Serviço Público
Entender que é um privilégio contribuir direta ou indiretamente com a sociedade.
Que o serviço público seja visto como uma oportunidade de entregar tempo, conhecimento , ideias, inovações, sentimentos positivos para dias melhores.
Se for pra ser, seja sempre melhor a cada dia.
Às vezes eu penso que o sinal mais evidente do descaso político contra o povo, é que nenhum político nunca usufrui dos serviços públicos gratuitamente. 😏
O tempo tem revelado que a estátua na praça, por si só, não é instrumento sinalizador de bondade, de "relevantes serviços prestados". Que a "era da transparência" nos permita aplaudir, no futuro, os verdadeiros grandes homens públicos.
Conheço pessoas cuja profissão resume-se a "concurseiro". Questionadas sobre o porquê de tamanha determinação, a resposta na maioria das vezes é "estabilidade". O que me intriga e ao mesmo tempo enternece é a concepção de estabilidade e a motivação que as levam a ingressar no serviço público; concepções e motivações essas que, via de regra, não incluem o cidadão que deveria se beneficiar de seu ofício - tampouco da qualidade deste serviço. Eis que nos deparamos constantemente com um sem-número de funcionários que não cumprem seus horários, tiram licenças abusivas, não cumprem metas - sequer as estabelecem -, agem com descaso, negligência e desrespeito frente a seus semelhantes (são cidadãos prestando serviços a cidadãos), realizam o trabalho de forma medíocre e, como é endêmico em nosso imaginário, distancializam todos os problemas que afligem a população, delimitando um círculo bem claro do qual todos eles estão excluídos. Não gosto de generalizar, e felizmente conheço pessoas que honram sua profissão, independentemente de qual seja o setor no qual atuem, mas, basicamente, o que sinto é vergonha, tristeza, sinto raiva e sobretudo impotência por saber que essa não é uma realidade que mudará com uma ou outra gestão partidária.
FALSO ORGULHO, FRACA AUTORIDADE - outro problema na Universidade é o da hierarquia. Lembro-me de uma ex-funcionária que gostava de me dar ordens grosseiras por telefone. Como não lhe reconhecia a voz, perguntava de quem se tratava e ela, asperosa, berrava: "Sou Fulana da REITORIA". Bem, nem da Reitoria era, estava no terceiro ou quarto escalão. Certo dia, cansado, resolvi atendê-la com mais rigor e arquitei uma saudação bem fraterna nas ruas da cidade, onde, frequentemente, nos encontrávamos. Acabou a novela. Há quem se ache que a Pós-graduação é mais importante que a graduação. Eu não penso assim. A Universidade jamais fechará os cursos de graduação e manterá os da pós-graduação. O mais importante da universidade são seus alunos e o povo que nela não está, depois TODOS nós, sem hierarquia.
As dificuldades enfrentadas pelo povo no acesso aos serviços públicos são o principal argumento de que um governo vai mal.
A falência dos serviços públicos revela a falência de um governo.
Procure amar sempre; valorize o companheirismo e a lealdade; continue com a ética; valorize a grandeza do serviço público; prestigiando sempre a insofismável e irrenunciável prevalência da supremacia do interesse público
Pelos costumes adquiridos ao longo dos anos, há dificuldades de alguns em respeitar as atividades desenvolvidas por servidores públicos. Se torna mais fácil criticar que elogiar as realizações. Há o entendimento que existem vícios de décadas a combater e que muitos desses vícios explicam o apoio de alguns servidores e críticos a corruptos confessos. Contudo, não podemos generalizar e saber valorizar e respeitar os servidores, destacar os serviços exitosos e entender as críticas como o fortalecimento do bem público e o aprimoramento das funções.
A moral administrativa
A moral administrativa não deve ser encarada apenas como mero símbolo ou estilo de vida, não se trata de simples regra escrita numa folha de papel, simplesmente descartável ou embrulhado num papel de pão; deve ser algo transcendente, grandioso, apanágio da vida pública. Todos esperam que no exercício de função pública o gestor deva possuir obrigatoriamente comportamento escorreito no cumprimento da vontade do povo; zelar pelos bens e serviços públicos; não valer-se do cargo para lograr proveito pessoal em detrimento da dignidade da função; cuidar do erário público, com zelo e amor, não permitindo apropriação indébita do patrimônio público nem do dinheiro do pagador de impostos; abster-se de perseguir servidores públicos que se dedicaram de corpo e alma e deram sua vida pela Instituição; abster-se de receber comissões, presentes e vantagens de qualquer espécie em razão das atribuições; deve assumir protagonismo na defesa dos direitos humanos de índole petrarquiano; impõe a todos o dever de tratamento com urbanidade, respeito e cortesia; importa afirmar que a moral administrativa exige conduta endógena e exógena do gestor público; o agente público além de cuidar dos bens e interesses públicos, como se afirma linhas atrás, deve se pautar de forma a evitar comportamentos pessoais desviantes; assim, não deve fazer uso de bebidas alcoólicas em pleno exercício do serviço, não proceder de modo incompatível com a honra dignidade e decoro de suas funções, não valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública, não praticar assédios morais nem sexuais no exercício de seu mister ou fora dele; não utilizar-se do cargo para promoções pessoais, não utilizar-se de bens e serviços públicos no interesse de atividades particulares, além de tantas outras atividades pecaminosas. A gestão pública exige qualificação e tecnicismo profissional; e por via de consequência, indicações de gestores, sem nenhum critério técnico, meramente, de cunho político, para atender o fisiologismo partidário, resulta claramente em sintomas de fracasso e derrocada do serviço público.
O funcionalismo público é como um sistema de catracas sem a maioria dos dentes. Não gira por si só e não permite o todo girar. Precise de um serviço público que você vai entender. É a catraca banguela.
O excesso de burocracia está tão arraigado nos servidores públicos que o comparo ao racismo estrutural. As leis já mudaram, mas o comportamento histórico é repetido até mesmo inconscientemente pelos indivíduos. Ou seja, na prática, nada muda.
“não faço vistas grossas nem ouvidos moucos aos descalabros protagonizados, diuturnamente, seja na educação, seja em qualquer outra ambiência do serviço público. O estado deplorável de tudo que aí está, acredite, só seria transformado com a obrigação inexorável de quem se coloca como servidor público, também ter de utilizá-lo.” Gladston Ribeiro Jr.
Cinquenta por cento das falhas dos serviços públicos são falhas de caráter, o restante é incompetência, ou descaso político.
Não adianta ter políticas certas, se o funcionalismo público for burocrático, lento, caro, ineficiente e desonesto (É como ter um carro potente, mas com o motor completamente e irreversivelmente corrompido.).