Sigo para o Alvo
Quando estou com ele, tenho alguém comigo no meu luto. Alguém que conhece a arquitetura dele como eu, que anda comigo em cada sala melancólica, fazendo toda a estrutura incoerente de vento e vazio não ser tão assustadora e solitária como era antes.
O luto é uma casa que explode no ar com a menor das rajadas. O luto é uma casa cujas cadeiras se esqueceram de nos segurar, os espelhos, de nos refletir. O luto é uma casa que desaparece a cada vez em que alguém bate na porta, que se enterra no chão enquanto todos estão dormindo.
Sorria se seu trabalho for questionado... Pois se foi é porque valeu a pena ser escrito. Questionar não significa desvalorizar, significa que seu trabalho foi digno de reflexão! E a reflexão é a ação transformadora do intelecto!
A beleza está em toda parte. Não a perca de vista. Nunca se sabe quando poderá voltar a enxergar outra vez.
Nós, seres humanos, não somos superiores. A natureza, como nós definimos, não está a nosso serviço! Pois somos natureza, ou seja, somos uma pequena engrenagem que move o mundo. Uma pequena peça de um quebra-cabeça incrível! Portanto as plantas, as árvores e os animais não nos pertencem, são na verdade nossos irmãos. São vidas distintas que merecem todo nosso respeito, amor e atenção.
Se Ela se amar da mesma forma que jurou amar a mim, o Amor próprio se revelará nos olhos um do outro; e sem dizer uma palavra, eu saberei e ela saberá, também, o quanto é raro ser suficiente.
Cientes, porém, que o destino de todas as coisas é espera para grande partida que há no fim, o amor, por certo, nos faltaria algum dia. Então, por legítima defesa ou estado de necessidade, uma escolha se faria: matar a saudade para que o amor, em nome dela, não nos mate pouco a pouco (da falta que possamos sentir um do outro).
A vida é curta o bastante para satisfazer suas ambições e suficientemente longa para amar todas as coisas que existem.
Somos uma pequena engrenagem do mundo, não somos seres superiores, os outros seres não estão ao nosso serviço! Portanto, respeite a vida, a diversidade. Somos todos natureza!
"Será que eu poderia ter me esquivado desse inimigo?", perguntava-se Musashi, pensando na situação em termos de combate. Na qualidade de guerreiro, era-lhe humilhante ser derrotado por um simples prego.
"- Agradeço, mas recuso. Roupas vistosas não me caem bem. Deixe-me ir com estas, aliás, as únicas que tenho, e com as quais me deito ao relento e vou a todos os lugares. Nelas me sinto à vontade.
- Pois com isso não concordo - disse Myoshu, mostrando-se de súbito severa num ponto aparentemente pouco relevante. - O senhor talvez se sinta à vontade desse jeito, mas parecerá um trapo no meio de uma sala luxuosa. Esqueça todas as misérias e as sujeiras do mundo e deixe-se envolver, nem que seja por uma hora ou por metade de uma noite num ambiente de beleza ilusória, abandone lá todas as suas preocupações. É para isso que servem esses lugares. Raciocine desse modo e perceberá que seu jeito de se vestir e agir comporão esse lindo cenário, e que é um erro considerar tais detalhes matéria que só a você concerne. (...)
Muitas vezes Musashi se perguntara quem teria suportado até agora maiores amarguras: Otsu, palmilhando um tortuoso caminho, carregando abertamente a chama do amor puro que a consumia, ou ele, que tivera de andar ocultando as labaredas de sua paixão sob um manto inexpressivo, cobrindo-as com uma fria camada de cinzas? E a resposta era sempre a mesma: ele.