Som Alto
Passageiros,Ofensas de Ofício
Se alguém me ofender, procurarei elevar tão alto a minha alma, de forma que a ofensa não consiga me alcançar!
Se não fosse assim, seria de outra forma. Se não fosse agora, seria bem depois ou amanha. Se não fosse esse ano, seria em algum ano qualquer.
As três coisas mais difíceis do mundo são: guardar um segredo, perdoar uma ofensa e aproveitar o tempo.Responder à ofensa com ofensa, é lavar a lama com a lama.O escândalo do mundo é o que faz a ofensa,epecar em silêncio não é pecar totalmente. Ser ofendido, não tem importância nenhuma, a não ser que nos continuemos a lembrar disso.Fazer grande estardalhaço a propósito de uma ofensa de que fomos vítimas, não atenua o desgosto, mas aumenta a vergonha.
Nuvens de raça,
No alto cavalgam,
E soltam pancadas,
Descargas equinas,
Todas no céu relincham,
Éguas voadoras sem couraça,
Nuvens cavalas coiceiam,
Às vezes o silêncio fala muito mais alto do que muitas palavras, principalmente quando se tem Deus como tudo; por não saber como expressar e nem mesmo como interpreta-las em certos momentos.
Ricardo Baeta.
Alpendre da Varanda
Vive
No mundo
Da lua
Na certa
Não tem
Pé no chão
No alto
Cabeça
Pra baixo
Do mundo
Tem outra
Visão
Na estrada
Ao contrário
De todos
O resto
Na
Contra mão
Um olho
Na trilha
Mesmice
O outro
Caminha
Por si
“Ilusões
Visões
imenso
Segredos
Que
Não tem
Fim”
Na Cancela da Porteira
Na batida
Da cancela
De chegada
De saída
Lembranças
Falando alto
Na batida
Da cancela
Onde a dor
Aprende
A doer
Saudade
Finca
Plantão
No silêncio
Da cancela...
Diante aquela porteira,
Na subida da pedreira
Bateu triste certo dia
O sol ia descambando
Quando ela despedia
Ele partia para a guerra
Na porteira ficou ela
Vendo ao longe ele sumir
A porteira foi fechando
Duas vidas separando
Para um dia se unir
Já não ouço suas batidas
Seu triste rangido lembranças me traz
Chegue hoje ou agora
Não se avexe meu fio
É sentá e assuntá
Passarinhada sem nome,
Eles erguem os bicos,
Gregários voadores,
Festejam alto,
A chuva que chega,
E desce precípite,
Do seu salto feminil,
Um pedaço do tempo presenciado,
Desprendido de novidade,
Da Paulicéia alvoroçada,
No fim desta tarde veranil,
Bem mais alto,
Que os pássaros,
Dos terraços dos prédios,
Estão três rapinas,
Que planam em círculos,
Parecem vontades,
Que ficam girando,
Nos cantos da mente,
Sonhos coloridos,
Pés descalços,
Calçados,
Com chinelo, coturno, tênis, tamanco,
Sapato de salto alto, sandália, e bota de falso couro,
E o que mais se tem nestes metros quadrados,
É pé rapado meu senhor dos desafortunados,
Sujos, soltos, cansados, presos e amarrados,
Me socorre de tanta pisadura dura,
Que nossa alma quase desgraçada,
Está descalça e sem doçura,
SUPERLUA
Lá no alto do meu céu,
Vejo a Lua a brilhar.
Noto que ela está cheia,
Refletindo a luz solar.
Parece que ela cresceu,
Mas está no perigeu,
Só mais perto para olhar.
A CHAPADA
Quero sempre olhar o mundo
Como quem está na chapada.
Lá do alto dá pra ver
Se há perigo de emboscada.
Também posso dar a mão
E ajudar o meu irmão
A subir na escalada.
O tempo corre a meu favor!
Fecho os olhos e vejo que onde estou é mais alto do que uma montanha escondida no fim do mundo, se é que existe o final.
Eu vou tentando ser uma boa e continuo correndo do mal.
Nildinha Freitas
Tem dias que meu lado poético fala mais alto. Nesses momentos os pensamentos saltam aos borbulhões, transformando palavras simples nas mais loucas emoções.
PAI E FILHO
Ei, papai, estou bem alto,
para o céu eu vou voando,
como um super-herói,
que o mundo vai salvando.
Um dia vou te ensinar
como se faz pra voar,
e vai aprender brincando.
Bem no alto da montanha,
Um homem e o seu cão
Observam as estrelas
Ao alcance da visão.
Podem ver uma galáxia,
Ela é a Via Láctea,
Do universo o coração.
São as que riem alto.
As que dançam sem salto.
As que fazem da vida o seu palco.
As que desafiam o status quo.
As que não se conformam.
As que questionam. O caminho, as regras e a si mesmas.
As que se atrevem, e depois veem no que dá.
As que rasgam o verbo, seguem a voz de dentro
fluem com a vida e se confundem com o vento.
As que confiam na força do tempo.
As que se jogam, mergulham,
mas se levantam, se refazem
se reinventam.
São as que chegam de mansinho
e, de repente, te preenchem por completo.
São elas, de quem é gostoso estar perto.
As que têm o poder de iluminar,
aquecer ou de queimar.
Tudo depende da chama que você ativar.
Amigas da leveza,
eternas buscadoras de si.
Camufladas na multidão,
elas são puro coração
e estão espalhadas por aí:
sempre atrás do que as faz sorrir.