Sociedade

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Às vezes penso que devemos estar todos loucos e que vamos despertar para a sanidade em coletes de forças.

A vítima deveria ter o direito de terminar sua vida, se quiser. Mas acho que seria um grande erro. Mesmo que a vida possa parecer ruim, sempre há algo que você pode fazer e ter sucesso. Enquanto há vida, há esperança.

Hoje em dia, quem quer ser feliz, quando você pode ser o melhor?

Não pedimos por felicidade, apenas por um pouco menos de dor.

A diversidade promove a tolerância. Quando você não encontra pessoas diferentes, não percebe coisas, não percebe o quanto tem em comum com elas.

As pessoas boas fazem coisas pelas outras pessoas. É isso. Fim.

Metade das pessoas mente com os lábios; a outra metade com as lágrimas.

O mundo está cheio de pessoas solitárias com medo de dar o primeiro passo.

Os amantes e os loucos têm cérebros ardentes, fantasias visionárias que percebem o que a fria razão jamais poderá compreender.

O melhor antídoto que conheço para a preocupação é o trabalho. A melhor cura para o cansaço é o desafio de ajudar alguém que está ainda mais cansado. Uma das grandes ironias da vida é esta: aquele que serve quase sempre beneficia mais do que aquele que é servido.

O que realmente precisamos é de uma mudança radical na nossa atitude perante a vida.

Eu tenho aprendido a amar o sigilo. Parece ser a única coisa que pode tornar a vida moderna misteriosa ou maravilhosa para nós. A coisa mais banal pode ser deliciosa, se a escondermos.

Sempre penso em quão ridículo é um homem pedir a mão de uma mulher ao pai dela antes de pedir à própria moça. O pai não terá que viver com ele.

Dê-me inimigos honrados ao invés de ambiciosos, e eu vou dormir mais facilmente à noite.

A amizade é um comércio desinteressado entre semelhantes.

Desde cedo na vida eu aprendi que se você quer conquistar alguma coisa é melhor fazer algum barulho.

Dias sombrios...

Vivemos tempos difíceis. Tempos de superficialidade exagerada, ou, como definiu Bauman, de amores líquidos.

Nos dias de hoje, raros são os casos em que se observa uma amizade duradoura e sincera ou um relacionamento intenso e sólido ao mesmo tempo. São tempos de larga mudança nos valores sociais. A sociedade passa por uma de suas mais bruscas mudanças.

A velocidade com que a informação flui no mundo moderno, torna cada dia mais complexa a manutenção do que conhecemos por relações humanas. Pessoas são tratadas como objetos. Ao não terem mais serventia simplesmente descarta-se o supérfluo.

Valores éticos e morais que perduraram por séculos, cito como exemplo a ética kantiana – sintetizada em seu imperativo categórico -, tornam-se cada vez mais inviáveis de serem postos em prática.

Não vemos mais romantismo, o que vemos é a banalização da palavra amor em favor dos vários tipos de experiências superficiais praticadas pelos indivíduos hodiernamente.

Bauman fala de forma brilhante que:

"Para ser feliz há dois valores essenciais que são absolutamente indispensáveis [...] um é segurança e o outro é liberdade. Você não consegue ser feliz e ter uma vida digna na ausência de um deles. Segurança sem liberdade é escravidão. Liberdade sem segurança é um completo caos. Você precisa dos dois. [...]

Hoje, o que vemos na sociedade é a valoração excessiva do “o que você é”, no lugar do “quem você é”. Tempos de relações imediatas, pautadas no momento e no que podemos obter com isso. O imediato não existe mais, apenas o agora. Isso se aplica em toda sociedade. Seja no critério profissional, pessoal ou interpessoal.

A cobrança do que se tem ofusca a expectativa do que se poderá ser. O amanhã não mais existe nos dias de hoje, apenas o agora. A fluidez em que o mundo está embebido trouxe consigo uma mudança permanente no modo como a sociedade se desenvolve, e, na maneira como ela se desenvolverá. Um dia, a história lembrará deste momento, de uma época na qual o homem não mais é o lobo do próprio homem – citando Hobbes –, mas o homem tornou-se o fim em si mesmo. Estamos entrando na era do egocentrismo autofágico.

Ah, comigo o mundo vai modificar-se. Não gosto do mundo como ele é.

Nós somos todos loucos, toda esta raça maldita. Estamos envolvidos em ilusões, delírios, confusões, estamos todos loucos e em confinamento solitário.

Não se pode obrigar as pessoas a escutarem. Elas precisam se aproximar, cada uma no seu momento, perguntando-se o que aconteceu e por que o mundo explodiu sob seus pés.

Ray Bradbury
Fahrenheit 451. São Paulo: Globo, 2012.