Silêncio
Quero ficar aqui, quietinha em silêncio. Não me faça forçar palavras, o duelo hoje acontece aqui dentro, eu contra mim mesma.
Sim, dialética é andar em círculos, é verdade, mas é tudo que temos, o silêncio é perfeito, mas é solitário, como convém ao guerreiro, mas que doí na alma do que é apenas humano, este estado de ser que se é quando estamos apenas cansados e lassos.
Meu silencio sempre estará relacionado com minhas reflexões, que busca o entendimento desta "nova" modalidade de AMOR que encontrei neste "novo" museu do século XXI. No museu do século passado as histórias eram encantadoras.
Preciso ficar só.
Eu preciso ficar só no momento. Quero ficar em silêncio, curtir a voz alentadora de minha alma. Não quero ser definida, nem julgada. Não quero me tornar posse de ninguém. Complicada? Não sou nunca fui. No momento, não minto, eu estou um pouco mais complexa.
Eu dispenso analista ou pessoas que me amando querem me analisar. Se você desejar, me abrace e sorria junto comigo (sim, porque eu amo sorrir), mas o faça sem segundas intenções. Não me elogie, não tente me envaidecer, não preciso disso, eu sei quem eu sou, mas, por favor, hoje eu quero ficar sozinha comigo mesma porque eu estou muito bem assim.
Estou bem com minha alma, não quero ter que ser educada e agradável, não quero me preocupar com nada nem ninguém e é assim que estou me curando. Há poucos meses atrás um psicanalista dos melhores que conheço disse para minha mãe que eu corri para uma floresta pegando fogo e que me fizeram tanto mal que eu precisaria de dois anos de análise e medicação para me recuperar. Eu o dispensei, embora não duvide de sua competência.
Passei por dias estranhos, dias nublados. Passei por momentos ruins, agitados. Sai de uma relação quase sem sanidade psíquica alguma. Perguntaram-me se eu apanhei no passado. Quanta ignorância! Desde quando violência física é pior que tundas emocionais, pior do que espancamento psicológico? Na surra física as pessoas olham para teu rosto ferido e te entendem, quando a tunda é psíquica ninguém capta tua dor, e a mentira do outro vem contra você e sua fragilidade interior.
Apesar de ter passado por esses dias nublados eu consegui fazer o sol brilhar novamente no jardim da minha alma, sem drogas psiquiátricas e sem psicanálise alguma. Demorou um pouco, mas eu mesma me entendi e, o que é melhor, perdoei minha ingenuidade e atos frutos de uma paixão bandida da qual ninguém esta livre de enfrentar na vida.
Agora, pois, eu só quero um tempinho para curtir eu mesma. Um pouquinho de tempo para gargalhar sozinha, para rir do que antes me fazia chorar, para viver um pouco minha vida monástica, mas cheia de graça. Nada contra você, mas tudo em meu favor. Complicada? Não, no momento: “Fechada para balanço”. (“Quem tem um sonho não dança, Bete Balanço por favor...”).
Estrela perigosa – Rosto ao vento – marulho e silêncio – leve porcelana – templo submerso – trigo e vinho – Tristeza de coisa vivida – árvores já floresceram – o sal trazido pelo vento – conhecimento por encantação – Esqueleto de idéias – Ora pro nobis – Decompor a luz – Mistério de estrelas – Paixão pela exatidão – Caça aos vagalumes. Vagalume é como orvalho – Diálogos que disfarçam conflitos por explodir – Ela pode ser venenosa como às vezes o cogumelo é.
No obscuro erotismo de vida cheia – nodosas raízes. Missa negra, feiticeiros. Na proximidade de fontes, lagos e cachoeiras braços e pernas e olhos, todos mortos se misturam e clamam por vida.
Sinto falta dele como se me faltasse um dente na frente: excrucitante.
Que medo alegre, o de te esperar.
Ninguém precisa se mostrar , se exibir pra provar que vive bem,porque o silêncio muitas vezes conserva as melhores emoções !
Silêncio x Palavras
Você tem tentado me curar me dando o teu silêncio pra tomar todos os dias, não sei onde foi achar remédio tão amargo ao paladar, tão indigesto, que provoca tanta agonia... este gelo amarrota meu coração, rasga a parede da minha garganta, me causa enjôo, insônia e ainda assim não adianta... quanto mais silêncio bebo mais vontade tenho de gritar estas palavras roucas, que enferrujam no céu da minha boca onde as tento sufocar, que me mordem a boca numa tentativa louca de escapar... palavras que não se calam, nem teu silêncio pode curar, que inquietas me abalam, me fazem perder o chão, e então sangrar assim... consumindo a minha calma, coroendo a minha alma feito um lobo atroz, um cão selvagem feroz, gritam dentro de mim... Oxidou minha voz e arranhou minha garganta, esta guerra acirrada entre silencio e palavras que de ferir não se cansam...
"Podemos ficar em silêncio quando a voz te faltar. Não vou te cobrar palavras se você não conseguir explicar o que está se passando. Enxugarei as suas lágrimas e cantarei uma música qualquer que faça você voltar acreditar na vida. Vem, deita. Eu cuido de você. Não prometo que não sofra mais, mas eu cuido de você."
Uma despedida em silêncio. Porque não haveria discurso que preencheria, o vazio que ficou naquele fim de amor.
..Permita-me o silêncio,
falar só tá piorando a situação. É, em todos os sentidos, então que o meu sorriso fale por mim, ainda que ele não seja o mais verdadeiro de todos..