Sim nós dois

O amor ensina-nos todas as virtudes.

Quando atingimos o objetivo, convencemo-nos de que seguimos o bom caminho.

Às vezes, sem o sabermos, o futuro está em nós, e as nossas palavras supostamente mentirosas descrevem uma realidade que está próxima.

O poder deixa-nos tal como somos e apenas engrandece os grandes.

Asseguremo-nos bem do fato antes de nos inquietarmos com a causa. Este método é muito lento para a maioria das pessoas, que correm atrás da causa e descuram a verdade dos fatos.

O que censuro aos jornais é fazer-nos prestar atenção todos os dias a coisas insignificantes, ao passo que nós lemos três ou quatro vezes na vida os livros em que há coisas essenciais.

O ódio e a guerra que declaramos aos outros gasta-nos e consome-nos a nós mesmos.

O acaso assemelha-se a nós.

Se de manhã pudermos aprender o que é correto, devemos sentir-nos contentes se morrermos à tarde.

Cada um de nós traz no fundo de si um pequeno cemitério daqueles que amou.

Não podemos conhecer nada de exterior a nós próprios que nos supere (...) o universo é o espelho em que podemos contemplar apenas o que aprendemos a conhecer em nós.

O amor acrescenta-nos com o que amarmos. O ódio diminui-nos. Se amares o universo, serás do tamanho dele. Mas quanto mais odiares, mais ficas apenas do teu. Porque odeias tanto? Compra uma tabuada. E aprende a fazer contas.

Imoralidade é a moralidade daqueles que se estão a divertir mais do que nós.

Nós, poetas, na nossa mocidade começamos com alegria, / Mas daí passamos finalmente ao desalento e à loucura.

O que é a virtude? É, seja qual o aspecto pela qual a encaremos, um sacrifício de nós próprios.

O carácter, quer dizer, a paixão de sermos nós próprios, por qualquer preço.

À força de falarmos de amor, apaixonamo-nos.

Pai nosso que estais nos céus / Neles permanecei / E nós ficaremos sobre a terra / Que às vezes é tão bela.

Odiarmos alguém é preocuparmo-nos tanto como se o amássemos.

Quem muito nos festeja, alguma coisa de nós deseja.