Silenciar
Meu olhar tem o brilho dos meus sentimentos, costumo desviar meus olhos onde falta o sentir. Não costumo olhar para trás e muito menos ver futuro onde não há amor. Minha pupila dilata quando o coração quer falar, finjo cegueira para as palavras que o ego quer gritar, eu vejo o que sinto e algumas vezes prefiro silenciar. Sinto muito!
O corpo não fala, grita. Ele grita e pede socorro quando a sua mente pensa mas sua boca ignora. Sua garganta embarga mas sua perna não para, ela balança. Sua boca cala, mas seu cabelo não aceita e resolve te deixar aos poucos. Sua boca cala, mas seus olhos tremem a contragosto. Sua boca cala, mas seu estomago se revolta com sua passividade e põe tudo para fora. A boca cala, mas nada em você se cala junto.
Às vezes estamos tão acostumados com
uma melodia, que mesmo ela sendo silenciada, continuamos a bailar.
Quando tudo parecer escuro, e você sentir sua esperança se esvair, começar a buscar desesperadamente uma luz e por outra vez se perder, pensar em desistir por imaginar já não ter forças para continuar a lutar, e então começar a chorar, silencie;e seràs capazde ouvir, Deus a te falar: a luz está dentro de você! Enquanto você lutar ela vai clarear.
Bem ditas palavras...
A palavra põe o individuo para sonhar.
A palavra põe o individuo na ação...
Seja do pensamento ou na moção.
Ela pode atravessar os ouvidos mais surdos
e chegar no cerne de toda questão...
Ela pode curar, cegar, a palavra pode ensurdecer e matar...
A palavra pode inclusive silenciar.
Assim como há imagens que você não precisa ver para as sentir, há palavras que não bastam que você as ouça, é preciso senti-las também.
É possível falsificar o silêncio de alguém? Legalmente pode ser...
Mas o barulho fica na consciência do falsário. Não há argumento que possa parar aquela tempestade de sons que virão à sua cabeça todas as madrugadas, fazendo com que os espinhos da cama e o fogo do seu travesseiro de penas de ganso embale a pulsação frenética por todo o corpo.
Nem pensamentos opostos conseguirão mascarar todo o mal que você causou, não, adianta sentir raiva da sua vítima e nem mesmo autopena conseguirá aplacar as chibatadas da sua consciência: sim, são chicotadas que impedem um sono tranquilo.
Eu durmo bem... apesar de ter me sentido usado e experimentado, sei que não fui o único, pelo contrário, eu fui apenas a bola certa para o "strike" dos pinos que você não conseguiu derrubar totalmente, em suas jogadas anteriores, e eles sabem disso...
Ironicamente, as palavras podem ser o remédio mais poderoso, mas também o veneno mais perigoso. Elas podem criar uma atmosfera para o seu mundo viver em harmonia ou em guerra. Elas podem consertar um coração partido, mas também podem quebrar uma alma que mal aguenta. Elas podem iluminar o caminho escuro de alguém, mas também podem nublar seus dias ensolarados. Elas podem ser uma fonte de vida, mas também podem sugar a última gota de esperança. Elas podem acalmar as mentes perturbadas e inseguras, mas também podem atrapalhá-las. Elas podem ser o vento sob as asas de alguém e inspirá-los a subir mais alto, mas também pode ser o oceano que pode afogá-los. Suas palavras, uma vez fora de sua boca, podem construir ou destruir alguém.
E uma vez que elas são ditas, não depende mais de você como alguém deve recebê-las. Você não decide se deve machucá-los ou não. Você não escolhe como eles devem retaliar ou reagir.
Portanto, se você não puder ser gentil com suas palavras,
ou quando não puder ser sincero em amor,
fique em silêncio.
Porque quando toda a sua raiva passar, quando todas as suas emoções se acalmaram, seu pedido de desculpas nunca será suficiente para apagar o dano que você causou no ser de alguém. Você nunca pode recuperar a dor que causou.
Uma coisa é certa, as palavras mal ou bem ditas, voltarão.
Saiba falar ou escolha silenciar.
O poder de Abençoar ou amaldiçoar, está na sua língua.
Fale com sabedoria.
Palavras,
por Joelma S Souza
Ter muito a falar, e mesmo assim, optar pelo silêncio da sua paz interior, é perceber que você encontrou o grau máximo de maturidade.
Desculpa se eu fechar os olhos e apenas me sentir
Se eu fechar os olhos e conseguir sentir a paz
Se eu fechar os olhos e conseguir por um momento silenciar minha mente perturbadora
Se eu fechar os olhos e não querer voltar
Se eu fechar os olhos e não acordar
Não precisa mais me chamar, pois terei partido pra nunca mais voltar.
Fui inteira e só pra você
Eu confiei, nem despertei
Silenciei meus olhos por você
Me atirei, precipitei
A dificuldade de observar as coisas e não aguentar ficar calado atrapalha. Falar, argumentar, tentar auxiliar nem sempre soa tão altruísta assim. Tem coisas às quais não cabem intervenções, nada como um dia após o outro... O tempo mostra quem é quem, ensina, afirma a presença e a fibra humana pela moral, dá o direito a quem tiver, só ele. Cuidar de si é uma grande tarefa, é a grande missão, Deus cuida de todos nós, é bom silenciar. A gente muitas vezes já tem essa premissa decorada, trazê-la à prática é dos melhores autoinvestimentos que alguém pode fazer.
SILÊNCIO
Se o meu silêncio falasse,quanto
teria a dizer.
É no silêncio que gritam dores,
males, amores.
Se o silêncio falasse verdades
apareceriam.
Amores se resolveriam, dores seriam
aplacadas.
O importante em silêncio guardamos,
e aos poucos de tanto calarmos, em
silêncio partimos.
E o que de verdade existia conosco
parte também.
Tudo que pode ser dito, quieto não pode
ficar.
Silenciar o que importa? Em nada vai ajudar.
É mais um silêncio que fica, sem nada poder
revelar.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista.
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro U.B.E
Acadêmico da Acilbras - Roldão Aires
Cadeira 681 -
Patrono- Armando Caaraüra- Presidente