Sol
A energia suprema de Deus não está no sol, que dá vida ao planeta, mas sim, no Sol da justiça, Jesus Cristo.
Como um banho de sol, rompendo as trevas, assim é a intensidade da luz de Deus nos caminhos dos santos.
O sol brilha para todos, mas nem todos querem a Luz de Cristo, cuja intensidade é infinitamente poderosa para salvá-los.
Como o dia em que o sol nasce e se põe, assim é a vida do homem que só brilha para si e por pouco tempo, para dar lugar à Luz de Deus para os que O buscam, os quais viverão eternamente.
Acaso pode o sol nascer sem propósito? A própria terra se ocupa da sua presença para descansar satisfeita por mais um dia vivido com a permissão do próprio Deus.
Assim que o sol despontar, aponte o lápis e comece apontar os seus horizontes e siga o brilho de sua confiança e não se desaponte, mesmo que tenha de passar por alguns montes antes do arrebol.
O Sol que nos aquece, a Força que nos sustenta e o Tesouro que nos enriquece é Jesus, a Fonte da nossa vida.
Tal qual o pôr-do-sol, assim é o descanso daqueles que erguem os seus braços em agradecimento a Deus pelo seu dia iluminado.
Sol e lua são astros bem diferentes e ambos trazem claridade e vida para a terra; assim também somos a luz do mundo e o sal da terra para trazer aos homens a luminosidade de Cristo e a transformação da matéria em instrumento útil a Deus.
Quando o sol aparece eu ponho um chapéu na cabeça; quando o Diabo aparece pela fala humana eu ponho Deus na memória e solto o Sol da Justiça em cima da cabeça dos outros.
TARDES DO CERRADO
É o entardecer no cerrado das tardes de todo dia
Solitário no silêncio, chega à noite e, o olhar tardia
Se tarde é, todavia, o tardar apressa a hora vazia
Enchendo de quimeras a noite que no céu sombria
E no breu do tal entardecer que a noite tão pedia
O sol no horizonte abrasa-se e o adormecer regia
Nos galhos tortos, recria, tal qual o poeta na poesia
Em um entardecer rubro, árido e de aspereza fria
Vem a tarde, chega à noite valsando em melancolia
Onde o vento entre as secas folhas no tardar rodopia
E o tempo e saudades no peito se fazem em sinfonia
Pra haver outra tarde, outra noite, haver outro dia
Sem saber se é pranto, choro ou remia que prazia
Adentro no entardecer do cerrado que a noite espia
Com seu luar gigante, reluzente que o denso lumia
Vai-se a tarde, num lusco e fusco, e a coruja pia...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Março, 2017, 18'00"
Cerrado goiano
A TARDE CAI (soneto)
A tarde fria, ressequida, no cerrado poente
Escorrega no horizonte escarlate de junho
Em brumas desmaiadas e tão lentamente
Deixando os suspiros como testemunho
Manso, e de uma realidade inteiramente
O entardecer tão árido e sem rascunho
Vai descendo pela noite tão impaciente
Silenciosamente na escureza antrelunho
E a tarde vai caindo, pelo céu vai fugindo
Presa na imensidão do anoitecer infindo
Esvaindo o sertão indolente e acetinado
Nesta tarde fugidia, as estrelas já luzindo
Cobrindo de melancolia, o sossego vindo
É a tarde que cai, lânguida, pelo cerrado...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
a diarista
já o lusco fusco chegando
com sua casca ressequida
o céu do sertão apagando
e as maritacas de partida
pela janela vai adentrando
silenciosa, está tal rapariga
espanando num desmando
sombreando, cheio de giga
tece a noite, vai-se o dia
finca estaca na imensidão
o canto da cigarra anuncia
o tardar, tolda a escuridão
o cerrado a noite cria
a melancolia recordação
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
segunda, outubro, 2019
Cerrado goiano
FEVEREIRO...
... majestade
verão, folia
fantasia a divindade
mês de alegria
confete e serpentina
batucada na esquina, simpatia
é CARNAVAL, saia da rotina...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
fevereiro 2018
Cerrado goiano
Sonhei que éramos levados pelas nuvens, acariciados pela lua, admirados pelas estrelas e aquecidos com o pôr do sol.
Mas, foi só um sonho.