Som Alto
A liberdade tem um preço alto, tão alto quanto o preço da escravidão.
A única diferença é que você paga com prazer e com um sorriso, mesmo quando é um sorriso manchado de lágrimas.
Acho que sofro calada. Maquiada. E de salto alto. Mas manter a pose cansa. Cansa ser racional. Cansa enganar o coração. Cansa ser forte.
A vida é uma roda gigante em minutos estamos la no alto, ficamos segundos parados admirando o belo horizonte, e de repente descemos para baixo... A minha caminhada é assim de altos e baixos, de alegrias e tristezas, de perdas e de ganhos, apenas uma coisa eu posso lhe dizer... jamais perderei a minha fé e meu caráter... isso são coisas que vem de berço, que vem de educação, de não ter vergonha de quebrar a cara um milhão de vezes e ainda continuar tentando ser feliz. Bora ser feliz, porque hoje é o nosso dever!
Viva o presente, sonhe mais alto, cair de vez em quando é inevitável. Então, tire lições de seus tombos.
“O maior perigo para a maioria de nós não está em definir o nosso objectivo muito alto e ficarmos aquém, está na definição do nosso objetivo muito baixo, e alcançarmos a meta.” –
Ela se arrisca num impulso mais alto, segura com força as correntes enferrujadas e fecha os olhos enquanto o vento gelado paralisa seu rosto.
Cada vez que consegue esvaziar seus pensamentos, ele volta, sorrindo. Era tudo o que ela não precisava, tudo o que ela se esforçava para esquecer.
Talvez se ela arrumasse uma distração mais potente do que a música no último volume, que funcionasse melhor que um banho quente; talvez ele sumisse de vez.
Ou talvez ele voltasse mais forte.
Sou chata sim, muitas vezes insuportável; deixo meu ego falar mais alto e quero as coisas do meu jeito. Falo o que penso, brigo quando acho que devo brigar, e poucas vezes fico em silêncio. Entro em contradição, digo coisas e me arrependo, penso no que não devia pensar, tenho medo de um milhão de coisas. Demonstro ser o que não sou, e sinto que me perco entre mim e o outro. Sou insegura, impaciente, enjôo fácil das coisas, não termino o que começo e desisto quando me enche o saco. Mas não só de defeitos é composto o ser humano. Sou guerreira, determinada, humana demais... penso nas pessoas, ajudo de qualquer jeito. Não tenho frescura, sento no chão, como com a mão, falo com qualquer pessoa. Cuido de quem precisar, vou no inferno por quem eu amo, e sou feliz. Corro atrás do que eu sonho, tenho minhas crenças que ninguém tira, e enfrento tudo com a minha coragem.
O que me falta na vida?
Não sou perfeita não. Falo alto, dou gargalhadas, às vezes sento de pernas abertas. Meu tênis está sujo, e eu tenho preguiça de lavá-lo, assim como não tenho paciência para arrumar as minhas meias. Durmo de qualquer jeito. Choro, faço escândalo, brigo e falo palavrões. Fico angustiada, e quando estou assim, ninguém me suporta. Sou um tanto exigente, reclamo demais da vida e ainda sou do contra. Não me arrependo. Posso ser bastante grudenta ou muito fria mas só quando eu quiser. Sou assim mesmo, da cabeça aos pés. Um produto com defeito, que adora comer o resto do chocolate que ficou na panela e acha que comer melancia com as mãos é melhor. Ciumenta, exagerada, dramática. Não sou perfeita, não. Nem pretendo.
Toda mudança cobra um alto preço emocional. Antes de se tomar uma decisão difícil, e durante a tomada, chora-se muito, os questionamentos são inúmeros, a vida se desestabiliza. Mas então chega o depois, a coisa feita, e aí a recompensa fica escancarada na face. Mudanças fazem milagres por nossos olhos, e é no olhar que se percebe a tal juventude eterna. Um olhar opaco pode ser puxado e repuxado por um cirurgião a ponto de as rugas sumirem, só que continuará opaco porque não existe plástica que resgate seu brilho. Quem dá brilho ao olhar é a vida que a gente optou por levar.
Nota: Trecho da crônica "Os olhos da cara" da autora.
Disfarça, tem gente olhando,
Uns, olham pro alto,
cometas, luas, galáxias.
Outros, olham de banda,
lunetas, luares, sintaxes.
De frente ou de lado,
sempre tem gente olhando,
olhando ou sendo olhado.
Outros olham para baixo,
procurando algum vestígio
do tempo que a gente acha,
em busca do espaço perdido.
Raros olham para dentro,
já que dentro não tem nada.
Apenas um peso imenso,
a alma, esse conto de fada.
PENSANDO ALTO...
Eu sei que falei em prazer gratuito semanas atrás, e sei o que vc pensa a respeito: nada é gratuito. Mas, por enquanto não consigo contrariar essa forte impressão de que a conta não virá. Se eu sinto alguma culpa, não é pelo o que faço às escondidas, não é culpa por estar me dedicando a uma experiência socialmente reprovável : é culpa por não sentir culpa alguma. Por estar achando tudo condizente com meu grau de exigência em relação ao aproveitamento do meu tempo, condizente com a minha fome, que nunca foi de comida, mas de vivência.
A pergunta que mais faço é: pq não? Desde pequena, desde que tomei gosto pelo ato de respirar e me senti atraída pelos dias que estavam por vir, horas repletas de novidade, desde que eu despertei para a leitura e que passei a sentir o sabor das coisas de uma forma muito entusiasmada, desde que eu soube que podia pensar e que o pensamento era livre, que dentro do meu pensamento ninguém poderia me achar, desde que meus seios cresceram e eu descobri que pessoas tinham cheiro, desde lá até aqui eu me pergunto: pq não me oferecer para aquilo que não fui preparada? Eu tenho as armas de que necessito para me defender, e mesmo que eu perca, eu ganho, já perdi algumas vezes e sei como funciona a lei das compensações.
Quero acolher com generosidade o que em mim se manifesta de forma incorreta. Não vou pedir permissão aos outros para desenvolver a mim mesma, mando no meu corpo e em tudo o que ele confina, coração incluído, consciência incluída.
Talvez eu esteja com receio de ter ido longe demais desta vez e esteja preparando a minha defesa, caso alguma coisa não saia como esperado. O que eu espero? Não espero nada, espero tudo, estou à deriva nessa aventura. Eu queria cristalizar esse momento da minha vida, mas estou em alta velocidade, e não sei se quero ir adiante, só que eu não tenho opção. Acho que é isso. Eu tinha opções, agora não tenho. Não consigo parar esse trem.
Você só é tão alto quanto o seu coração deixa ser.
E você só é tão pequeno, quanto o mundo faz você
parecer.
A inovação sempre significa um risco. Qualquer atividade econômica é de alto risco e não inovar é muito mais arriscado do que construir o futuro.