Sobre a Velhice
NUNCA DEIXE QUE OUTRAS PESSOAS COMANDE A SUA VIDA, SUAS AÇÕES, PARA QUE NA SUA VELHICE, VOCÊ POSSA OLHAR PARA TRAZ E DIZER! FIZ TUDO O QUE QUIS FAZER E FUI FELIZ. ENTÃO VOCÊ PODERÁ CONTAR A SUA PRÓPRIA HISTÓRIA.
O único consolo que temos na velhice é saber que, aqueles que hoje são novos, amanhã provavelmente serão velhos.
Quando a velhice chegar
Quando a velhice chegar
Tenho que estar preparado
Posso ser discriminado
Problemas vou enfrentar!
Quando a velhice chegar
Não é motivo para desespero
Não podemos ficar com medo
A fase não é de lamentar!
Quando a velhice chegar
Não quero morrer de tédio
Mente sã é o melhor remédio
Os sonhos não podem parar!
Quando a velhice chegar
Estarei com mais sabedoria
Devemos sentir alegria
Muitos não chegarão em nosso lugar!
Quando a velhice chegar
Quero continuar trabalhando
Aos jovens estarei ensinando
O velho ainda pode ajudar!
Na infância são jogadas na terra e espalhadas no ar as sementes que vão nascer na velhice; de gratidão ou de insatisfação com o sabor amargo das lamúrias.
Te amo profundamente desde a minha juventude. Na minha velhice o amor que sinto por ti me mantém sempre jovem.
Sabedoria da velhice
Seu Juventino era meu vizinho de apartamento. Era, porque faleceu. Sua única filha, solteira por opção, trabalhava fora o dia todo, e sua esposa, dona Norma, é quem ficava com a obrigação de cuidar do homem que no passado fora um empertigado militar, mas que devido a um câncer no cérebro deitou-se um dia e não conseguiu mais levantar. Quando dona Norma saía para o mercado vinha a minha porta e pedia: ‘pode olhar o Juventino um pouco?’ Era uma mulher admirável essa senhora. Em cima de seus setenta anos era mais forte que qualquer um. Em corpo e espírito.
Quando eu chegava para ‘olhar’ o doente, sentava a seu lado e ele, ainda muito lúcido apesar das dores, desfiava a falar e falar, quase um monólogo. Eu o deixava ir em seus devaneios de doente que não tem muito com quem conversar.
Uma das coisas que Seu Juventino gostava de repetir era, que os velhos como ele, a cada dia deteriora algo. Toda manhã percebia alguma coisa deixando de funcionar direito. É claro que um pouco pela doença. Mas a maior parte pela velhice e inanição. ‘E o pior é que as pessoas acostumam com isso’, ele dizia. Um dia um zumbido no ouvido, outro uma dor no joelho, e às vezes até surdez. Vão perdendo a audição devagarzinho, e quando dão por si estão surdos e nem sabem como foi. A cegueira também. ‘Já vi muito velho cego e surdo e nem sabe que é’ ele falava quase sussurrando. Eu ria muito com suas conversas, mas tenho que admitir ser a pura verdade. Velho não gosta de ser velho. Mulher então! Nem pensar! Depois que faz quarenta esquece-se de fazer aniversário pelo resto da vida. Pelo menos a maioria delas.
Agora, verdade seja dita, não acontece só com os velhos não. A pessoa entra na cozinha para fazer alguma coisa e esquece. Aí lembra que tem de fazer algo na sala, só que quando chega lá não lembra mais o que tinha que fazer. Coloca o celular no bolso e sai pela casa à procura do tal que não sabe onde o deixou. Passa a procurar a chave do carro e acha o celular no bolso, mas aí não sabe mais onde está a chave do carro. Velhice? Coisa nenhuma! Todos se esquecem um pouquinho das coisas.
Seu Juventino gostava de lembrar-se de seu tempo no Exército. Tempo bom era aquele! Corrida por três horas a fio pelas ruas comandando um pelotão de rapazes fortes e saudáveis. Subindo e descendo morros. Pulando obstáculos e caindo no rio para travessia a nado. E ele não cansava. Os jovens sim.
Nunca falava sobre sua doença. Não gostava. Afinal, fora ela, a doença traiçoeira que o deixara fora da vida por quase dez anos. Dez anos de sofrimento.
Quando ele morreu fiz um pequeno poema em sua homenagem. Dona Norma mandou inscrever na lousa de seu túmulo. ‘Ele vai ficar feliz’, disse-me ela. Assim espero. Porque lá eu disse o quanto era importante ser velho e sábio como ele fora. E que amigos não se escolhe pela saúde, cor ou religião, mas pelo conteúdo da alma.
E velhos não são os que têm muita idade. Velhos são os que não acumulam sabedoria. Em qualquer idade.
Perdida na escuridão da noite.....
Tento encontrar o meu caminho de casa...
A velhice está a chegar....
Grisalha.....bela.... e sonolenta..
Ao pé da lareira....pego num livro...
Quero abraçar ...
Para nunca deixar este paraíso....
Assim ninguém.... poderá ferir a minha alma.....
Leio o livro sem pressa....
Sonho...
Com as lembranças...de outrora.......
Sombras profundas.....
Memórias...que encontrarei nalgum lugar...
O dia da minha morte
Onde libertará a minha alma....
Então saberei quantos....
Amaram-me com sinceridade....ou não......
Atravessei montanhas bem distantes...
Perdi-me na escuridão.....
Mas encontrarei nalgum lugar...
A liberdade da minha alma...!
Você pode correr de todas suas maldades feitas, mas a velhice nunca esquecerá de apresenta-las novamente.
“O espírito jovem não se curva ao peso dos anos nem ao desalento. E neste caso não é velhice mas juventude acumulada.” (Edir Araujo)
Feliz é o homem que não conheceu a velhice, essa miséria insidiosa, que sorrateiramente, aflige todo homem. Edir Araujo
VELHICE.
A velhice é o amadurecimento das experiências vividas e o descanso merecido do corpo, para a preparação da alma ao encontro com Deus e a Eternidade.
A velhice
Encurvando o corpo, adoecendo a alma, os anos levam o ser ao esquecimento, ao abandono, desgastando a vontade de viver. Alguns sentem a tristeza de não ter ninguém que os anime que os assista, que os ame. Isso faz da velhice algo que deprime e enruga também o coração. Passos na estrada, passos de tristeza e solidão.