passar pelo
caminho das sombras"
[...]
Sensação gélida de medo:
limita a capacidade moral,
amarga a bebida da fé,
adormece o sonho colossal
Ponto falho e sem sentido
é ver esse sonho arruinar;
quando há oportunidades,
lute para ele se concretizar
Lute, mas não lute contra a dor!
Essa dor, por vezes, insuportável,
é amiga do processo de evolução;
é dor com a qual se deve conviver,
para compreender sua imperfeição
Deixo aqui uma atitude sábia:
"o exercício de negar a negação"
Permitir-se é o segredo
que nos veste de saber;
armadura que protege,
que nos faz sobreviver
Ir defronte aos seus infernos,
e enfrentar os seus demônios,
reconhecendo suas frustrações
E se for combater algum vilão,
mire quem vende a perfeição,
fórmula utópica dos charlatões
[...]
O outro lado do muro
tem o cheiro da infância;
tudo é mais saboroso,
tem respeito e importância
Não é com sorte que se chega lá,
tampouco aguardar pelo socorro;
na verdade, há um Vale de lições,
experiências que ferem corações
Todos nós chegamos lá,
por vezes atravessamos
para o lado acalentador
Todo dia o portal se abre
para que possamos viver
a doce sensação de amor
[...]
"Um dia, um Grande Sábio desceu
à morada infernal para poder,
então, ascender de vez aos Céus"
Aquele era o tempo em que as sombras se abriam
Em que homens negavam oque outros erguiam
E eu bebia da vida em goles pequenos
Tropeçava no riso, abraçava de menos
De costas voltadas não se vê o futuro
Nem o rumo da bala
Nem a falha no muro
Quero sentir as sombras do vazio
Neste silêncio longo e frio
Quero viver delírios do passado
Como um cisne negro e mal amado
Nas sombras que me tortura sob a luz que me abandonou...
No exato momento do desfecho a dor transmite serenidade do prazer...
No caso que esperar os atos omissos de um mundo doente por conta da manipulação...
Sem sombras
Não adianta tampar o Sol com a mão, ele sempre vai brilhar e iluminar o coração dos corajosos,
e se a um Sol para cada um, não deixe outro coração fazer sombra no seu.
O aprendiz e o anjo.
Era jovem,
Portanto imortal; assim pensava,
Nas sombras do mal, caminhava
Em noites dos prazeres, para saberes,
Nas esquinas da escuridão
De meu próprio coração.
E mesmo assim
Um anjo cuidava de mim,
E, deste jeito, me tornei
Aprendiz de poeta,
Que um dia erra e outro acerta.
Ecos Silenciosos -
(Sonho)
Ontem, na madrugada dos meus dias,
cheia de choro e neblina,
sombras passearam-se por entre os
meus sentidos ...
Não me lembro o que queriam,
apenas as senti, rodearam-me na cama,
tocaram-me no corpo ...
Quem eram? De onde vinham?
Que angústia, que lamento, que dor as
trespassava?! ...
E havia um véu, uma espécie de cortina
entre nós! Como se de duas realidades se
tratasse!
Tive medo! Não sabia o que pensar ...
... seti-lhes as penas.
Ofegante, despertei, tinha o olhar vidrado
nas vozes daqueles Ecos Silenciosos ...
As Sombras que Me Assombram
É, as vezes acho que mesmo o ódio que existe em mim não consegue suportar a tristeza e angustia que é estar comigo, as vezes esses sentimentos são tão fortes que dá até medo, medo de deixar a lógica de lado e fazer algo, medo de me sentir tão vazio a ponto de conseguir deixar esse saco de carne e ir embora... Sabe, eu queria tanto alguém pra conversar, alguém em que eu pudesse confiar 100%, mas acho que não existem mais pessoas assim, afinal da ate pra contar nos dedos de um peixe quem não me machucou ou machuca... eu queria tanto acordar um dia e isso tudo ter acabado, ou melhor, nem acordar, eu tento tanto não deixar as coisas ditas me afetarem, afinal são só palavras né... só palavras que perfuram a minha mente como se fosse uma bala disparada a queima roupa, o que não seria ruim se acontecesse de verdade né....
Do que me resta
Da noite … as sombras.
Da chuva… o rio.
Do inverno… o frio.
Do vento… a brisa.
Do céu… um sol sombrio.
Do que me resta…
Do pouco que a vida me empresta…
Na janela uma fresta.
Do que me resta: esperar acabar a festa.
Pra você me guardei...
Na margem oposta
vejo que você aposta.
Esconde nas sombras uma dor.
Não quer mais saber de amor.
O rio corre para o mar.
Isso ninguém pode mudar.
Seu coração tão carente
Precisa de gente… urgentemente.
Um roçar de leve.
Um olhar suave.
Na margem de cá
Na hora certa… passo pra lá.
Sombras Aflitas -
Trago o meu olhar vazio
no vazio da solidão
trago o destino marcado
e o meu corpo cansado
sem Alma nem Coração.
Peço à Vida coragem
peço à Vida mais Vida
que a luz do meu olhar
tal como as ondas do mar
por mim passa de corrida.
Na ausência do meu quarto
no silêncio desta cama
nas palavras que me gritas
entre sombras aflitas
está a dor de quem te ama.
Ponho os olhos no teu corpo
é um sonho, não me iludo,
tantas horas paradas
em palavras esmagadas
que me deixam quase mudo.
Descobri que não são as ondas, ou as sombras que me inspiram.
De uma bela arvore ou flor, qualquer um consegue se deleitar de sua sombra ou de suas cores.
Do mar, qualquer um consegue sentir o frescor de suas águas.
Mas oque é humano destaca-se sobre tudo isso. Aquele casal com seu cachorrinho, o pai brincando com seu filho, os três amigos de baixo daquela mesma arvore, o senhor do carro a frente que já não esta mais aqui.
Todos dispersos a real poesia da vida. Personagens alheios ao seu papel, interagem, vivem e não se dão conta que oque fazem é arte!
Quantos universos existem numa só vida? Viver é humano!
Sombrio
Plenitude nas sombras
Eu vivo sóbrio e sombrio
Me encho de melancolia
E fico ainda mais vazio