Sim nós dois

Podemos muito bem perguntar-nos: o que seria do homem sem os animais? Mas não o contrário: o que seria dos animais sem o homem?

Não nascemos apenas para nós mesmos.

Como fenômeno estético, a existência é sempre, para nós, suportável ainda.

O que está atrás de nós e o que jaz à nossa frente têm muito pouca importância, comparado com o que há dentro de nós.

Se fizéssemos todas as coisas de que somos capazes, nós nos surpreenderíamos a nós mesmos.

Nossos olhos são seletivos, nós "focalizamos" o que queremos ver e deixamos de ver o restante. Escolha focalizar o lado melhor, mais bonito, mais vibrante das coisas, assim como um girassol escolhe sempre estar virado para o sol.

A velhice faz-nos mais rugas no espírito do que na cara.

Quando temos sede parece-nos que poderíamos beber todo um oceano: é a fé; e quando bebemos, bebemos um copo ou dois: é a ciência.

Não há virtude, rigorosamente falando, sem vitória sobre nós próprios, e nada vale o que nada nos custa.

O mal da igualdade é que nós só a queremos ter em relação aos nossos superiores.

Leva muito tempo tornarmo-nos jovens.

Julgamos a nós mesmos pelo que nos sentimos capazes de fazer, enquanto os outros nos julgam pelo que já fizemos.

Os maridos das mulheres que nós admiramos parecem-nos sempre estúpidos.

O que nós somos é o que fazemos, e o que fazemos é o que o ambiente nos faz fazer.

Tornamo-nos no homem do uniforme que usamos.

É uma hipocrisia esforçarmo-nos para ser bons; temos de nascer bons ou então não vale a pena metermo-nos nisso.

Quando as coisas não são como nós gostaríamos que fossem, devemos gostar delas tais quais elas são.

O mal que fazemos não atrai contra nós tanta perseguição e tanto ódio como as nossas boas qualidades.

É egoísmo pensar somente em nós próprios como centro do mundo e construir um mundo fechado que nos isola das oportunidades que a vida pode oferecer.

Através dos outros, nos tornamos nós mesmos.