Silêncio
O silêncio pode ser tanto uma forma de argumento quanto um sinal de opressão e covardia. A diferença está na consciência de quem silencia.
Deixei que o silêncio colocasse as coisas no lugar no seu devido lugar.
Horas que não passam;
Pessoas que não ficam;
Palavras que confortam;
Silêncio que machuca;
Saudade que corrói;
E uma vida que só complica.
O sentimento verdadeiramente puro, quase sempre fica oculto no silêncio do olhar, mas nem por isso perde o seu real valor, pois quem o recebe é capaz de senti-lo com mais intensidade do que se viesse ornado com palavras ensaiadas.
Largo da Palma
Tarde de sábado...
O silêncio mistura-se ao passado
Que ainda vive na simplicidade dos casarios
A mais pura e doce harmonia...
A preguiça das ladeiras...
O acanhamento das calçadas...
Tudo são marcas de outrora...
Por essas ladeiras negros subiram e desceram como burros maltratados...
No vai-e-vem de sofrer e cansaço, pisando nessas pedras em pés descalços,
Brotaram calos e mais calos - nos pés e alma. Doce injustiça...
Observe em sua volta. E observe com carinho...
De um lado, Roma ergue-se envergonhada;
D'outro, o Instituto de Letras caindo aos pedaços - entrega-se a velhice em desespero...
Além, lá no alto, lá em baixo, puteiros desmoronam-se em prantos...
É a antítese da vida: humanos abandonados; desamor, luxúrias, encantos, injustiça e desencantos...
Aqui, no barzinho da esquina, tudo se confunde:
Samba, cachaça, Roma, bichas, capitalistas, senhoras e Putas...
Suspiro
O sol toca chão
O canto macula o silencio
E o gosto de seus beijos
E o suspiro de um amor sem dor
Os ladrilhos coloridos da calçada
Em mosaico desenhado
Com tons de verde rosa e azul
Quanto tempo temos antes de voltarem às nuvens
As estrelas e o oceano com uma só
O som de sua voz e nosso riso... Um só riso
O calor de sua mão
E aperto os dedos
O mais belo que podes ser
O quanto mais verdadeiro pode desejar
Tudo que posso quer
Sua alma... Para com a minha estar
Os olhos deste homem não enxergam mais
Os pulmões daquele homem não respiram mais
Peço ao silencio uma gota de esperança
Tudo um dia vai melhorar
Acho que estou perdido
Em um sonho infinito
Tudo esta melhorando
Pois os tempos estão mudando
Apenas mais uma vez
Tudo esta melhorando
Pois os tempos mudaram.
Acredito no meu silêncio,
ele talvez não seja nada para você,
mas ele fala que não se pode explicar nada...
Porque o que é amor, jamais palavras expressariam .
Tudo pareceu tão fácil quando olhei nos teus olhos
E você adormeceu em silêncio
Talvez seja uma fria madrugada
E eu mais uma garota amargurada
No fim eu sei que eu posso ir mais longe
Ela olha pela janela de seu carro
A paisagem passa tão rápido diante dos olhos
E ela não entende por que seus amigos vêm e vão
Se for pra ter amizade que seja pra sempre...
Ela repete
Mais ninguém escuta
Ela esquece mais
Alguém a lembra
Ela fecha os olhos e ele diz que tudo ficara bem
Mais são sempre as mesmas perguntas sem respostas...
A escuridão ofuscava os nossos olhos. Nada de via, e o próprio som de um silêncio da escuridão parecia adivinhar o triste desespero.
Na luz as grades predominavam como se de uma prisão de tratasse, sem deixar sequer sair um sentimento por pequeno e ínfimo que este fosse.
As grades rodeavam sem sequer deixar respirar como quem corta todas as liberdades. Com isto uma sensação de limites que cerca o próprio Homem e que come a sua própria essência, e o reduz a um nível que nem os próprios vermes e tristes animais que olham mas não vêem conseguem atingir. Um nível tão baixo e tão pequeno que o torna grande e o torna diferente mas ao mesmo tempo um ser impotente.
A luz já não se via e predominava a escuridão que os nossos olhos não vêem nem sequer querem ver. Ando, ando mas sem saber para onde fica a saída de algo que nos prende e que nós não vemos. Caminhamos à procura de um novo horizonte que brilhe nos nossos olhos mas a bendita escuridão que nos afoga e nos restringe todos os sentimentos é mais forte e não nos deixa ter outra sensação que não seja a do modo de que lá nunca mais pudéssemos sair. Assim andamos devagar com as mãos à procura e não sei do quê, à procura de não sei sequer de quem em que o sentimento é forte.
O sentimento esmagamos em toda a sua grandiosidade e é aí que se vê que não somos nada, apenas somos um ser muito pequeno no negro do Universo em que as estrelas parecem querer iluminá-lo, mas que são tão pequenas que parecem desaparecer com toda a sua impotência contra essa força negra. Andamos devagar, cerca de duas horas e nada se avista, apenas alguns obstáculos que não sabemos o que são mas que nos fazem cair. No entanto, o desejo de liberdade é Maios do que tudo e faz-nos parecer um gigante que nos encobre como se de uma tempestade em norte de nevoeiro se tratasse.
De repente, e depois de muito andar acabamos por cair, mas desta vez de uma forma que nunca tivemos. Assim, além do medo causado pela escuridão que ofuscava os nossos olhos juntasse o medo provocado pelo facto de estarmos a cair indefinidamente e sem nunca parar no mudo do próprio Universo. Assim tentamo-nos agarrar a qualquer coisa mas este elevador do Universo não pára, acabando por descer com uma maior velocidade quanto mais resistimos. Tentamos estender os braços e as pernas para ver se esta bola de neve negra pára ou abranda mas sem nenhum resultado.
