Sobre Debate
Os essencialistas passam o maior tempo possível explorando, escutando, debatendo, questionando e pensando. Mas essa exploração não é um fim em si. Seu propósito é discernir as poucas coisas vitais das muitas triviais.
Quem conhece apenas o seu próprio lado do caso (argumento) sabe pouco disso. Suas razões podem ser boas e ninguém pode refutá-las. Mas se ele é igualmente incapaz de refutar as razões do lado oposto, se ele não sabe o que são, ele não tem motivos para preferir qualquer opinião
Ao discordar de mim, você está provando que temos visões diferentes sobre o mundo e já que você concorda comigo, podemos encerrar essa discussão.
O pior tipo de pessoa da qual você pode debater um assunto é aquele que utiliza-se apenas de senso comum, achismos e opinião própria sem fundamentar nenhum argumento baseado em estudos e evidências, ou pior, aquele tipo de pessoa que defeca agressões e provocações.
No final das contas você percebe tudo o que fez foi papel de tolo diante de tais fatos, como se ousasse discutir com uma criança ignorando sua própria lógica e diminuindo-se à idade mental da mesma.
À essa altura da minha vida eu já devia ter aprendido isso.
Por que embora munidos desse conhecimento muitas vezes insistimos nesse erro?
Estupidez ou apenas narcisismo de nossa parte por nos recusar a ficar em silêncio diante de tais falácias?
Para fazer a mudança não é preciso estabelecer uma revolução, mas é necessária a provocação! Um revolucionário apenas cria o embate onde dois lados se confrontam, o provocador estabelece o debate, onde todos os lados se encontram.
Em termos do princípio da discricionalidade, o poder executivo pode escolher fazer uma coisa ou outra desde que isso esteja em conformidade com a lei, e consoante às suas vinculações. Isso quer dizer que o que nós podemos criticar é apenas a forma das escolhas administrativas do Estado, onde, por exemplo, o Estado abriu poucas escolas, poucos tribunais, onde deveria abrir mais, ou fazer mais. Não está em jogo a sua legitimidade parlamentar ou a legitimidade de governar.
Isso que dá colocar marionetes sem autonomia na bancada de um jornal de tamanha audiência. Só arrogância não conduz bons debates!
A incitação ao pensamento filosófico pressupõe uma via de duas mãos, afinal, se em uma conversa orientada à reflexão os indivíduos fazem, cada um, um monólogo semi-interativo, onde há uma cusparada bilateral de ideias, sem sequer ter espaço para os pontos de reflexão apresentados pelo outro serem objetos de pensamento, temos que esta dita conversa não pode ser considerada "reflexiva". Algo assim se torna uma guerra cega, travada através de palavras, tendo como sua justificativa o "eu estou certo", e como seu fim a perda do respeito pelo outro.
Professores no sistema, reduzidos a analfabetos funcionais, por alunos ativistas de causas alheias: Fazendo de qualquer tema um torturante debate. Pobre aula de filosofia.
Não há argumento contrário (especialmente aqueles emitidos com os olhos vidrados e a boca espumando) que resista a um "Muito obrigado por sua opinião. Boa noite!".
Não tenha medo de falar o que pensa. Muitas vezes, pessoas autênticas e verdadeiras passam por antissociais por ter coragem de exporem suas ideias... Quando essas pessoas se calam, quem perde é o mundo, pois a evolução só acontece quando pontos de vista diferentes podem ser respeitosamente debatidas.
Ao ouvir anúncios sobre debates entre candidatos, fico com a sensação de que nos próximos serão anunciados o resultado da pesagem, o juiz, a quantidade de rounds e que cinturão estão disputando. Afinal, anunciam como "enfrentamento", não como realização.
A internet é uma terra estranha onde seres que nunca leram um livro na vida são extremamente capazes de opinar sobre tudo.
É tolice pensar que se pode vencer o tolo em uma conversa, é mais sábio correr da sua falácia em quanto se pode.