Sobre a Velhice
Quando a velhice chegar
Quando a velhice chegar
Tenho que estar preparado
Posso ser discriminado
Problemas vou enfrentar!
Quando a velhice chegar
Não é motivo para desespero
Não podemos ficar com medo
A fase não é de lamentar!
Quando a velhice chegar
Não quero morrer de tédio
Mente sã é o melhor remédio
Os sonhos não podem parar!
Quando a velhice chegar
Estarei com mais sabedoria
Devemos sentir alegria
Muitos não chegarão em nosso lugar!
Quando a velhice chegar
Quero continuar trabalhando
Aos jovens estarei ensinando
O velho ainda pode ajudar!
Na infância são jogadas na terra e espalhadas no ar as sementes que vão nascer na velhice; de gratidão ou de insatisfação com o sabor amargo das lamúrias.
Te amo profundamente desde a minha juventude. Na minha velhice o amor que sinto por ti me mantém sempre jovem.
O bom da velhice é que ao atingirmos ela estamos preparados para partir, na certeza que vivemos o necessário.
44. A velhice é o tempo onde com clareza o ser humano consegue enxergar e sentir com precisão o impacto da utilidade. Depois de anos e anos de luta pela vida, sendo útil para filhos, parentes e amigos, o homem chega a maturidade, a velhice, momento em que aposentado, sem ter mais tanta importância no ato de servir, pelo contrário, agora surge o instante em que é chegada a hora de ser servido, vem, então, a dura realidade o da dura dependência de ser levado para um banho de sol, de não ser ali esquecido e até mesmo de uma pessoa que disponha de alguns minutos para uma conversa.
VELHICE
Aos poucos a velhinha foi sendo jogada par um canto do mundo
e foi se apequenando cada vez mais
humilde
para caber nele
e não incomodar a ninguém
com o que resta da sua presença.
Seria uma agonia tremenda a antessala da morte, se não tivéssemos o estágio da velhice, com mil motivos, para desejar morrer.
SESSENTA
Já fiz sessenta
Agora sou adulto
com formação de velhice e tudo.
É... Cheguei aqui, estou vivo sim!
E tudo que aprendi...
Aprendi com o mundo.
Apanhei de palmatória...
Meu pai, mina mãe, não passavam
a mão sobre a minha cabeça,
e hoje eu agradeço-os, pois com isso...
Aprendi a ser da hora
e não dá cesta.
Penei com meu indulto de vida, mas
aqui, poderei ampliar a maluquice
... Ser velho, é querer ser jovem criança...
Até brinco de esconde-esconde
pena que hoje, a minha
parceira, é a tão esperada saúde.
Aprendi a temer a esperança,
voar na paranóia...
D'aquilo que hoje tornou-se grude.
Recebi um bilhete do presente...
Usando óculos de graus,
e mãos tremulas...
Eu li as cláusulas dos meus apegos...
Minhas manias
meu tempero curto
o silencio p'ro meu pensar...
E o chorar pelo viajar
dos novos defuntos.
O bilhete me chamou de museu
e ainda disse que as coisas...
As minhas coisas!
São misturas, mais que eu.
Ora bolas... Mas que bilhete audacioso!
Eu já fui criança, jovem feliz,
Ao comer, já mordi, pedaço de carne
segurando-o com, as minhas mãos...
Já brinquei de bola de gude,
já tive pião, estilingue, bola peteca
já pulei corda muro amarelinho
já rascunhei o mundo
apenas com um pedaço de giz.
É... Já fui feliz, sim, sim!
Muito feliz.
Antonio Montes
Na adolescência e na velhice, o ser humano é guiado por objectivos moldados à base das lembranças da juventude e da sua infância.
deve ser bom chegar até a velhice com espírito de criança, só não pode chegar até a velhice pensando que os desenhos estão atrás da tela.