Síntese
Minha vida é como a simples síntese dos períodos das escolas literárias. Começa com classicismo e termina com o período contemporâneo. Estou seguindo a cronologia dos períodos, entretanto, minha vida ainda não acabou, estou a caminho do pré-modernismo, dizendo-se assim que estou em realismo, naturalismo, parnasianismo e simbolismo... tudo é extremamente voraz, não há visão romântica, olho o real e o mostro aos outros, tenho meu jeito ourives de ser e o uso de a arte pela arte.
SÍNTESE DE NÓS
Algumas
vezes -
serenos,
pacíficos...
Outras
vezes -
nervosos,
agressivos!
Somos
um
misto,
afinal,
de brisa
e vendaval!...
As obras de arte em pequenos formatos são muito mais a síntese da objetividade, a expressividade da complexidade compacta encontrada para estigmatizar uma ideia como um todo do que espontâneos trabalhos de menos valor por diminuição da plataforma como se fosse uma brevidade de um menor processo criativo.
Particularmente gosto muito dos pequenos formatos, pequenos frascos, pequenas pétalas, pequenas poesias com poucas palavras. Parece me que toda grande ideia, magistralmente surge automaticamente de um breve rabisco. Como se a divina inventividade perfeita não tivesse muito tempo ocioso para muitas elucubrações,tentativas e experimentos.O que é, mesmo de forma simples geralmente já nasce feito.
Eu
creio
que o amor,
o amor verdadeiro,
não desfruta do poder
da síntese, de modo que
falar sobre o amor ou pior,
tentar explicá-lo em algumas
linhas, é nada mais do que dar um
começo e fim a algo que tem o interior eterno.
Você é um Ser Divino. Uma síntese do amor sagrado. Apenas não sabe disso e esse desconhecimento gera conflito, sofrimento e dor.
Em um processo natural, em síntese, a vida se resume em evolução e amadurecimento, no entanto, algumas pessoas pulam essa etapa e logo apodrecem.
A MULHER DA MINHA VIDA
Ela foi a síntese de todas as mulheres que já conheci. A mulher da minha vida.
É isso mesmo. Não se tem só o “homem da vida”, mas também a “mulher”.
Permitam-me falar dela que, mesmo sendo um afeto muito pessoal, quero que todos a conheçam. A mulher que construiu meus alicerces e de toda sua descendência.
E ela ainda vive, basta procurá-la nas mãos doceiras e no jeito especial de ser mãe e avó de Eloísa; no olhar meio que severo e na fidelidade trabalhadora de Diana; na firmeza geniosa de Eliana e, em mim, em tudo que consigo ser de melhor.
Impossível se igualar a ela. Era e será sempre única, por isto imortal, feita de atitudes grandiosas e intransferíveis. Uma guerreira que viveu quase um século com dignidade e coragem. Comigo mais de quarenta anos de amparo, amor e doação. Um exemplo de vida, Com ela todos se sentiam especiais. Sabia validar cada um com a palavra certa. De porte pequeno e magro, comia pouco, quase nada, mas produzia fartura com suas mãos calejadas pelo trabalho árduo de todos os dias, sem se queixar.
Depois que ela se foi nunca mais o pão teve gosto de erva-doce, como o que ela fazia no forno à lenha, nem os doces cuidadosamente elaborados, sempre em fogo baixo para não queimar, ensinava ela. Nossos filhos, seus bisnetos, todos foram enrolados em mantas de crochê tecidas cuidadosamente, ponto-a-ponto nas poucas horas que dispunha para descansar. Tirava da terra quase tudo de que precisava para o sustento da grande família de quem era matriarca. Tudo que vinha dela era repassado de amor, carinho e doação. Poucas vezes a vi chorar. Não queria nos atingir com a própria tristeza para que nada nos perturbasse. Sentia-se responsável por nós, como zeladora incansável. E era. Quando ficávamos doentes , com um simples chá de erva-cidreira, um escalda-pés e um paninho quente no lugar da dor , nos deixava curados, prontos para voltarmos às travessuras no dia seguinte, como num passe de mágica. A magia da cura instantânea vinha do amor que colocava em tudo que fazia. Na verdade era o poder do amor e da confiança que tínhamos que assim estava certo e pronto.
Quando penso nela como mulher, não consigo colocá-la em nenhum parâmetro feminino que conheço. Foi mulher de um homem só e muito jovem perdeu seu amado. Falava dele e nos contava como era. Sem saber preparou nossa memória para que um dia pudéssemos contar aos nossos descendentes de onde viemos. Foi fiel à sua memória enquanto viveu. Não conheceu a vaidade, era simples no trajar e na forma de pentear os cabelos presos à nuca, brancos e lisos.
Se eu ficar falando nela, na vida que viveu, da fortaleza sensível que era, de seu legado de amor, com certeza teria que escrever um livro com muitas e muitas páginas. Acho que não conseguiria fazê-lo. Apenas quero homenagear esta mulher, que foi a mulher da minha vida e a sorte que tive em tê-la ao meu lado.
É justo que dedique a ela a singeleza do meu primeiro livro, à vó Geca, que mesmo sabendo apenas desenhar seu nome foi minha primeira professora e me ensinou, numa antiga lousa que fora dela a muitos anos, como escrever letra por letra todo o alfabeto.
Vó, te dou de presente minhas “CONVERSAS DE DOMINGO”.
Maria Alice
Que mistérios podem existir na planitude que sustenta essa imagem, que, de tão ordinária, é síntese de todas as mandalas, essa simetria líquida transparente de leque e luz? Que segredos teria essa ave, tão de novo e de velho nascida, de louvre e lavra tecida numa primavera parisiense? Que filigranas de inéditas emoções e sensações escondem essas penas que tingem o voo e nos ofuscam a dor?" O último verão em Paris, 2000
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