Seus Devaneios
Devaneios
Eu não queria ser tão intenso
Mas sou
Eu não queria se afastar
Mas sinto que devo
Eu não queria ligar
Mas me ligo
Eu não queria sentir
Mas sinto
Eu não queria surta
Mas eu surto
Eu não queria criar sentimento
Mas criei
Eu não queria me apegar
Mas me apaguei
Eu não queria deixar ir
Mas não posso pedir para ficar
Eu não queria sentir saudade
Mas faz falta
Eu não queria ir embora
Mas não sei se é melhor ficar
Eu não queria que fosse assim nossa despedida
Mas sei que para ti foi melhor coisa dita
Eu não queria que tudo mudasse
Mas não conseguiria mentir
Eu não queria ter sido sincero
Mas tinha que contar que uma hora eu ir partir
Eu não queria que reagisse tão frio
Mas no seu lugar também seria
Eu não queria me apaixonar
Mas me apaixonei nos seus detalhes
Eu não queria me cativar
Mas me cativei ao seu olhar
Eu não queria dizer adeus
Mas sei que não será um até logo
Eu não queria novamente me reconstruir
Mas sei que nada poderei fazer aqui
Eu não queria ficar sem lhe dar tchau
Mas sei que um tchau pode ser até logo
Eu não queria deixá-lo só
Mas não deixa mais me aproximar
Eu não queria a solidão
Mas ambos persistiram que não mudaram
Eu não queria seguir sua opinião
Mas embora irei seguir com o coração na mão
Eu não queria soltar seu abraço
Mas sabia que nos não podia ter mais laços
Eu não queria ser tão louco
Mas o mundo não é feito para poucos
Eu não queria !Eu não queria !Eu não queria!
Mas tudo que eu não queria é realmente que chega-se ao fim...
só me funciono por completo quando sentada nas asas da lua, me debruço sozinha em meus devaneios e me vejo um novo ser em cada utopia.
Vejo te ao longe
devaneios e delírios
num surpreender contraditório
a certeza incerta
na profundeza da superficialidade
sem caracter, desprovida de valores
na presença ausente, assim encontro me
encurralada por muros ilusórios
destino ao vento
mas subtamente ávida
a maravilhar o nebuloso
tempo da despedida
espantada por tamanho
silêncio em meio a vozes caladas
ou murmurantes
louca, em meras palavras
alienação mental com
modificação profunda da personalidade
que personalidade???
entre ir e vir
extravagante nas abordagem
entregas sublimes, depois
silêncio,
uma atitude de taciturnidade
nem explicações...
mas não quero explicações
factos e actos
eram necessários
uma palavra
um sim ou um não
pois o talvez é mero acaso
apesar de estar em meio a multidão
encontro me em lugar ermo...
angústia, aflição
sentimentos a borbulhar
sou sol e tu és a lua
um encontro impossível
na possibilidade de querer...
pois atitude não depende de um lado
mas do todo, acção mútua...
Carolzita
Publicado no Recanto das Letras em 17/05/2007
Código do texto: T490072
Há dias em que a alma cansada e desnuda, cambaleia em devaneios… a procura de um vazio que a preencha por completo.
Quem é livre?
Esse imaginar é só mais um de nossos inúmeros devaneios!
As circunstâncias nos imponhe ainda que voluntariamente,uma servidão.
Devaneios inquietantes de um Cristão
Há algo que me inquieta no cristianismo.
Não sei se é o seu "ismo", sufixo que caracteriza um sistema,
Denotando controle sem diálogo e poder sem amor.
Ou rotular um modo de se viver que já nasceu sem a pretensão de se ter um nome, que focou apenas na sublimidade de "ser".
Incomoda-me, com efeito, o que fizeram com a pessoa de Cristo,
Homem poderoso, mas tão avesso ao autoritarismo, tão à margem do sistema que tentou, de modo incólume, calar-lhe a voz.
Muitos "discípulos", durante a História, mataram em nome de sua fé, enquanto seu mestre ensinou a amar, a ponto de entregar a sua vida por esse amor.
Algo completamente incongruente é a sede insaciável por poder
Daqueles que dizem ter tomado da "Água da Vida",
Armando esquemas, manipulando pessoas,
Devorando a carne das ovelhas exaustas de tanto caminhar.
Assim vão passando os dias e os dias se tornam eras,
Até que o paradigma de tudo retorne e revele o segredo dos homens,
Quando tudo que teve início encontrar o Começo e o Fim.
Os devaneios noturnos, são além de tudo efetivas miras das fantasias; são indicadores do inconsciente impulsivo, manifestando batalhas e quereres dissimulados, sucedendo com efeito, constantes sonhos noturnais.
DEVANEIOS
Quem me dera
Da rosa o verso.
Do verso a trova.
De trova em trova
Uma boa prosa.
Quem me dera poeta, escritor, trovador.
Quem me dera
Da prosa a canção.
Canção de rosa toda prosa
Em verso e trova.
Poesia transbordando, arte em ebulição.
Quem me dera a inspiração.
Valéria R. F. Leão
U•T•O•P•I•A
Nos devaneios que a vida traça,
A existência em laços se enlaça,
E, sem aviso, me vejo a parar,
Sem saber das emoções a desvendar.
Teu olhar se crava em mim, profundo,
E, sem perceber, me perco no mundo,
Horas se vão, vagueio a sonhar,
Na dança dos teus olhos a me embalar.
Entre a utopia e o real caminho,
Me perco, em pensamentos me aninho,
Na fronteira do sonho e do dia,
Esperando a hora da nossa harmonia.
Ah, se o sonho fosse agora verdade,
Se eu pudesse viver essa felicidade,
Mas o tempo, cúmplice de amor,
Promete: falta pouco, meu doce fervor.
Renunciei aos devaneios do amor e agora dedico-me à busca pela prosperidade, relegando o resto à insignificância. Finalmente, despertei para a verdade da vida.
Em meus devaneios poéticos, sempre ouço meu eu lírico dizer: _Toma mais esta dose de versos, que passa!
Em meio à devaneios, minha alma pôde descansar em uma praia de ventos álgidos que faziam do meu sangue, gelo.
Meus pés puderam passear pela areia quente e solitária, não havia ninguém ao meu lado.
Era um privilégio escutar a canção das ondas, era um privilégio a ausência de voz que não fosse a minha.
A boa solidão, como eu digo, é um privilégio.