Sobre a Velhice
Enamorar-se não é um sentimento fácil, momentâneo, passageiro; é um processo lento e, requer sabedoria, autoconhecimento e, acima de tudo sensibilidade. Enamorar-se é ser capaz de enxergar em nós mesmos a beleza que o tempo não rouba, a beleza peculiar a cada idade nossa.
Mirror de alma
De longe avistei um senhor elegantemente vestido. Olhar sereno, gestos sutis, andar lento, de quem mesmo sem sentir, carrega o peso de uma vida nas costas. Apoiava-se em sua bengala, com refinada luva de couro e ponteira reluzente de prata, como se tivesse acabado de ser polida
Aproximou de mim com cautela, com uma tranquilidade de espantar, e serenamente me sorriu. Um sorriso amplo, leve, lindo. Um sorriso azul de dia de sol.
Os lábios um tanto rígidos pela inexorável ação do tempo, não foram inflexíveis o bastante pra encobrir a limpidez daquele sorriso menino. Sorriso que denotava uma alegria suave, livre e contagiante. Alegria de gente pequena, gente que cresceu só por fora, gente assim meio mágica, dessas que nem mesmo o tempo se atreve a tocar em sua meninice encantada.
A alegria de viver torna a alma leve, diminui o peso insuportável que os anos colocam sobre as costas do idoso.
A vida tem um jeito lindo de nos mostrar que por mais que a gente viva, ninguém nunca sabe nada. Quando a maturidade chega e a gente acha que aprendeu tudo, logo em seguida chega a velhice, fazendo com que a gente esqueça tudo.
Chega uma certa idade, que as coisas que mais ambicionamos, são as que não podemos mais conquistar.
Ninguém fica velho porque viveu X anos ou y anos. As pessoas ficam velhas porque perdem o encanto pela vida. As pessoas ficam velhas porque olham para a vida com o olhar viciado de quem vê sempre as mesmas coisas. É no olhar que mora a idade de uma pessoa e não na quantidade de anos que ela viveu. Enquanto houver brilho no olhar, a velhice não ousa se aproximar.
Envelhecer não é um problema, muito pelo contrário, é um privilégio. O grande problema é envelhecer antes de ficar sábio.
Sinto que estou a crescer, quando lembro o meu passado, mas o unico problema que vou enfrentar na velhice é de não conseguir esquecer a minha joventude. Furucuto 2018
Só tem uma coisa que eu particularmente chamo de velha: São as convicções absoletas sobre a vida e sobre o mundo!
Ao notar as rugas de quem estiver ao seu redor, acostume-se... Se Deus te permitir, você também irá tê-las, implacavelmente!!!
Um pensamento óbvio: aqueles que não envelheceram são aqueles que morreram cedo.
_________Paz & Compreensão_
Sim
Não basta apenas envelhecer, é importante também aprender a envelhecer com elegância.
___________Autoestima & Benevolência__
Sim
❤🌹
Envelhecer é inevitável, mas manter-se aberto à mudança é essencial.
Em um mundo em constante evolução, o maior perigo reside em tornar-se mentalmente obsoleto.
A capacidade de refletir sobre o passado e adaptar-se para o futuro é fundamental.
Reconhecer a necessidade de novas atitudes diante dos desafios contemporâneos é imprescindível para a atualização constante de nossas ações.
AMIGOS ETERNOS
Muita gente já passou
Ao longo da caminhada,
Um colega de trabalho,
Um vizinho de estada.
Mas amigo para mim
É quem fica até o fim
De toda nossa jornada.
O adulto é uma criança
Só mais experimentado
Faz a mesma brincadeira
Que fazia no passado
A velhice é só externa
Pois a infância é eterna
Tempo nunca acabado
DOLOROSA VIA
O tempo me fez velho e derreado
Já não respondo aos vários limites
A vida agastada perdeu os convites
Os sonhos de mourejar hão curvado
O corpo na ação perdeu o apetite
E assim vou num choroso estado
De lamúria triste e olhar cansado
Enfraquecido na força sem rebite
E o insistente querer, ainda espera
Da vitalidade, poesia e viva quimera
Para velejar nas nuvens da ventura
Nestes trilhos deixo o carril da sorte
Até que eu baste no portão da morte
E vá estar na paz lúgubre da sepultura
Luciano Spagnol
Junho de 2016
Cerrado goiano
Parodiando Pe. Antônio Tomás
MOCIDADE JAZ (soneto)
Mocidade em mim, em simpatia
A sua lembrança já é sem graça
Na arena, silêncio, pouca galeria
E já tão distante, saudade, lassa
Nesta morrinha, de lado a ideologia
Pois, acima ou abaixo, tudo passa
Apressadamente, serventia é ironia
Velhice, prudente palavra: desgraça
Nos licores de prazer, só mitologia
As perdas já fazem parte da vidraça
Do fado, e o entusiasmo na periferia
Porém, nem tudo é ledice sombria
Curtir a paisagem e brindar a taça
Do viver, dizer não, fazem a alegria
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano