Sociedade poesia
Detento da vida, escravo do amor
Veredas percorridas em letras e cor!
Não há sentido em nada enfim,
Que fuja daquilo que reina em mim:
As palavras, o som e a cor que desenham
Esse eterno jardim!
Prateleira cheia de livros de bela capa e ausência de pesquisa! Quais os seus critérios de "leitura" humana?
Não sei se sinto pena de quem apenas julga "livros pela capa" ou os livros, que não se abrem e só expõem a beleza superficial que tem!
Pensa que ganhar o coração das pessoas é tão fácil quanto "obter" likes? Tem que saber ler, se abrir, cuidar, esperar e respeitar as dualidades da vida.
Se não sabe, aprenda, senão acabará ali, jogado, preenchendo prateleiras alheias, empoeiradas e sem ninguém que o leia! Mais que solidão... isso se chama exílio!
LEITURA DO AMOR:
Há tantas formas de amar, mas as pessoas só valorizam a interpretação delas... e continuam sós! Isso o Google não vai traduzir!
Veneno é o excesso de cura numa dose só!
Não queira tudo de uma vez.
Não finja possuir o que não te pertence!
Seja simples...
Que vida é essa tão corrida, que nos preenche o corpo e nos esvazia a alma?
Plugue-se na grama verde, conecte-se as árvores, faça download da chuva, adicione-se de céu, bata um papo com passarinhos... tudo em off... offline!
Todos os conflitos racionais e todas as guerras sociais se findam perante a máxima do equilíbrio! Infelizmente não somos seres equilibrados e nossa balança só pende para o lado certo: O nosso!
O que é o terremoto, senão a Terra tentando se acomodar confortavelmente?
O silêncio é dialético!
Chega, põe a mesa, te chama pra sentar e sobre ela assenta todas as cartas. Entre uma fala e outra te leva da sensatez dos sábios á loucura dos marginais! Para te curar, para te moldar, para refinar teus verbos quando ouvida for a tua voz!
O silêncio é profético!
Um dia, aquele cara aprendeu! Se cansou de ser nivelado por baixo, contado junto aos que nada valem, mero senso comum!
Perguntado sobre os sentimentos, coube-lhe enfatizar:
- Não se preocupe. Não há outra! Apenas troquei você por mais de mim!
E viveu feliz para sempre, por inteiro!
O menino e o viajante
O amor sai por aí batendo de porta em porta, até que uma se abre e nela faz morada!
O menino se questiona porque tantas portas jamais se abrem, ao que o viajante diz: "Raros são os que interpretam os sinais do amor! O amor assusta, pesa, sufoca e cansa quem a ele não conhece. Para ele o amor é uma ameaça!
Todavia ao que espera, guarda e confia, o amor é como mar calmo, vento suave, brisa da manhã... seu coração já o aguarda com alegria!"
Põe em ordem tua casa e espera! Breve reconhecerás seu leve toque e não hesitarás em aconchegar em ti o tão bendito amor. Entenderás enfim que ele chegou pra ficar... na hora certa!
PRETEXTO
O consumismo não pode ser estimulado a pretexto da geração de emprego. O crescimento da produção deverá vir do reinvestimento do lucro e expansão do mercado através da oferta de novos produtos, com o objetivo de atender as novas necessidades da sociedade, que vive em constantes mudanças de comportamento, fazendo com isso geração de novas oportunidades para a produção.
Extintas nos querem, caladas preferem
Pelas madrugas, caladas nos matam e ferem
Pela notícia confere
Que o placar de altere
A cada minuto morre uma e vocês
querem que eu manere?
Quem vocês são? Dispenso sua permissão
Seu contrato de admissão é pouco
Ascensão, o topo, as minas no jogo
Não culpem Dalila pelos erros de Sansão
O que esperar de um País que se diz capitalista (e nunca mais socialista), nada menos que investimentos em estrutura: estradas, empregos, transportes, redução do custo da "energia" para ajudar o capital a retribuir em impostos e empregos.
É o tapete vermelho para que os investimentos externos aconteçam
O amor
O amor cansa
O amor irrita
O amor briga
O amor te traz saudade
O amor te faz ver a maldade
O amor permanece em qualquer idade
O amor te faz sorrir
O amor te faz chorar
O amor te faz sonhar e te faz dançar
O amor ta na crinança
O amor ta no idoso
O amor esta em todos nós
E isso deixa o mundo mais bondoso?
"Quando uma pessoa disser que te compreende, num ato seu que é desaprovado socialmente, pergunte a ela se procederia da mesma forma, se estivesse em sua situação.
Se responder que não, é porque, na verdade,
ela não te compreende..."
Será que é isso ?
O silêncio...
Será este o meu destino ?
A solidão ?
Mesmo depois de passar por tudo isso sozinho
Eu vou continuar assim ?
As pessoas me assustam
Ou será que eu as assusto ?
Viver sozinho, estar sozinho, até que não é tão ruim...
Pelo menos posso pensar sem me preocupar com os outros ao meu redor
Os outros não se preocupam muito comigo, será que eles sabem que eu existo ?
