Sociedade
A política é o segundo pé de um ser humano. A eficiência e eficácia das estratégias que a edificam é sempre necessária para dar suporte na sociedade a caminhada do homem.
É triste ver o quanto as pessoas se acomodam, como a tudo se habituam, um dedo que aponto para mim também. Se tivéssemos um pouco mais de atitude e inteligência, o pior teria sido evitado.
Não é fácil ser um pacifista em tempos de repressão. Fazer a diferença sem pegar em armas. Manter o senso sem deixar que o medo cale nossa voz.
É incrível como amanhece cedo nesta cidade. A gente já acorda na pressa, com caminhão buzinando, cachorro do vizinho latindo, radialista contando a extensão do engarrafamento como se fosse final de novela. Mais uma estranheza à qual a gente se acostuma, mas que não precisava estar aqui. Bastaria alguém e força de vontade. Bastaria dizer chega.
A verdadeira medida do nosso caráter é o modo como tratamos os pobres, os desfavorecidos, os acusados, os encarcerados e os condenados.
Não sou um ingênuo nem um utópico; eu sei que não haverá uma grande revolução. Apesar de tudo, podem ser feitas coisas úteis, como indicar os limites do sistema.
O fato de não fazer nada não é vazio, tem um significado: dizer sim às relações de dominação existentes.
Nenhum livro é perigoso por si só, você sabe. Mas, historicamente, ler um livro de maneira errada já levou a consequências terríveis.
Já casou? Namorou? Sucesso? Se formou? Decidiu? Empacou?...
Mas nunca um "como você está?"
Nossa sociedade desaprendeu com o que realmente deve se importar...
Talvez não seja uma questão de ficar longe de problemas. Talvez seja sobre decidir em que lado da história você quer estar.
As possibilidades podem ser infinitas, mas a mente é limitada. As pessoas quase nunca contemplam opções fora daquilo que conhecem.
A verdade geralmente não é bonita. Não é inspiradora. Não se encaixa perfeitamente num quadradinho do Instagram.
A vida é inerente a uma certa fragilidade, que nos faz ter medo de sair de casa a noite, sabendo dos prováveis perigos, mas que afirma e nos faz saber o peso das suas decisões e a liberdade das suas ações.
Olhar para várias casas, se perguntar se aquilo são lares, ou moradias temporárias, ou se alguém decidiu que aquele era seu destino final. Se as pessoas estão recebendo o amor que merecem, se existe algum animal esperando pelo seu companheiro voltar. Talvez exista um casal brindando taças de vinho. Talvez alguém está com insonia precisando conversar.
Mas eu não quero saber, de fato, as respostas, só apreciar as possibilidades.
Isso está relacionado com a satisfação que desejamos, a constante busca por gratificação que nos escraviza.