Sol
Com a alma ajoelhada
olho o céu, o sol, a vida!
Percebo os sons e os odores do dia.
Que benção! EU VIVO!
Nada me entristece,
tudo dentro de mim é alegria,
encantamento! Cika Parolin
Ele acordou com a claridade e o calor do sol que já invadia o quarto. Tentou uma leve carícia nos cabelos dela, mas desistiu para não incomodá-la em seu sono delicado. Levantou-se e foi fechar as janelas que ficaram entreabertas para que deixassem entrar a fresca brisa marinha que os acalentou durante a madrugada. A vista da praia apinhada de banhistas e o mar azul com tantos barcos de velas coloridas faziam a manhã tão bela como jamais estaria, pensou. Cerrou as cortinas e ligou o ar-condicionado, pegou o lençol e tentou protegê-la...
Como num golpe de jiu-jítsu ela o enlaçou com as duas pernas pela cintura e o jogou no meio da cama e por cima dele prendeu-lhe os braços dominando-o. Ele ali, subjugado, ria. Ria entre enternecido e surpreso: Enternecido por que isso é coisa de homem apaixonado e a surpresa foi por ela ter-lhe aplicado um perfeito golpe de jiu-jítsu sem jamais ter aprendido essa técnica. E por que ele ria, ela ria também.
Riam os dois. Um riso único, grande, superlativo, um riso encantado que só é permitido aos apaixonados e a paixão tem a soberania sobre todas as outras coisas. Do riso à excitação é uma tênue ponte que se transpõe com abraços. Ele deixou-se dominar enquanto ela ria, mas quando viu o brilho dos olhos dela aumentarem de intensidade e antes que as lagrimas da felicidade lhe derramasse no rosto, abraçou-a apertando contra si e inverteu a posição e com o mesmo movimento que as ondas do mar fazem nos barquinhos plantou nela uma ansiedade para descobrir o que eram aqueles apitos e os balõezinhos coloridos do outro lado do sonho.
A manhã continuava bela e colorida como sempre estaria...
Então isso é um novo dia nascendo
E todas essas pessoas na rua são encantadoras
e todo esse sol que queima o meu rosto
é o mesmo
que entra em sua janela
alcançando o seu corpo
adormecido
Tudo está tão bonito e simples
Embora não possa dizer o mesmo de mim.
Um dia te darei o céu inteiro com nuvens de algodão doce.
Sendo Tu o sol e Eu o pássaro bem-humorado, radiante, colorido e despreocupado, poluindo os teus dias com música de assobios alegres, fazendo os teus dias em todas estações dos nossos anos de vida.
Ensejo
És flor ao sol, doura tuas pétalas!
Em translúcido olhar d’alma
Pureza enfim facina
Agita, por fim acalma.
O que sinto é de tristeza imensa
Afoga, sufoca, relembra
Angustia e compensa
A alma de solidão.
Embarco em meu mundo
Me desfaço, me junto
Em pedaços de incerteza
Que me move, multidão.
Me perco no passado
No caminho, buracos
Meus dedos, teu medo
Seguro tua mão.
E em meio a incerteza
De viver, ou virar presa
Vitimismo inconsciente
No fim, morrerão.
Sê as pessoas te esquecerem no meio do caminho por estarem em seu mundo da lua, busque o sol e ainda que não o veja ele brilhar não desista à noite chega e lá estão as estrelas uma nova esperança de brilho.
Oh, minha dama! Sim, ele é infinito como o universo, às estrelas... É formoso como o Sol, ele é como o jardim mais perfumado do mundo, é puro como o coração de uma criança inocente, ele é eterno. meu amor é tudo isso por ti, minha dama!
VIVO
Vivo na luz porque o sol existe
vivo feliz porque o amor existe
Vivo na lua porque a noite existe
Vivo sem dor porque o perdão existe
Vivo no inverno porque o frio existe
Vivo na saudade porque existe o outono
Vivo no calor porque o verão existe
Vivo na luz porque existe o girassol
Vivo na esperança porque o sorriso existe
Vivo nas flores porque a primavera existe
Vivo no amor porque tu existes
Vivo na lua porque existem sonhos
Vivo sem relógio porque existe o tempo
Vivo sem mentiras porque existe a verdade
Vivo com música porque existe a melodia
Vivo das letras porque existem palavras
Vivo de versos porque existem poemas
Vivo de poesia porque existe o desejo
Vivo na terra porque existem os lobos
Vivo na serra porque existem as fragas
Vivo entre as palavras que formo por ti.