Será que eu vivo ? Ou apenas existo ?
Existir é um fato, o fato de eu exitir não existe, é como algo que está ali mas não pode ser visto
Só aqueles com a chave secreta pode desbloquear este objeto, que pode ou não gostar de você
Eu só mudo por aqueles que mudam por mim, ou por aqueles que me entendem
Eu não vou mudar só por que a sociedade quer que eu mude, eu sou eu, não vou ter uma personalidade que não tenho apenas por que os outros querem
Mas eu sei que tenho uma personalidade original, que eu posso chamar de minha personalidade, só preciso buscar ela, eu sei que ela está em algum lugar dessa mente bagunçada e desse coração confuso, mas ela está aqui !
A solidão não é nada mais do que a falta da própria personalidade, busque esse "eu mesmo" dentro de você, ele está lá
Basta procurar, não é algo simples, mas procure, pense "Porquê eu sou assim ?" pense no porquê de tudo e assim você encontrará a resposta, a resposta para todas as suas perguntas é uma só
E ela está dentro de você...
AS PESSOAS NÃO SÃO
As pessoas não se permitem mais.
Estão deixando de viver as melhores coisas da vida, as mais simples...
Escondem-se atrás de meias verdades, de meias palavras, de meias ideias, de meias pessoas.
Tornam-se escravas da imposição feita pela sociedade.
São aquilo que não são, aquilo que não gostariam de ser, aquilo que jamais serão. Elas não são.
Ouço vozes de todos os lugares
Mas não consigo ver ninguém
Todos em busca do que são
Ou simplesmente querendo ser alguém
Tudo parece abstrato
Sem forma, sem razão
Andam de cabeça baixa
Com os olhos fechados vivendo uma ilusão
Será que vivemos para ser
Se é que vivemos algum dia
Tudo é tão confuso
Que felicidade é confundida com alegria!
Poesia minha, inspirada no papo sobre sociedade com Ádila Barretto.
DESAJUSTADO SOCIAL
Eu rabisquei seu nome dentro de um coração
Num beco sujo da cidade
Mas me assustei e ocultei essa paixão
Num segredo com sete chaves
E de bem longe eu te vejo e explodo de emoção
Furtando meu mundo perfeito, assim como ladrão
Eu fico louco de desejo ,estranha sensação
De ver você,em meio a sombras geométricas
E eu me atirei sem rumo (e sem direção)
Numa fria chuva de Abril
E eu bem sei,até certo ponto"cê" tinha razão
Eu não me ajusto a sociedade
Um zé ninguém que sem trabalho vive num porão
Aos trinta e cinco de idade
Mas me conheço e me respeito com a mesma proporção
Do amor que eu sinto em meu peito e escrevo essa canção
E fecho os olhos quando canto em meio a multidão
Vejo você...naquela noite ela não estava não .
E eu me atirei sem rumo (e sem direção)
Numa fria chuva de Abril
Não existe algo que me pertença, nada que se ostenta
Só um punhado de poemas e meu violão
Também não sou do tipo de homem que pensa
Que possa valer a pena, uma mulher que se compra...
Até sonhei com a gente de mão dada no centrão
Vem da minha vida fazer parte
Mas acordei com a saliva fria num balcão
Foi tudo um simples disparate
O advento da poesia traz transformação
Com três acordes e a essência ensaio o meu refrão
E as luzes do palco da vida afastam a escuridão
Vejo você, num dia claro e lindo de verão
E não mais andei sem rumo (e sem direção)
Numa fria chuva de Abril.
A POESIA E A SOLIDÃO (B.A.S)
A poesia e a solidão sempre tiveram uma certa afinidade. O momento solitário sempre foi rico para o poeta, o filósofo e o místico.
Schopenhauer costumava dizer que a semana tem seis dias de sofrimento e um dia de tédio. As pessoas se escravizam demais no trabalho e terminam aprisionadas no tédio no último dia.
A nossa sociedade moderna perdeu a unidade, a mística, o olhar mais belo. Nos aprisionamos no capitalismo, liberalismo e outros "ismos". Com isso nos afastamos do utópico para reverenciar o "status quo". Como dizia o filósofo alemão Heidegger, nossa época é caracterizada pelo esquecimento do "ser". Nossas aspirações modernas são o "ter". Possuir cada vez mais e mais. Com isso um vazio existencial se instala em nós, destruindo-nos lentamente.
Precisamos acordar rápido para reavivar o Belo em nós. O homem moderno perdeu a capacidade criativa, gerada de si mesmo, perdeu sua identidade, sua singularidade, e mais, perdeu sua liberdade.
Valorizar a cultura, as artes, a criação espontânea, a religiosidade, a poesia são caminhos viáveis e alegres.
Enfim, as grandes mudanças ocorrem no silêncio, no vazio, na simplicidade. É preciso aquietar-se, mesmo que por um breve instante, e ouvir os versos que a vida nos dia. Dizia Rollo May: "Toda história do homem é um esforço para destruir a própria solidão".
(Bartolomeu Assis Souza, Jornal Lavoura e Comércio, Uberaba, 28/07/2001, Caderno Especial A-07)
