Sombras
Ela
E o interior dela era
Sombrio
Vazio
Frio
Sombras tenebrosas correndo pela mente
Pensamentos traiçoeiros parados em sua frente
Ela parece perdida no meio de toda essa escuridão
Que um dia fora luz em seu coração
No meio de tanta bagunça, não há nada
Apenas uma garota frágil, despedaçada
Tantos cacos espalhados pelo chão
Certamente já tentara consertar, porém, em vão.
Seu interior era gélido
Sua pessoa? Era adélio.
Seu toque era capaz de congelar
Mas seu sorriso era intacto, capaz de esquentar.
Neste opaco e desalumiado cubículo da mente
sombras do passado perpassam incansavelmente
Assombram dizendo coisas que recuso acreditar
Assolam gritando alto sobre aquilo que faz chorar
Seguir o caminho da escuridão pode levar a lugares difíceis de compreender
Penetrar nesse pequeno e infinito espaço é um mergulho no gélido e vasto sofrer
Sofrimento de lembranças borradas de como poderia ser
Sobras dos erros inacreditáveis do qual cansei de cometer.
"Eu existo nas sombras, mais o sol não me queima quando estou em sua presença.
Eu existo onde eu preciso existir"
Sombras dos pensamentos sou apenas ponto entre tantos sentimentos...
Descubro sonhos entre as brumas da minha alma...
Discursos são trevas obscuras diante um caminho de luz e clareza.
O amor de dá na verdade e na serenidade de tantas voltas o último prima reluzente no horizonte nos dá uma verdade que amamos muito viver.
Nas abas de abismo vemos como a importância de um novo amanhã em nossas vidas.
O desfrute da aurora nós da esperança de novas oportunidades nesse mundo...
Poderia alguém receitar
A mais poderosa alquimia?
Poderia alguém aprofundar nas sombras da química?
Como alguém transforma e transcende elementos?
Pegando metais comuns e transmutando
Pegando toda a dor e transformando
Eu fiz isso
Aconteceu em meio aos traumas
Peguei tudo e deu nessas massas
Agora com a navalha vou retirando toda a falha,
Renascendo nessa batalha
Me inspirando num Chapéu de Palha
Saindo da vala com experimentos de química,
alquimia,
Reconstruindo o que foi destruído
Me sentindo invisível
Mesmo com toda a dor
Achei esse tesouro
Transformei e reformei
Todo o Trauma e toda a dor
No mais puro Ouro
E ainda continuo com dor
Mas ela amenizou
Porque achei um jeito periódico
Que não está na tabela periódica
Mas é como o Ferro
Não sou feito de ferro
Eu também erro
Mas fiz algo que a igreja na idade média fazia escondido
Mas eu revelei e reconstruir o que estava
Destruído,
Como o Sódio é utilizado na cozinha
Mesmo sendo algo de veneno
Eu me sinto pleno
Recolhi e peguei toda essa dor
Todo o Trauma que a vida me causou
Tudo resultou em ouro
Me considero um alquimista inspirado
Porque toda a vez em que estou estressado, aflito e desesperado,
Eu trago algo raro,
Treino isso com profundidade
Com a maior generosidade
Por que sai da minha alma
O que a torna calma
Mesmo em meio a tempestade
Assim nasce a minha transmutação
Mudo o clima através da rima e da poesia
É o jeito que achei este tesouro
Me considero o homem que transformou
Metal comum em ouro,
Nem digo um artista,
Mas prefiro Alquimista.
"O que é o caos, senão a expressão, na materialidade, de todas as nossas sombras, à espera de aceitação, consciência, luz?"
Há sombras: meus sentimentos
Cujas formas não vejo
Só sinto seu frio
É só o que me resta? Sentir?
Me faltam palavras
As únicas materializações do invisível
O único esclarecimento alcançável
Mas me faltam palavras
Por isso apenas sinto
E não me conformo.
Raízes de concreto
um azul de inundar areias
de expor um mar de sombras
de dizer que legal
é verão
e muitos verão, o que os homens fizeram
por ganância, inteligência ou estupidez...
"A árvore da vida",
ela da frutos, da sombras, da beleza,
a mesma árvore que da vida, alimenta e fertiliza o solo,
ela trabalha ocultamente em sociedade para manter firmes e saudáveis uma floresta enriquecendo e preservando a natureza.
Sem sombras de dúvidas se Cristo surgisse em nosso tempo, seria crucificado de novo, só que agora por um decreto.
Enigma
As sombras alinham
as formas da montanha
O dia se esconde da escuridão,
que domina
o horizonte no céu.
Pontos de luzes
se incandeiam ao longe.
Longas distâncias,
que trazem um pouco de luz.
Instantes de claridade
que teimam a surgir ,
mas o breu ė avassalador,
toma conta da paisagem:
das árvores, dos campos e das flores, tudo adormece.
Somente os rios continuam a respirar, sempre em movimento,
Sem se importar que o negro da noite que ofusca o seu percurso,
as suas margens.
Corre, corre, enfrenta qualquer obstáculos, transpõe pedras e tudo que se atravessam a sua frente.
Potente, majestoso, lutador...
Todas as vidas que dependem dessa viagem sobrevivem
e glorificam o crepúsculo,
por toda essa magia.
Somente a lua e as estrelas são cúmplices desse silêncio restaurador de vidas, que habitam na imensidão desse vazio.
Quando o crepúsculo aponta
No horizonte, sombras envolvem as coisas, o ser, a alma.
Entramos no abismo de nós
mesmos
Pensamento do abismo, surgido do fundo de mim mesmo!
Um labirinto com vários caminhos surge, como uma angústia,
Que nos puxa para o silêncio
Dos sentimentos, dos pensamentos, do existir?
Questões? Que nos corroem,
Que dilaceram nosso coração.
Confundem nossos sonhos, nossas vontades, nossa realidade?
De repente a lua aparece majestosa, única.
E tudo se esvae rio abaixo.
Só a paz e o silêncio que envolve a noite fica.
Que doces são os sons do silêncio.
Aquece, enriquece a alma.
As palavras? Para quê?
O silêncio não precisa de palavras, ele por si se basta.
Tem coisas que não são
Explicáveis, só sente-se.
Somente isso, ponto.