Silêncio
o que crecí dentro de un árbol
tendría mucho que decir,
pero aprendí tanto silencio
Silencio
Yo que tengo mucho que callar
y eso se conoce creciendo
sin otro goce que crecer,
sin más pasión que la substancia,
sin más acción que la inocencia,
y por dentro el tiempo dorado
hasta que la altura lo llama
para convertirlo en naranja.
Há um grande silêncio dentro de mim. E esse silêncio tem sido a fonte de minhas palavras. E do silêncio tem vindo o que é mais precioso que tudo: o próprio silêncio.
Como traduzir o profundo silêncio do encontro entre duas almas? É dificílimo contar: nós estávamos nos olhando fixamente, e assim ficamos por uns instantes. (...) Houve o que se chama de comunhão perfeita. Eu chamo isso de: estado agudo de felicidade.
O que é que você quer?
Ela sorriu. Estendeu as mãos, tocou-o também. Vontade de pedir silêncio. Porque não seria necessária mais nenhuma palavra um segundo antes ou depois de dizerem ao mesmo tempo:
- Quero ficar com você.
Desligue a música, agora. Seja qual for, desligue. Contemple o momento presente dentro do silêncio mais absoluto. Mesmo fechando todas as janelas, eu sei, é difícil evitar esses ruídos vindos da rua. Os alarmes de automóveis que disparam de repente, as motos com seus escapamentos abertos, algum avião no céu, ou esses rumores desconhecidos que acontecem às vezes dentro das paredes dos apartamentos, principalmente onde habitam as pessoas solitárias. Mas não sinta solidão, não sinta nada: você só tem olhos que olham o momento presente, esteja ele — ou você — onde estiver. E não dói, não há nada que provoque dor nesse olhar. Não há memória, também. Você nunca o viu antes. Tenha a forma que tiver — um bebê, um cristal, um diamante, uma faca, uma pêra, um postal, um ET, uma moça, um patim — ele não se parece a nada que você tenha visto antes. Só está ali, à sua frente, como um punhado de argila à espera de que você o tome nas mãos para dar-lhe uma forma qualquer — um bebê, um cristal, um diamante e assim por diante. E se você não o fizer, ele se fará por si mesmo, o momento presente. Não chore sobre ele. No máximo um suspiro. Mas que seja discreto, baixinho, quase inaudível. Não o agarre com voracidade — cuidado, ele pode quebrar. Não ria dele, por mais ridículo que pareça. Fique todo concentrado nessa falta absoluta de emoção. Não espere nada dele, nenhuma alegria, nenhum incêndio no coração. Ele nada lhe dará, o momento presente. Deixe que ele respire, como uma coisa viva. Respire você também, como essa coisa viva que você é. Contemple-o de frente, igual àquela personagem de Clarice Lispector contemplando o búfalo atrás das grades da jaula do jardim zoológico. Você pode estender a mão para ele, tentar uma carícia desinteressada. Mas será melhor não fazer gesto algum. Ele não reagirá, mesmo todo pulsante, ali à sua frente. Respire, respire. Conte até dez, até vinte talvez. Daqui a pouco ele vai começar a se transformar em outra coisa, o momento presente. Qualquer coisa inteiramente imprevisível? Você não sabe, eu não sei, ele não sabe: os momentos presentes não têm o controle sobre si mesmos. Se o telefone tocar, atenda. Se a campainha chamar, abra a porta. Quando estiver desocupado outra vez, procure-o novamente com os olhos. Ele já não estará lá. Haverá outro em seu lugar. E então, como a um bebê ou a um cristal, tome-o nas mãos com muito cuidado. Ele pode quebrar o momento presente. Experimente então dizer “eu te amo”. Ou qualquer coisa assim, para ninguém.
Não-palavras e não-ações, porque o silêncio e a imobilidade foram dois dos jeitos menos dolorosos que encontrei, naquele tempo, para ocupar meus dias.
E às vezes no silêncio do meu dia, no momento mais conturbado da minha alma, paro pra pensar em quando tudo isso começou. Eu sei, todos nós desperdiçamos oportunidades, chances, pessoas, amores… Mas de alguma forma, quando eu te conheci, eu sabia que seria você. Talvez tenha demorado pra perceber, mas o fato foi que percebi e naquele momento eu tive a certeza de que não podia te perder. Eu temia que fosse amor. Mas, de repente me senti tomada por algo mais forte que eu e de alguma forma você teria que ser meu.
Manter um sentimento em silêncio faz muito mal, mas, às vezes, é preciso parar, refletir e sentir sozinho mesmo.
Há Vida na Morte.
Uma rosa, uma oração.
A paz no meu silêncio.
Minha profunda gratidão.
Um adeus, uma ida sem volta.
A permanência da ausência.
O estar longe dos olhos,
Mas tão dentro de mim.
Uma vida, na morte.
Uma partida, um choque.
Lágrimas que se vão... Solidão.
Imagens que se dão,
Memórias... Amplidão.
Saudades que fica.
Relembra vidas, libera emoção.
Silêncio!
Há vida na morte.
Vagueia, toca e chega,
Beija e se vai.
Agradeço por tua existência,
Mesmo que da morte te espreita,
Tu em mim,
Tens grande certeza,
Não morrerás jamais.
Ei, estou aqui!
Se quiseres falar,
sou todo ouvidos.
Se quiseres chorar,
darei o ombro amigo.
Se quiseres gritar,
farei silêncio.
Se quiseres abraçar,
te darei abrigo.
Aprende com o silêncio que a vida é boa,
que nós só precisamos olhar para o lado certo,
ouvir a música certa, ler o livro certo,
que pode ser qualquer livro,
desde que você o leia até o fim.
ÚLTIMO SUSPIRO
A escuridão abraçou minha alma vazia
Vejo meu mundo se diluindo, sufocado pela
Mortalha do destino.
Gotas rubras pingam de meus pulsos dilacerados
Frias, sem dor, sem vidas...
Nada mais importa, apenas meu último suspiro.
Vejo a luz esvanecer e a escuridão eterna me engolfar.
Sinto o mórbido sussurro da morte me chamando,
Enquanto a chuva entoa sua lamúria no vale da névoa fúnebre.
Minha essência melancólica mergulha
Na solidão da natureza morta.
Agora eu posso vagar ao lado dos emissários do silêncio,
Nas sombras gélidas, eu caminho em meio aos túmulos ermos
Sentindo as brisas deprimentes soprarem minha lápide!
Meu mundo agoniza, tudo que resta, são memórias esquecidas.
No orvalho da floresta, minhas cinzas caem e
São sopradas pelos ventos frios do inverno.
Agora posso voar como os corvos,
Enquanto meu espírito mórbido descansa
No vale do silêncio eterno.