Sofrimento de Vida
Estamos vivendo mais tempo, porém apresentando mais doenças crônico-degenerativas, que causam dor, sofrimento, incapacidade física, mental e social, gerando mais custos e se tornando motivo de preocupação para nossos entes queridos e toda a sociedade. Viver mais tempo com qualidade de vida é o grande desafio.
Chegará o tempo em que vais olhar pra trás e ter a certeza que nada foi em vão, e que mesmo ante tanto sofrimento e dor...Ele estava sempre lá separando as ondas gigantescas para que conseguisses passar. Somos todos sobreviventes do Mar Vermelho, mesmo que nossas lágrimas nos afogue por dentro nesse náufrago e letargia chamado vida...
D'EXISTÊNCIA
Para viver, antes exista
Para existir, antes amor
Se preciso do teu amor para viver..
Renuncio a minha existência
E quando ela veio
Chegou sem receio
De mudar meu caminho
De tirar o meu medo.
Me fez incapaz
De olhar para trás
Fez viver minha vida
Sem haver tanto faz.
Se vejo teus olhos
Por dentro conclamo
Sejas minha, querida
Pois pra sempre te amo.
Tento me encontrar em cada frase que expresso
Tento buscar nas memórias quem eu sou
Tento olhar para trás e ver os caminhos que trilhei
Apesar de não descobrir nada, ainda tento...
Lembro-me de quando era pequeno
De quando tudo era ingênuo
Épocas passadas onde ainda não sabia o peso da angústia
Sem sentir essas dores de ansiar o futuro
Não aguento mais esse fardo de incertezas
Desse sofrimento de viver e não saber quem sou
Sou o homem que vive sem saber viver
Mas vivo querendo não morrer
Em um mundo visto de uma única perspectiva
A mais simples que eu mesmo criei
Parto rumo a qualquer coisa que eu possa crer ser real
Pois de um ponto chega-se a outro, e desse parte de mim!
Apesar de tudo, não encontrei minha doença...
Não conheço a minha cura...
Não consigo dizer nada sobre mim...
Esvaio-me então no que poderia me tornar...
Pois bem!
Contei a todos presentes como os homens são
O quão desamparado e só estão
E digo que não só a mim, todos somos iguais nesse mundo
Como cegos andarilhos sem destino traçado
Como barcos sem vela a navegar no mar aberto
Mas não se assolem! Pois ainda dizem...
Que alguém compreenderá a nossa mente, e poderá nos tirar desse paradigma!
Então respire e relaxe
Sente-se e reflita
Escute sua mente e diga o que te aflige
Pois como eu, te mostrarei como viver no seu próprio mundo...
Neuromielite.
Peste que meu corpo sofre leviano
Esgota minhas forças e o espírito
Condenando o melhor dado dever
Trazendo a tristeza como verdade!
Ó dia, que me calou, os olhos
Perdendo o sentido da evolução
Guiada como serpente enrolada
Surrante sobre o mês de setembro!
Fel é o poder que tem silenciosa
Se arrastando pelo cão, destruindo
Todo o meu ser como, besouro!
Não tenho medo, maldita neuromielite
Tampouco irei desistir de viver,
Pois viverei, e vós perfarás, acinzentada!
Último suspiro
Eu até tentei
Não desfocar
Tangenciar o olhar
Em linha reta
Eu até consegui
Tocar
A minha vida
Tendo-te no centro da esfera
O problema é que
O destino toma
A forma de devaneio
E vem pra te confundir
Desculpa
Não tenho culpa
Mas eu gosto de te ver cair
É que eu tentei
Ir contra
Os meus instintos
Mas você sabe
Sou mulher
Tenho meus desejos
Então cá estou
De volta
Ao meu bom vinho
E a estas boas noites
De sexo ruim
Entre bons beijos
E algumas doses de gin
Enquanto você aí
Me manda
Umas mensagens confusas
Umas rosas murchas
E um amor morno
Bem diferente
Do que eu sempre gostei
Como aquela água ardente
Na cabeceira
Da minha cama
Que desce quente
Queimando tudo
A mesma
Que você usou
E derramou
Entre soluços
Pra incendiar
E destruir meu mundo.
