Sim nós dois

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O real serve-nos para fabricar melhor ou pior um pouco de ideal.

Há qualquer coisa em nós que está por cima e por trás de todas as idades e com todas as idades vai brincando.

Amigos há de grande valia, que todavia não podem fazer-nos outro bem, senão impedindo pelo seu respeito que nos façam mal.

Muitas vezes, todos nós... acreditamos mais nas opiniões alheias do que nas nossas.

Vir a morte e levar-nos. E não fazermos falta a ninguém. Nem a nós. Que outra vida mais perfeita?.

Vergílio Ferreira
FERREIRA, V., Pensar, 1992

Os faladores não nos devem assustar, eles revelam-se: os taciturnos incomodam-nos pelo seu silêncio, e sugerem justas suspeitas de que receiam fazer-se conhecer.

O silêncio não existe; viver é mantermo-nos no centro de um fluxo que só a morte interromperá.

Todos nós suportamos muito bem o mal dos outros.

Os nossos verdadeiros prazeres consistem no livre uso de nós mesmos.

A experiência ensina-nos a desconfiar de tudo, e muito especialmente de nós próprios.

Só a insignificância nos permite viver. Sem ela já o doido em que nós prega, tinha tomado conta do mundo. A insignificância comprime uma força desabalada.

A nossa razão torna-nos por vezes tão infelizes como as nossas paixões; e pode dizer-se do homem, quando isso acontece com ele, que é um doente envenenado pelo próprio médico.

É um grande erro especularmos acerca da tolice dos tolos e um erro ainda maior fiarmo-nos na inteligência dos inteligentes. Eles afastam-se uma vez por dia da sua natureza.

Esta é a vantagem / dos solteiros de má fama como nós: / aquilo que os outros devem dividir todos os dias, / sob escassez e preocupação, com a mulher e os filhos, / nós podemos desfrutar em abundância com um amigo / no momento oportuno.

A experiência nunca volta para nós a face que estamos à espera.

Amor é deus de paz; nós amantes, veneramos a paz; / para mim, particularmente, bastam as guerras com a minha mulher.

O aborrecimento tira-nos tudo, até a coragem de nos matarmos.

O encanto da novidade e os velhos hábitos, por mais que uma coisa se oponha à outra, impede-nos igualmente de ver os defeitos dos nossos amigos.

Nós não sabemos quem realmente somos até que possamos ver o que somos capazes de fazer.

Nosso alvo na vida deveria ser não o de ultrapassar os outros, mas o de ultrapassar a nós mesmos.