Sim nós dois

Nós não conhecemos o verdadeiro valor de nossos momentos até que eles se submetam ao teste da memória.

O espírito revolucionário é muito conveniente. Ele liberta-nos de todos os escrúpulos no que se refere a ideias.

Ensinam-nos a viver quando a vida já passou.

Perdoamos tudo a nós próprios e nada aos outros.

É necessário também um momento especial para reconhecermos as diferenças entre nós e os outros.

Sentirmo-nos inúteis ainda é pior do que nos sentirmos culpados.

Apesar de viajarmos o mundo para encontrar a beleza, devemos carregá-la conosco ou nós não a encontraremos.

Sermos o que somos e tornar-nos o que somos capazes de ser é a única finalidade da vida.

Quando o nosso ódio é demasiado vivo, colocamo-nos abaixo daqueles que odiamos.

Nós, que morreremos talvez um dia, consideramos o homem imortal na segurança do instante.

Podemos conhecer tudo, salvo a nós próprios.

O pensamento da morte engana-nos, pois faz-nos esquecer de viver.

A principal prudência consiste em desconfiarmos de nós próprios mais do que dos outros.

A felicidade consiste principalmente em acomodar-nos com a nossa sorte.

Nunca devemos regozijar-nos com o nosso dia antes de havermos posto a touca de dormir.

Os oradores dão-nos em comprimento aquilo que lhes falta em profundidade.

É mais fácil cumprir certos deveres, que buscar razões para justificar-nos de o não ter feito.

[Sobre a diferença entre as falas de Portugal e do Brasil]
Nós demos aos brasileiros a terra, o povo e a língua - e nós é que temos sotaque!

Ou nós nos fazemos miseráveis, ou nós nos fazemos fortes. A quantidade de esforço é a mesma.

O momento em que pensamos ter compreendido tudo dá-nos ar de assassinos.