🌺 🌺2018
"...O novo sol róseo nascente de hoje
e o velho sol escarlate poente de ontem
são o mesmo sol. Fazer o novo acontecer
não depende do sol, mas de cada um de nós...!"
FILAMENTOS DE UM PÔR-DO-SOL ANDRÓGINO (*)
Admirava-o. Não perdi a admiração. Acredito que ela tenha aumentado. O bizarro, é que nunca cheguei a pensar como tudo havia acontecido. Eu era, testemunha ocular de um gesto que o personalizou, ainda que não tenha tido a intenção, seu trabalho bastaria, como bastou. Entre os estandartes da demência e da genialidade, fez-se eterno.
O vermelho deslizava-lhe pelo pescoço, avolumando pequenas poças, coágulos, gosmas, querubins malditos, formas mortas, abortos, abutres, assentados nos pêlos da sua barba. Seu olhar fixo, sem nenhum tremor, como se nada acontecesse, e não fora ele o autor, intérprete, diretor, cenário e palco do monólogo vermelho. A colcha que cobria a cama ganhava nova coloração e forma, pintura primitiva, esvaindo-se das minas da carne, viscosa e quente, contrastando à indiferença do seu olhar, parede e alcova, da emoção. O corpo demonstrando declínio ante a dor não exposta e fraqueza natural, quedou-se devagarzinho, de encontro à cama.
O instrumento cúmplice, banhado de vermelho, parecia um bumerangue aborígene, pássaro apocalíptico da trilogia da negligência. Nós éramos mórbidos epigramas do triângulo em gestação. Cortado pelo gélido pincel, foi-lhe a carne dividida, lembrando o pão da santa ceia, às avessas.
Ela estava arrancada dele, definitivamente separados. Não fiz nada. Senti que não deveria interferir. No entanto, não poderia abandonar aquele momento trágico e sedutor, sem pegar um souvenir.
Quanto tempo sonhei com aquela tarde no Louvre. Lá estava eu, entre dezenas de grandes mestres, todos fascinantes com seus estilos, e rupturas que marcaram época, contudo, queria encontrá-lo, devorá-lo ao vivo, longe das reproduções e slides, que durante anos foram companheiros nas salas de aula. Somente ele, nenhum outro, de tal forma, conseguia desequilibrar-me, colocando-me à deriva emocional. Diante da sua arte, caminhava entre as plantações de trigo, girassóis e moinhos. Nessa viagem, frenesi de quem parte sem ausentar-se, somente retornava a mim mesmo, quando os alunos em coro, chamavam-me.
Andando pelos corredores do Louvre, escarnavam-me o olhar babando as gosmas saborosas das retinas, Delaroche, Velasquez, Picasso, Gaugain, Renoir, Monet, que me provocou compreensível – breve – parada. Ele, de certa forma, bordava as lantejoulas do meu frenesi. Continuei a busca, com a certeza da sua proximidade. Subitamente, como se algo, chamasse-me a atenção, tocando-me às costas, virei-me, e o paraíso descerrou as cortinas – a luz amarela – estrela vésper da sua pintura, mergulhava na umidez vermelha dos meus olhos.
Ignorando as pessoas em volta, perdendo com mais intensidade a noção do tempo, ao êxtase tântrico pictórico, minha alma alada, já não era alma. Era um arco-íris pousando no útero da tela, onde fiquei, até que uma voz – sempre elas – trouxe-me de volta para o outro lado – a terceira margem do rio do tempo – ao insistir que estava na hora de fechar o museu.
Saindo do Louvre, meus olhos garimpavam o transe. Na indiscreta verticalidade do abismo, encontrei o metal cortante. Minhas náufragas, suadas digitais, revelaram a dissimulada atração. Ao guardá-lo, no bolso esquerdo da jaqueta, forte era a sensação de Ícaro, cujas asas a monotonia, não mais haveria de derreter. No balanço do meu andar, o metal batia e voltava sobre meu coração, como chibatadas, açoitando a dolorida ansiedade.
