Solitário
Nunca estaremos unidos sobre o mesmo brasão, nunca lutaremos as mesmas guerras mesmo sendo elas iguais, nunca uniremos mentes e coração para sobreviver, pois águias voam e caçam sozinhas nossa individualidade e autossuficiência se tornaram fraquezas, o mundo é dos fracos.
Orgulho, barulho do ego
Tô cego, mergulho e rezo
Tô certo, e na reza eu peço pra não ser raso
Se for um tropeço, Deus, encerra o caso
Pensamentos meus contigo eu caso
Sentimento é amigo mas fiz um descaso
Criei um caso sério com essa razão
Então eu me enterro nessa solidão
Errei e erro em cada paixão
Sinto que assim serei até meu caixão.
O ser humano se divide entre o desejo de isolar-se socialmente ou pedir migalhas por atenção.
Já não existe o amor sadio na sua fraternidade universal, mas tudo gira em torno da vaidade.
Há sempre um instante na vida em que precisamos enfrentar aquele temido e aguardado momento, assumir que é chegada a hora, que é inadiável! Nunca estamos preparados, mas o ingresso está sempre na mão, a passagem está garantida e não existe banco ao lado. O destino é o interior. O seu interior. E o percurso é solitário. O tempo dessa viagem depende de cada um.
Só mais uma letra
Sentimento vai e volta.
Chega desde sentimentos que todos os Dias me sufoca.
Mas uma vez outro sentimento descendo pelo ralo.
Tentei impedir para q n ir-se.
Porém ela foi contra minha vontade é n conseguir evitar que Partir-se.
É novamente meus pensamentos me acusam de ser falho.
Ah! Como Eu queria parar por aqui e jamais Denovo ser enganado.
Por Mais que eu lute, smp eu perco pq meu coração n tem chave nem tão pouco Cadeado.
As lágrimas se esconde, para que a verdade não saia sobre ela.
Minha voz se esconde, me sinto como se Fosse um Mudo dando discurso para uma plateia.
RONDA SILENCIOSA
Solidão cerrada, aquietada, escura
Afora a janela, o cerrado tão calado
Na imensidade do céu não fulgura
Um só brado, um ermo imaculado
Cá dentro, a mudez flébil murmura
E a melancolia no vento é fustigado
Escoriando a alma, áspera candura
Em um rasgar do silêncio denodado
Ecoa surdamente sôfrega bofetada
De escora frouxa, completamente
Aflando ali a apertura tão abafada
E, a letargia, assim, vorazmente
Faz tácitos claustros de morada
Em ronda silenciosa, lentamente
© Luciano Spagnol- poeta do cerrado
Cerrado goiano, 5 de dezembro, 2019
Olavobilaquiando
Talvez cercado
Por um milhão de pessoas, eu
Ainda me sinto totalmente sozinho
Eu só quero ir para casa
Sinto sua falta, sabe?
Olá caro meu povo aki quem vos fala, é uma pessoa muito vazia por dentro, que o único objetivo dela é saber qual que é o papel dela nesse mundo de outrora!
Queria todas as noites lhe procura e falar o quanto eu te amo, não sei dormir sem ao menos escutar sua voz, mais infelizmente isso não é verdade e você não existe.
Cartas poéticas.
Pode ser que um dia o destino volte para nós, e nos diga como foi o futuro sem a gente, seria legal sorrir e chorar em meio ao tudo que tivemos sobre tudo que lembramos, eu sempre volto para conversar, pra saber como foi o tempo sem mim ... na sala de estar ou na mesinha ao ar livre, estarei eu solitário com minha velhice, sorrindo de tudo que fiz, lembrando dos péssimos romances que me deixou infeliz, contarei como se fosse bom errar o caminho do amor.
SOLIDÃO BORRALHEIRA (soneto)
Erma solitária solidão borralheira
Que atulha o cerrado de melancolia
No entardecer encarnado em romaria
Alongando o minuto em hora inteira
Assim só, os sonhos vão pra periferia
A espiar a sofrença além da fronteira
D'alma, caraminholando oca asneira
A crepitar agonia em atroada sombria
O vazio do imenso céu sem cabeira
Nos engole com chilreio e zombaria
Galopando apertura numa carreira
Tétrico encanto da solidão crua e fria
Que do silêncio é a sua mensageira
E que ao coração saudades anuncia!
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro de 2017
Cerrado goiano
Há dias em que você só quer ficar um pouco sozinho ...
Mas há aqueles dias em que você não quer ficar solitário sozinho ...
Completamente sozinho
Um músico compõe as suas canções sozinho
Um escritor desenvolve os seus textos sozinho
Eles lidam bem com a solidão, precisam dela
Os não-artistas sentem o vazio escurecer a tela
Estar sozinho é diferente de estar solitário
Dá para se encontrar completo na solidão
E completamente perdido ali na multidão
Como duas vestimentas do mesmo armário
É simples: se trata de gostar de si mesmo
Boa companhia para si deve ser a outrem
Pois quem não pode ser seu grande amigo
Não cria uma boa amizade com ninguém
Sem dramatizar, encare firme o ficar só
Pare e olhe-se fixamente em um espelho
O que você vê é tudo o que precisaria ver
Ótima imagem sua sem um vulto parelho.
Ausências
Muito perto essa sua voz, essa voz, da lembrança, que ecoa em mim.
E ainda mais longe, a sua mente em outro lugar, como uma viagem me escapa,
Estou lá, presente e ausente, assentindo ocasionalmente.
Muito perto, chego a pensar, que vem de dentro de mim essa voz que ecoa num eco sem fim
Porém ainda mais longe, a sua mente em outro lugar querendo se dispersar fugindo de mim.
Quantas vezes já me traiu? Essa voz vibrando na minha lembrança do que foi a paixão.
Segure novamente a minha mão, me diz que o que ouço veio do seu coração.
Um parêntese aberto palavras e gestos que abraçam-me de muito perto essa voz da sua presença distanciando de mim a sua ausência. A sua vida é aqui e não em outro lugar, ó tu que foste a minha vida, também o tesouro que eu tinha por tudo de bom.
Vai olhar para outros lugares, verá jardins florescer. O sol a cada dia nasce, ó minha linda, querida, renascendo como um outro amor como a fênix que surge das cinzas de uma chama que se apagou. Porém surge mais bela e mais vívida.
Deixe minhas memórias esquecerem aquela voz já perdida da ausência e revela-te a mim, querida.
A presença não somente física mas das emoções já vividas.
PARADEIRO DOS OLHARES
Na ausência de quem meu coração guarda carinhosamente,
Os dias vão passando de maneira desapressada e triste,
A Angústia é o pulsar de um corpo que ainda resiste.
Saudade é uma constância no tempo e o tempo é tão duro.
Um falta obstinada e a incerteza do Futuro.
A Chegada é calmaria, é também inquietação de felicidade,
O agora, e você é presente.
A Partida é aflição, invade uma pressa em um tempo de espera, acompanhada de solidão.
É como morrer e viver mil vezes, Esperar e contar, a urgência de ter e se perder.
Na Ausência a gente pode se encontrar,
A Lua é o paradeiro de Olhares Perdidos cheios de Saudade e o meu estará lá.
A noite, como sempre fria e vazia, como uma taça de vinho triste, no canto escuro da mesa em um bar.
