Sociedade poesia
As pessoas são injustas, o mundo é injusto, enquanto houver dinheiro haverá ganância, enquanto houver poder haverá destruição, entre poucos ricos existem milhões de pobres, esse mundo é desigual enquanto uns comem uns morrem de fome, enquanto uns tem tudo alguns tem pouco, enquanto houver enquanto o mundo será desumano.
Nunca lhe diga para fazer ou deixar de fazer alguma coisa “porque você é menina”. “Porque você é menina” nunca é razão para nada. Jamais.
Não se limite a rotular alguma coisa de misógina – explique a ela por que aquilo é misógino e como poderia deixar de ser.
Um casamento pode ser feliz ou infeliz, mas não é uma realização. Condicionamos as meninas a aspirarem ao matrimônio e não fazemos o mesmo com os meninos.
A santidade não é pré-requisito da dignidade. Pessoas más e desonestas continuam sendo seres humanos e continuam merecendo dignidade.
A inveja não é você querer o que o outro tem (isso é a cobiça), mas querer que ele não tenha, é essa a grande tragédia do invejoso.
A pessoa deixa de realizar o seu potencial, consumida que fica pela inveja. E quase sempre a razão da inveja é imaginária, porque, como a inveja traz esse sentimento de inferioridade, você se sente o pior dos seres, o mais desprotegido, o mais carente de qualidade.
Quando pulamos de uma tela a outra, do celular para a televisão, de maneira automática ao longo do dia, esquecemos onde estamos. "Perdemos" nosso corpo ou a sensação de ter um. Somos tragados para uma realidade virtual, que, longe de nos saciar, em geral intensifica nossas carências e fragilidades emocionais.
Atualmente temos muitas respostas, nunca tivemos tanta informação sobre o mundo, sobre nós mesmos, como agora. O ponto chave é a prática. É preciso praticar, inserir esses exercícios na vida cotidiana.
Estamos sempre pensando no depois. Precisamos reaprender a estar presentes e atentos ao segurar um copo ou abrir uma porta, por exemplo. Estamos vivendo um mundo virtual. O desafio é perceber como o mundo real também pode ser bom e dar prazer.
O problema é que, ao ficarmos sozinhos, sem contas a prestar a ninguém, ficamos também à mercê das nossas emoções e dos seus caprichos e privados de uma das nossas maiores forças – o altruísmo. Já repararam no que o ser humano mais comum pode fazer pelos filhos, pela família ou por uma ideologia? Coisas que decerto nunca terá a força de fazer por si mesmo!
A competição é só civilizadora enquanto estímulo; como pretexto de abater a concorrência, é uma contribuição para a barbárie.
Pode-se não recordar os insultos; mas guarda-se deles um amargo de experiência, feia como uma cicatriz. E isso envelhece a alma, torna-a ruinosa e inútil.
Às vezes, aqueles que carregam os maiores escudos são aqueles que estão protegendo os maiores corações.
Sabemos tão pouco uns dos outros. Jazemos quase que submersos, como blocos de gelo, mostrando apenas a parte branca e fria de nossos eus sociais. Ali estava uma rara visão, por baixo das ondas, do tumulto e da privacidade de um homem, da sua dignidade posta de cabeça para baixo pela necessidade avassaladora de fantasia pura, de pensamento puro, por aquele elemento humano irredutível – a mente.
Não foi só a maldade e a intriga que fez as pessoas infelizes, foi também a confusão e o mal-entendido. Acima de tudo, foi a falha em entender a verdade simples de que outras pessoas são tão reais quanto você.
As mídias sociais tornaram-se local de disputa de narrativas e discursos de poder. Antes dos atuais movimentos sociais ganharem as ruas, eles precisam marcar presença no ciberespaço.
Tudo o que é necessário é lembrar, conscientemente, que precisamos incluir os outros em nossa realidade.
Comecei a questionar por que eu não podia fazer certas coisas, mas, tendo sido tolhida pelos meus pais, aprendi a me calar e aceitar. Só não aprendi a silenciar minhas dúvidas e os desejos.