Solidão e Silêncio
Solidão
Oh, solidão, tu és bem-vinda ao meu silêncio. Só tu compreendes os meus sentimentos.
Só tu compreendes as minhas lágrimas.
Seja bem-vinda, solidão.
Solidão que vem para tratar o meu barulho.
Tu és a única que entende o que passo.
Tu és a única que me acalma.
Tu és a única que me dá forças para seguir em frente.
Seja bem-vinda, solidão, pois tu és aquela que me conforta quando tudo parece perdido.
Gosto da solidão, do silêncio... Quando se está sozinho consigo, há uma paz, que não se sente quando está envolto em companhias vazias.
E quando penso que estou sozinho encontro na solidão minha companheira mais fiel, sem reclamações, exigências ou lamúrios, apenas escuto o silêncio e nele percebo maior sinceridade do que palavras que por vezes me confortam.
O silêncio
Assim, como do fundo da solidão
O silêncio emudece
A voz da saudade cala o coração
Com mutismos que a alma conhece
Nas lembranças que a dor adelgaça
O amor, a angústia, a emoção
Onde o caçador torna-se caça
Desembocados no vazio
Da esperança, da ilusão
Engasgados no arrepio
Do abafado ruído da interiorização
E o silêncio se faz sombrio...
Aprendi que é na solidão que buscamos as mais ocultas respostas para os acontecimentos em que a vida nos impõe,
sem mesmo nos perguntar.
Aprendi que é o silêncio que nos propicia as mais sábias respostas...
Afinal por mais que pareçam severas algumas desilusões,
elas têm o mérito de serem exímia mestras. Ensinam-nos...
Por mais que pareça carrascal a dor do amor inesperado e não correspondido,
prevalece a doçura de poder senti-lo.
Todos os pensamentos todas as solidões, todos os sentimentos
Resumem-se em apenas uma palavra o amor.
O silêncio da solidão tem sons agradáveis e outros ensurdecedores dos pensamentos. Estar solitário é um aprendizado, com o tempo você descobre que sua companhia é agradável e que isso faz de você uma ótima pessoa para se estar com você mesma, após isso qualquer presença não te serve mais, um mal tratamento te incomoda e é inaceitável receber menos daquilo que você se dá ou já recebeu , solidão mesmo é estar ao lado de pessoas que não te fazem bem.
Não existe solidão, existem vazios que precisam de preenchimento.
A solidão é uma escolha, porque se observar verá que sempre tem alguém querendo você por perto. Ser ou estar sozinho, te faz valorizar as boas companhias, te faz enxergar o mundo pelo lado de fora.
Estar só, é ter toda a atenção que precisa voltada para você, bastando apenas se doar a si mesmo. Se dê a si.
MÃE
No silêncio de uma prece, digo seu nome sorrindo;
Amor que me conduz, me tira da solidão, ilumina meu caminho;
Nenhum sentimento seu me torna pequena;
Em seus braços apenas cresço, amanheço minhas emoções;
Você é minha força, minha fé, MÃE!!
As vezes tudo que preciso é um
pouco de silêncio, umas horas de
solidão, sentir as coisas,
entender o coração.....
"Na escuridão, no vazio da minha solidão ao som dos meus soluços eu encontro respostas para todas as minhas dores"
A solidão se concretiza no silêncio.
É a certeza de que só existe ar e concreto,
Entre sua alma e tudo a sua volta.
É o vácuo que pressiona nosso corpo
Contra matérias frias e duras.
Mesmo junto de tantas pessoas,
Mesmo quando falam com você.
A solidão pode ser tão presente,
Que até machuca perceber
A distancia entre o mundo e nosso ser.
Fiel companheira, silenciosa conselheira. Flerte com a solidão, a inquietação e a angústia. Poesia, desencanto e dor de todo santo dia. Vida sem sentido e vazio existencial. Seu nome: Melancolia
O autor precisa do silêncio porque a sua mente grita o tempo todo. Portanto, a solidão que tanto atormenta as pessoas, para nós é um alento.
O QUE
O que fiz ao silêncio para silenciar assim
me deixar silenciado no vácuo da solidão
tocar sem que eu possa ouvir o teu clarim
ruidar, abafando a presença no coração...
O que fiz eu a solidão pra tê-la no silêncio
quando lá fora até o vento se calou, enfim,
onde está a vida, que aqui respira pênsil
e emudece o cerrado num tom carmim...
O que é este silêncio, que se cala tênsil?
É "o que", em uma indagação sem fim...
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, julho
Cerrado goiano
olho o silencio que passa... perco o rumo da força e diluo-me inteira, indiferente à solidão dos anos que me levam...
Dentro de uma letra o coração bate pulsado. Em uma palavra tudo é solidão. No fim do texto seu beijo cala o silêncio barulhento da solidão.
Na solidão, me esqueço. E nos silêncios com as noites sôfregas, que são povoadas de desejos ávidos, me olho no espelho e me acho dentro do isolamento...
Não percebo os estímulos, não acalanto a ternura, que mora em mim... Não aquieto os meus temores de ser só... Com a solidão, poderei sair por aí, caçando afetos, aceitando sobejos, confundindo não estar só... Trocarei, em sonhos, bilhetes tristes e acordarei vazia de mim mesma... Me perderei na fragilidade, que é o lugar onde encontro a mim mesma...
Sairei, com os pés descalços, braços bem abertos, desviando-me do tempo, buscando por ternura, acolhendo afetos mendigados, para não estar sózinha...
Só para ludibriar o tempo, tendo a bravura, me manterei transtornada, só para enganar o momento e não ter que esperar a vida passar, assim mesmo...
Marilina Baccarat no livro "É mais ou menos Assim"