Solidão
Agonizando em silêncio.
Solidão profunda em meio à multidão.
Descontentamento à mostra.
Mãos frias e trêmulas, lágrimas me brotam.
Foto do perfil não tem companhia.
Cara amarrada com nó cego.
Estruturas abaladas, construção condenada.
Pensei em me mudar.
Mais como mudar de mim?
Tentei não mais escutar.
Mas a palavra que me atormenta vem de mim.
Desprazeres que um dia já foram prazerosos.
Sinto um enorme vazio por estar tão cheio.
Palavras inúteis, pensamentos sem valor, carinhos que me trazem dor.
Insaciável, um vampiro de carinho e amor.
Doença sem cura?
Remédio raro?
A imortalidade desejada torna-se um calvário doloroso.
Pensamentos imaturos, soluções banais.
Sem o plural o singular não tem tanto valor.
Penso em colocar um ponto final.
Mais tem paginas a escrever ainda.
Quem sabe este não é um livro de final feliz.
Muita maquiagem para esconder os buracos de solidão. Muita roupa bonita para esconder a falta de leveza e de certeza do meu caminho.
Esperança
Eu sou o sorriso sincero,
Sou o medo na solidão,
Sou a dúvida sussurrada,
E a resposta encontrada,
Sou a saída e a chegada,
Na mesma estrada,
Sou a luz na escuridão,
A ternura no coração,
Sou o sorriso da criança,
Eu sou...
A própria esperança!
"A maior solidão é a do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana. A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo, o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro" Vinicius de Moraes em Para Viver um Grande Amor (Companhia das Letras).
Eu existo nas profundezas da solidão,
ponderando o meu verdadeiro objetivo,
tentando encontrar paz de espírito
e ainda preservar a minha alma.
Na solidão de si mesmo ninguém pode fugir da voz de sua consciência que, quanto maior é o silêncio fala mais alto.
Agir de forma contrária, muitas vezes é solitário, mas não há solidão maior do que abandonar-se ou renegar- se em seus próprios atos.
Odeio saber que terminou. Odeio encarar a solidão de não ter mais pra quem me consertar. Odeio não ter mais por que me consertar. Odeio a liberdade de poder ser eu mesma. O tal do livre arbítrio nunca me fez feliz. Mas você sim, você me fazia feliz. E eu odeio ter que ser feliz sem você. E odeio a certeza de que você consegue ser feliz sem mim. Odeio a sua felicidade. Odeio a minha vontade que você seja infeliz. Odeio não saber ser feliz. Odeio querer que você volte. Odeio tentar te esquecer sabendo que não vou conseguir. Odeio não conseguir. Odeio tentar. Odeio odiar.
Querida Solidão,
...é inevitável, é incômodo e insuportável. Essa sensação de perda, frustração e incapacidade. É o medo, é a realidade e a conformação de que não há nada a se fazer além do óbvio. Isso nunca me agradou apesar de eu já estar acostumada, acho que a minha forma de estar acostumada é errada, talvez eu não deva me acostumar. Penso em maneiras de fazer isso parar, dar um fim nisso, mas eu entrei num caminho que ou eu fico incomodada todos os dias e noites, ou eu sofro por horas, todos os dias.
Às vezes me pergunto por que eu abri mão de você, minha Solidão, da minha dependência de você, já que eu não tinha que lidar com mais nada que não fosse você. Agora, tenho que aprender a lidar com a Paciência, com o Sofrimento, com os dias se arrastando e a sensação que nada que eu faço aos outros seja suficiente.
Devo desculpas à você, Solidão, que me acolheu sem pedir nada em troca além da minha presença. Deixei-a para viver uma vida que eu não sabia no que ia dar, e sinceramente, sinto falta de você do meu lado. Me desculpe, Solidão, por ter trocado você pela Ilusão. Espero que possamos ficar juntas de novo, um dia, mas por enquanto eu estou apaixonada pela Ilusão e não consigo sair disso, espero que você possa me perdoar.
Nós dividimos a espécie mais triste de solidão: aquela em que as outras pessoas do mundo só significam companhia em casos extremos e mais fazem volume num espaço pequeno do que preenchem alma.
Na solidão do tempo,vou esquecendo uma vida de sofrimento,de tristeza...
E nas voltas da vida, encontrei o carinho da tua amizade, que me aquece a alma e alegra o coração.
ILUSÃO
Aqui jaz apenas o silêncio mórbido em suas asas secretas banhadas a solidão
O pensamento se perde no crepúsculo, mais um dia está morrendo e no horizonte faz chuva.
Mais uma noite vem nascendo, mais um tormento se aproximando.
Das sombras eles começam a sair, com seus cânticos sombrios e suas vozes amarguradas
E o silencio é mais doente...
É só mais uma noite, penso, já passei por tantas,
Mas cada uma que nasce, parece desejar a minha morte, sempre parece a última
E é como se apenas eu pudesse vê-los, como se estivessem aqui só por mim...
É estanho, realmente é estranho...
E quando olho para o horizonte, agora sem forma e se misturando ao escuro do céu
Sinto meu espírito implorando para ir embora,
Todos os meus esforços são em vão.
E um sussurro avisa que será sempre assim, caso eu não saiba
Será sempre ilusão.
A sós ...
Como duas gaivotas
na solidão do céu,
em pleno mar,
sonhando no ar...
A sós
como duas mãos quando se procuram
e se encontram,
sem voz...
Como eu e tu
quando somos nós
a sós...
Vivo pacificamente em minha solidão, tenho desprezo somente aos que insistem em roubá-la sem poderem me oferecer nada melhor.
Solidão
Estou na solidão, mas não me sinto só.
Aprendi a conviver com ela, não por falta de amigos, mas porque preciso me conhecer.
Descobrir as coisas que gosto sem a necessidade de saber o porquê gosto.
Preciso me descobrir.
E não havia outro modo de conhecer-me;
se não estivesse só em minha companhia.
Olhei pela primeira vez e me vi por inteira.
Não diante do espelho, pois minha imagem sempre esteve lá, mas não era eu.
Foi na sombra que me vi pela primeira vez.
Eu sou essa que agora se expõe;
que se desnuda em palavras e mostra sua fragilidade.
Sou fraca quando preciso da força,
sou amante quando o que preciso é ser amada,
sou risos quando a lágrima desponta.
Eu sou a que cai, mas sempre levanto!
Desta maneira assim, descobri a minha mortalidade, a fragilidade, a simplicidade da minha vida.
Não sou o ontem, quiçá nem venha ser o amanhã, mas com certeza sou a urgência do hoje!