Sol
Viver na sua sintonia, cantar a mesma melodia
E agradecer ao nosso sol, por ter você em baixo do meu lençol.
Cada dia traz consigo um milagre novo embrulhado no mistério das horas. Agradeça o milagre de hoje e tenha um dia feliz.
De repente, o sol surge resplandecente no horizonte e sem nenhum pudor ou vergonha revela a ousadia das cores, a sua surpreendente nudez crepuscular personificado de luz.
Há sensações em ser luz e sol
chuva ou nuvens a bailarem
ou cores do arco íris que distante
fazem todos os poetas sonharem
Que mesmo com frio o dia tenha a temperatura exata para aquecer ser teu coração, acordar a bondade e despertar tua ternura.
É tarde de brisa quente
Me seguras de um jeito gostoso, largo, solto
Deixas sempre uma brecha entre os dedos suados
Quase não quero, mas escapo
Observada por teus olhos
Rabiola de pipa assanhada
Rebolo longe, vou alto.
Tem dias que eu só peço que o sol apareça com toda a sua radiação fantástica e me surpreenda. Será que é pedir demais produção?
No sol e na chuva, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na luz e na sombra, na lama e no caos, alegria!
Escrevo a minha saudade porque tua ausência vem ferindo minha alma a cada dia em que o sol se põe e que a lua nasce...
Cada estrela é como uma lágrima quente e cheia de dor!
Pois você está em cada riso ausente, em cada sonho distante, como um tormento presente na escuridão que agora se segue em minha vida!
Os começos são dotados de uma vibração única de vida. Talvez por isso o nascer do dia seja tão mágico, tão cheio de energia, cores e encanto.
Fé é o único ingrediente que você precisa acrescentar na receita de um dia novo; todos os outros Deus já colocou.
Um rio, um barco, dois corações e um pôr-do-sol. Belezas que encantam os olhos, acariciam a alma e eternizam momentos!
O abrir e fechar da cortina do dia é um evento comum, meramente geográfico, até que as cortinas se abram para o nascimento do nosso sol interior e se transforme em milagre.
LEMBRANÇAS...
O dia amanheceu sorrindo
O sabiá laranjeira saudou
O sol se espreguiçando
entre as nuvens esparsas.
Nos campos o orvalho reluzindo
A névoa colinas descortinando
Aos poucos o ronco dos motores,
caminhões, e tratores.
Na pequena cidade
a caminhonete do leiteiro
e a sirene da fábrica
rompem o silêncio.
Ecoam as buzinas dos motoqueiros,
outrora eram arrojados vaqueiros
parrudos sertanejos, alguns truculentos
tangendo gado, abrindo porteiras.
Sem pressa, levanto, abro janelas
Esquento água, preparo o café
Espalho pão-de-queijo, acendo o forno
Relembro o crepitar da lenha.
O tilintar de copos, talheres, louças
alvoroça os cães, alegres, ruidosos
querem entrar, também disfrutar
do aroma, do calor da cozinha tosca.
O pensamento viaja, ligeiro
Corre solto pelas trilhas
Entre a mata cerrada
À beira dos córregos,
Desbravando nascentes.
Ressurgem detalhes nítidos
Cheiros, cores, sons do passado
Não muito distante, em especial
Aquela linda jovem, diáfana,
Olhos brilhantes, sorriso franco...
(© J. M. Jardim - Direitos reservados - Lei Federal 9610/98)