A escuridão deste poço sem fundo não pára de aumentar e nós caímos, caímos, caímos…
Os minutos passam a uma velocidade redutora e à medida que o tempo vai avançando o relógio vai entrando em contagem decrescente. Este relógio de uma vida que naquele momento parece toda perdida não pára e inicia uma contagem que avança rapidamente para um fim que parece anunciado. Os metros são contados um a um e os centímetros são vindos como se fossem os últimos perdidos sem nada fazer numa triste mas emocional escuridão. De repente caímos com estrondo no chão e o nosso corpo parece que se separa da nossa alma em que nos tornamos dois. Estes dois que eram apenas um antes daquele ciclo de escuridão tornar um separadamente.
O nome coração parece saltar como que se estivesse tudo acabado e bate com toda a sua força como antes nunca tinha acontecido. Este bate com toda a sua força como se fosse as últimas batidas que daria.
Então é que se acorda perto de um rio onde nós mal o conseguimos ver devido à diferença de luz existente então. À nossa volta tudo parece calmo mas predominava uma areia negra parca em vegetação, que ninguém vê. Tristes solos estes que não dão o fruto que um dia deram e que agora permanecem esquecidos.
Assim aproximamo-nos do rio de sua textura negra para pelo menos perceber porque é que naquelas águas turvas de um rio que não existe não fertilizam aquela maldita e contaminada terra. Todos sofrem mas que parecemos aguentar, e é nessa altura que quem mais sofre são os animais. Estes que dizem que não têm sentimentos mas que sentem, e parecem sentir mais do que nós.
É assim que quando nos aproximamos daquele rio em que a margem era turva e o seu leito era ou pelo menos parecia de terra, que caímos sem que ninguém estivesse para nos segurar. É nesse momento em que aquele rio que tudo parece dar-nos parecia tirar nada, um nada que é tudo pois apesar do nada ter ainda acontecido existiria muito ainda para acontecer.
É nessa altura que parece que estamos na bendita recta final de um rio de águas turvas que nos parece querer engolir nas suas tristes, lamecenses e asfixiantes tentáculos.
Tentamos agarrar-nos à pouca vegetação que sobrevive nessa luta, enquanto descemos para quem sabe de um fundo em que nos parecem querer tapar. As plantas parecem sorrir nesse curto momento e dizendo que não se vão desprender daquele solo, que um dia nos conseguiu enganar e levar ao triste desespero de uma morte lenta e dolorosa.
Estranhamente algo luta contra essa força que nos quer submergir e engolir naquela maldita escuridão e traz-nos em fim à terra. Quem será que terá tais poderes que conseguiram vencer a escuridão e trazer-nos em segurança para o leito daquele falso rio e permite-nos salvar do que um dia parecia inevitável. Quando saímos tudo parece mais belo e mais efémero e como nos ajudaram nessa situação de aflição, também nós temos o dever de ajudar quem está em aflição.
Obrigada meu Deus.
Quando não precisar das palavras, entenderá meu silêncio;
Quando compreender meu silêncio, entendrá meu íntimo;
Quando compreender meu íntimo, terá compreendido minha alma!"
"EU O CONHEÇO QUANDO ESTÁ PREPARADO PARA OUVIR E QUANDO DEVO FICAR CALADA E NESSE SILÊNCIO, MEU CARINHO É TANTO POR TI.EU CONHEÇO UM LADO SEU, QUE VOCÊ PROCURA NÃO CONHECER E NEM ADMITIR...EU CONHEÇO O SEU LADO FEIO E SEU LADO BONITO CONHEÇO...CONHEÇO...CONHEÇO...EU CONHEÇO SUAS MENTIRAS (E DÓI), CONHEÇO O QUE É PURO E VENENOZO EM VOCÊ, NÃO CONHEÇO SEUS GRITOS E NEM SERMÕES, POIS DE VOCÊ FELIZMENTE NUNCA RECEBI.EU CONHEÇO OS TEUS FINGIMENTOS, NÃO CONHEÇO SUAS SUBTAS MUDANÇAS...EU CONHEÇO O QUE ATÉ EU NÃO CONHEÇO. EU CONHEÇO SUAS ARROGÂNCIAS E QUANDO ATACA, MUITAS VEZES, INJUSTAMENTE PARA SE DEFENDER.EU CONHEÇO O QUE JAMAIS ACHARIA QUE CONHECERIA EU CONHEÇO COISAS QUE VOCÊ SÓ FAZIA COM OUTROS CONHEÇO TUA INTIMIDADE. EU CONHEÇO COMO É BOBO PRA RIR E QUE SÓ PRECISA DE UM EMBALO PARA NÃO PARAR MAIS.QUERIA TER CONHECIDO TEU CHORO DE ALEGRIA, QUERIA CONHECER MAIS...NA LISTA CONHEÇO TANTOS, MAS FALTA TANTOS...ME CONHEÇO POR TE CONHECER, TE CONHEÇO POR ME CONHECER. RECONHEÇO QUE, NÃO MAIS, TE CONHEÇO OU CONHEÇO ALGUEM QUE SÓ EU CONHEÇI."
Decidi...
Continuarei amando você,
aqui, num cantinho iluminado,
bem dentro de mim.
Em silêncio,
pensarei em você.
As estrelas, confessarei
meu amor.
Á lua reclamarei
a saudade de ti...
Às nuvens pesadas de chuva,
direi da tristeza de não tê-lo
perto de mim...
Aos meus valores,justificarei...
Sentimentos puros
são feito luz,
feito jóia rara, reluz...
Só amplia, nunca reduz...