A uma quadra do hotel, resolvi parar num café, escolhendo uma mesa na calçada. Após a primeira taça de vinho tinto seco, vejo-me novamente em seu quarto. Ele com o instrumento em riste, no topo da orelha, não ousava dizer absolutamente nada. Quedou silente. Os músculos de sua face e seus olhos eram os mesmos bailarinos paralíticos, completando a alegoria do hiato, antecedendo ao gesto. Sua mão, única expressão de vida, desceu num frêmito impulso guilhotinador. Um desejo irremovível de amputar. Em queda, as gotas de sangue eram filamentos de um pôr-do-sol andrógino.
Sentado no café, o garçom perguntava-me se queria outra garrafa. Pedi a conta, ao mesmo tempo em que apalpava os bolsos da jaqueta.
Chegando ao hotel, peguei a chave, tomei o elevador. Dentro do apartamento, ouvi o farfalhar das asas de dois pássaros vermelhos, fui ao lavabo, postei-me frente ao espelho, retirando, primeiro do bolso esquerdo da jaqueta, o dócil e inofensivo cortante metal. Depois foi a vez do souvenir. Ao empunhar o metal sobre minha orelha, no canto esquerdo superior do espelho, Van Gogh, observava-me passivamente. No mármore do banheiro, a orelha de Van Gogh, já não estava sozinha.
(*) EUGENIO SANTANA é Jornalista, Escritor, Ensaísta, Biógrafo e Redator publicitário. Pertence à UBE - União Brasileira de Escritores. Colaborador da ADESG, AMORC e do Greenpeace. Autor de nove livros publicados. Gestor e fundador da Hórus/9 Editora e Diretor de Redação da Revista Panorama Goiano.
... e não importa como esteja o dia. O sol faz sempre a mesma trajetória. Mesmo que a gente não consiga enxergá-lo pelo mau tempo, ele ainda estará lá...
O Sol ainda brilha lá fora
Eu sinto que luz e calor
Não me pode alcançar
Corpo frio
Longe de tudo
Até mesmo da própria vida
Coração vazio
Nada mais prende mais atenção
Que a vontade de ir embora
Lá no fundo do quintal
O ruído, pouco mais que gemido
De uma alma chorando escondida
O desejo de orar me toma
Mas Deus não há
Há somente a vontade que implora
Com voz que ninguém pode ouvir
E agora?
Edson Ricardo Paiva
E lá ao norte nasce o sol,
E lá ao sul sul o sol se põe.
De lá de cima vejo o sol,
E lá de baixo vejo a lua.
Ambos são muito belos,
Lindos.
Mas nada iguala a beleza tua.
Da brisa leste que me sopra,
Ao vento oeste que me leva.
Da estrela que me guia,
Ao cometa que me carrega.
O amor que já vivi um dia,
Não e´de longe,
A paixão que me envereda.
O sol sob o céu azul
O brotar da grama
O verde vivo das folhas
O brilho chamativo das flores
Às formigas nos seus corre corre e etc...
Ha um chamado da natureza furiosa e gritante.
Com todos os seus batimentos cardíacos.
ah que vontade de acorda e ver sol nascer olha pro lado e percebe que posso recomeçar sem medo de falha pois através dos meus erro e lamentos me fazem capaz de todos os dias lutar em busca de acertos
“Perdido em meus pensamentos”na margem do rio.
Entardecendo
O sol se pondo.
Pense, tem sempre um pôr do sol, esperando para ser visto,
Uma árvore, um pássaro, um rio, uma nuvem.
A lua vai aparecendo
Tudo iluminando.
Com suas cores brilhantes
Enviando muitas energias
“Sentado a margem do rio”
Observando seus movimentos
O rio segue seu curso tranquilamente
Águas límpidas e translucidas
Vou acompanhando com o olhar
A sua corrente, calmamente.
Suave brisa, acariciando meu rosto.
Levemente.
Perdido em meus pensamentos
Escutando o barulho do silencio.
As folhas soltas ao vento
Vivendo, esse sublime momento.
Perdido em meus pensamentos
Viajo, junto com o vento.
Minha alma é leve
Vai onde a doce brisa da vida me levar
Quem sabe pelo caminho
Encontro um anjo.
Pedido em meus pensamentos
Levo minha vida em frente.
Sempre seguindo a corrente.
Autor: Edmundo Cavalcanti