Sociedade
Vivo, luto e falo muito mais pelas necessárias mudanças para a construção paulatina de uma nova sociedade mais justa em vida e em felicidade do que pela tosca, incorreta e pequena vaidade da titularidade de um mudo órfão pensamento.
Às vezes, aqueles que carregam os maiores escudos são aqueles que estão protegendo os maiores corações.
Sabemos tão pouco uns dos outros. Jazemos quase que submersos, como blocos de gelo, mostrando apenas a parte branca e fria de nossos eus sociais. Ali estava uma rara visão, por baixo das ondas, do tumulto e da privacidade de um homem, da sua dignidade posta de cabeça para baixo pela necessidade avassaladora de fantasia pura, de pensamento puro, por aquele elemento humano irredutível – a mente.
Não foi só a maldade e a intriga que fez as pessoas infelizes, foi também a confusão e o mal-entendido. Acima de tudo, foi a falha em entender a verdade simples de que outras pessoas são tão reais quanto você.
As mídias sociais tornaram-se local de disputa de narrativas e discursos de poder. Antes dos atuais movimentos sociais ganharem as ruas, eles precisam marcar presença no ciberespaço.
Tudo o que é necessário é lembrar, conscientemente, que precisamos incluir os outros em nossa realidade.
Comecei a questionar por que eu não podia fazer certas coisas, mas, tendo sido tolhida pelos meus pais, aprendi a me calar e aceitar. Só não aprendi a silenciar minhas dúvidas e os desejos.
As pessoas brigam entre si, matam-se, cada qual defendendo sua religião, quando ela deveria ser o meio da união.
Há pessoas que julgam todo o tempo, o tempo todo. Desconhecem que os defeitos dos outros são terríveis espelhos.
Eu acho que o problema, naquele momento, era minha incapacidade de lidar com a interação humana normal.
Ninguém escapa do passado. Vou dar um exemplo claro, a questão da escravidão. Tivemos um período prolongado de sistema escravocrata, espalhado por todo o país. Quem abrir qualquer jornal do século 19 verá escravos sendo vendidos, leiloados, penhorados, com seguro. Essa realidade está inscrita nos nossos costumes e no nosso vocabulário, sobretudo porque durante largo tempo lidamos com essa questão de forma envergonhada. Achava-se melhor não falar.
A maior lição é que, assim que se percebe um problema comportamental, é possível inventar uma solução comportamental para ele.
A sabedoria mundana ensina que é melhor para a reputação falhar convencionalmente do que ter sucesso de maneira não convencional