Thaylla Ferreira cavalcante {Lições sobre os vícios}
Controvérsias
Te escrevo esta lírica crítica poética
Como um tolo devaneio desta minha mente
Antes tão inerte, agora inquieta
Redijo substantivos e vocábulos
Tão mornos e oblíquos
Afim de encontrar acalento
À esta minha vida, morna e incerta.
De amantes a inimigos
Malditos escravos
De devaneios antigos
De estranhas aversões
Nossos nocivos estragos
Eu queria a calmaria
Do encontro das marés
Queria a melodia
Orvalhada dos ouropéis
Queria não ser tão estático
E poder não sentir
Essa minha dor
Mas não sei se queria
O privilégio de chamar-te de amor
No ápice de minha saudade
Houve um lapso temporal de desespero
Em que sem pudor ou medo,
Infligi a mim, uma dor de total desmantelo
Queimei-me a pele
Por não suportar o queimor que me aquecia por dentro
Meus epitélios pareciam desgrudar da derme
E seu nome não me saía da cabeça
A tu, eu perdi a sanidade.
Nem mesmo todo o tempo que passamos na estrada
Bastaria a compensar as horas que perdi delirando por ti
Queria não ter essa intensidade exacerbada
Mas das rosas que você me deu,
Sou a estragada.
Desvencilhei-me das lembranças tuas
Mas tua foto ainda está em minha cabeceira
Ainda sinto teu cheiro em pessoas alheias
Em minhas andadas rotineiras
Queria ter lembranças como as suas
Boas e puras
Mas nas minhas,
Só fomos dois inconsequentes
Cambaleando sob a linha tênue à margem da razão e da loucura
Beijei bocas das quais não lembro o gosto
Pousei em corpos estranhos, conhecidos e em tantos outros
Mas sempre foi você,
O fogo que me torna imune aos sopros
Estou numa bolha de inércia prestes a ser estourada
Meu mundo rosa tem coloração acinzentada
És parte fundamental desse caos instaurado em mim
E sem você, eu me resguardado
Nada mais vai ser cem por cento
Nada tem a beleza extraordinamente quântica
Linda, leve
Como teu sorriso e teus cabelos ao vento
Minha energia lasciva destruiu teu carro
E a minha sanidade,
Me trouxe os debates existenciais sobre a beleza da ida
Mas se eu não fosse azarada,
Não conheceria quem me ensinou a fórmula de resolução
Ou da destruição de minha vida
Toda a incompreendida chama que juravas ter
Era brasa molhada, fogo de palha
E agora, cobrança de saudade
Que só sobrou pra mim
Junto à esse romantismo ultrapassado
À imensidão de lirismo incompreendido
Você me trouxe de volta à monótona realidade.
Com a dor de ser o que sou,
Acabou.
Acabaram os vocábulos
Todos os numerados fósforos foram queimados
E apagaram
Só restou a fumaça
E a dor reconfortante de quem os segurou até o final.
Serei sua
Enquanto meus versos inconformados e desajustados
Insistirem em ser seus.
Thaylla Ferreira Cavalcante
Tudo normal
Não duvide quando digo
Que tenho-te como amigo
Desde antes do sol se pôr
Juro pelo frio que nos abraça
Que desfaço essa cilada em que nos colocou
Tudo que vejo é azul e sereno
As faixas amarelas da estrada são intermináveis
Misturam-se com meus pensamentos
Eu e você
Juntos num quarto pequeno
Que sem você meus dias são nublados
Que você rouba o sol e seus raios
Que o motivo de tudo tem teus olhos amendoados
Se já fiz-te inquilino
Dei-te abrigo
Implorei atenção
Você vive mergulhado
numa realidade alternativa,
ébria e pouco habitual
Afinal,
Esse é nosso normal.
Thaylla Ferreira Cavalcante {A}
Sobre o que parte antes da hora
O sangue é a vida e a morte
Perca-o, e você se perde
Encontre-o, e alguém você perdeu
- Todas as noites eu dormia com medo de ter te perdido na manhã seguinte
Promitente como o vinho
ao exalar o saber contido diante seus dizeres;
Entre o âmago do oeste ao coração presente,
ostentam os prantearem,
sem as chuvas, caírem entre nós.