Sobe e Desce

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A vida é um calvário. Sobe-se ao amor pela dor, à redenção pelo sofrimento.

O mundo é como uma escada: um homem sobe enquanto outro desce.

Se o poderoso cai, somem até favoritos. Se o pobre sobe surgem amigos irrestritos. E até aqui o amor segue a fortuna, eu digo: A quem não precisa, nunca falta um amigo. Mas quem precisado prova um falso amigo, descobre oculto nele um inimigo antigo.

Quem de vós pode, ao mesmo tempo, rir e sentir-se elevado?
Aquele que sobe ao monte mais alto, esse ri-se de todas as tragédias, falsas ou verdadeiras.
Corajosos, despreocupados, escarninhos, violentos ― assim nos quer a sabedoria: ela é mulher e ama somente quem é guerreiro.

Escadas de caracol
Sempre
São misteriosas: conturbam...
Quando as desce, a gente
Se desparafusa...
Quando a gente as sobe
Se parafusa
(...)

O Sono

O sono que desce sobre mim,
O sono mental que desce fisicamente sobre mim,
O sono universal que desce individualmente sobre mim —
Esse sono
Parecerá aos outros o sono de dormir,
O sono da vontade de dormir,
O sono de ser sono.

Mas é mais, mais de dentro, mais de cima:
E o sono da soma de todas as desilusões,
É o sono da síntese de todas as desesperanças,
É o sono de haver mundo comigo lá dentro
Sem que eu houvesse contribuído em nada para isso.

O sono que desce sobre mim
É contudo como todos os sonos.
O cansaço tem ao menos brandura,
O abatimento tem ao menos sossego,
A rendição é ao menos o fim do esforço,
O fim é ao menos o já não haver que esperar.

Há um som de abrir uma janela,
Viro indiferente a cabeça para a esquerda
Por sobre o ombro que a sente,
Olho pela janela entreaberta:
A rapariga do segundo andar de defronte
Debruça-se com os olhos azuis à procura de alguém.
De quem?,
Pergunta a minha indiferença.
E tudo isso é sono.

Meu Deus, tanto sono! ...

Álvaro de Campos
PESSOA, F. Poesias de Álvaro de Campos. Lisboa: Ática. 1944 (imp. 1993). p. 82

Orgulho! desce os olhos dos céus sobre ti mesmo, e vê como os nomes mais poderosos vão se refugiar numa canção.

A paciência dos povos é a manjedoura dos tiranos.

Se o amor é fantasia, eu me encontro ultimamente em pleno carnaval.

Toquinho e Mutinho
Trecho da letra da música "Escravo da Alegria", composta por Toquinho e Mutinho.

O segredo da criatividade é saber como esconder as fontes.

C. E. M. Joad

Nota: A citação costuma ser atribuída a Einstein, mas não há fontes que confirmem essa autoria. Acredita-se que seja uma adaptação de uma citação de Cyril Edwin Mitchinson Joad, feita em 1926.

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Comecei uma dieta, cortei a bebida e comidas pesadas e, em catorze dias, perdi duas semanas.

Quem quer matar a sede não procura entender a fórmula da água.

Um ateu é um homem que não possui meios invisíveis de apoio.

Odiar as pessoas é como atear fogo na casa a fim de se livrar de um rato.

O primeiro passo para conhecer-se é desconfiar de si mesmo.

Todos os homens sonham: mas não do mesmo jeito. Aqueles que sonham de noite nos recessos empoeirados de suas mentes acordam no dia seguinte para descobrir que seus sonhos eram vaidades: mas aqueles que sonham de dia são homens perigosos, pois podem atuar em seus sonhos com os olhos abertos para torná-los realidade.

T. E. Lawrence
Os sete pilares da sabedoria (1926).

Ninguém sobe tão alto como quem não sabe para onde vai.

Quanto mais alto se sobe, mais longe é o horizonte.

O grito do pobre sobe até Deus, mas não chega aos ouvidos do homem.

Estrada de Fogo

Pedra a pedra a estrada antiga
sobe a colina, passa diante
de musgosos muros e desce
para nenhum sopé;

encurva, na abstracta encruzilhada;
apaga-se, na realidade. Morre
como o rastilho do fogo,
que de campo em campo aberto

seguia, e ao bater na mágica cancela
dobrava a chama, para uma respiração,
e deixava o caminho do portal
incólume e iniciado.