Sertão
Sou caboclo do sertão
Me criei nesse pedaço de chão
Me enfio nas veredas
Em cima do meu alazão,
Saio a procura de alguém
Que roubou meu coração.
NOSSO SERTÃO
Sou do sertão,
Sou da seca,
Sou cristão.
Caminho descalço
com os pés no chão,
Isso é que me faz
ter motivação.
Mandacaru que brotou no
chão, colore o nosso sertão.
Crianças se diverte, nada o
impede.
Livre ele se sente,
isso colore sua
mente,
A cada pedaço de pão.
O homem ganha força, para
continuar com sua missão,
Alegria habita em seu
peito.
Então a Deus mostra seu
respeito, por tudo que ele tem feito,
A cada raio de sol, a
alegria é contagiada.
Entre nosso humilde
sertão
Essa é a razão, de toda essa
emoção.
Em um canto do Sertão
Ao ritmo lento da melodia, vou caminhando.
O sertão é o meu lar, onde o vento sopra contando…
Cada árvore seca, cada chão rachando.
Essa é a poesia viva de uma terra abençoada.
O calor incha a pele, mas aquece o coração.
Na aridez do tempo, a minha música cresce.
A natureza se expressa em silêncio profundo.
Com a simplicidade, consigo compreender o mundo.
A água do rio é a dança dos galhos.
O céu estrelado é como um antigo atalho.
No sertão, sou parte dessa imensidão.
Vivência e raiz, tocando o meu chão.
RECORDAÇÃO DO MEU TEMPO NO SERTÃO
Versão Urbana ou Pardal
Eu já fui Curió,
Que só vive no mato,
Não vive na cidade.
Hoje sou Pardal,
Que não vive no mato,
Só vive na cidade,
Por circunstâncias,
Ou por necessidade.
Acho que sou um Curial,
Mistura de Curió com Pardal.
Acho que sou um Pardió,
Mistura de Pardal com Curió.
Como não consigo definir,
Deixa assim que é melhor.
Vez em quando dói o coração,
Na cabeça vem recordação,
Do meu tempo no Sertão.
Quando não aguento a saudade,
Junto vara de pesca e carabina,
Deixo a cidade e vou pro sertão,
Pescá recordação e matá saudade.
Minhas filhas me dão tanta alegria,
Enviando fotos e vídeos de pescaria,
Ver os nétos aprendendo a usar vara,
Prá pesca lambari, bagre, lobó, piapara...
Não importa tipo e modelo de vara.
Nem espécie e tamanho de peixe,
Mas só a alegria de pescar,
Escutando seus pais falar:
Sobre catar e chupar guavira,
Guabiróba, guapeva, jaracatiá,
Coquinho pindó, macaúba, bocajá,
Comer marolo, goiabinha do campo,
Comer ariticum cagão,
Pouco prá não dar diarréia,
Comer jabuticaba do mato,
Pouca prá não entupir,
Tirar palmito, mel de európa e jatei...
Essas e muitas coisas que eu vivi...
Por isso é tanta recordação...
Quanta saudade do sertão...
Saudades dos parentes,
Povo bom e boa gente,
A grande maioria vivia,
Em sítios e fazendas,
Dentro dos sertões.
Longe das cidades.
Tantas recordações,
Quantas saudades...
Marsciano
O sertão é terra quente,
Quente como a paixão,
Que aquece o coração,
Feito brasa incandescente.
O sertão é sol nascente,
Que sorri a cada dia,
É um facho de poesia
Que dentro do peito inflama
O sertão é uma chama
É o fogo da utopia.
O sertão é acolhida,
É o abraço que se doa,
É o copo de água boa,
É o prato de comida.
O sertão é a própria vida
Em forma de amizade,
É a prática da bondade
Como a coisa mais louvável.
O sertão é inigualável
Em sua generosidade.
O poeta é entendedor
Da cultura popular.
Vai do sertão a Europa,
Sem sair do lugar.
Conhecedor do passado,
Do presente é letrado,
Não tem como comparar.
Pra o futuro é diplomado,
Com a imaginação vai além.
Já o profeta é enganador,
Falando o que lhe convém.
É um Grande apostador,
Pensando que é doutor,
Tentado enganar alguém.
Sertão
Há tantos rascunhos escritos
Que ao ler
Eu me pego a chorar.
O tempo passa tão rápido
E eu não sei explicar
A saudade do meu sertão
Que hoje veio me apertar
Maltrata meu coração
E faz os olhos derramar
Lágrimas de um paulista
Que ama o sertão do Ceará.
Alexandre C.
Poeta de Libra
No sertão da vida, o cacto ergue-se como um guardião resistente, ensinando que, mesmo sob o sol escaldante, é possível florescer e encontrar beleza na aridez da jornada.
As águas são minerais
a riqueza vem do chão
a plantação de vegetais
traz fartura pro sertão
e ter sossego vale mais
do que dinheiro no cartão.
PETROLINA
Petrolina é a cidade
encravada no sertão,
de povo acolhedor,
muito bom anfitrião.
Quem vai lá pra visitar
tem vontade de ficar
e morar na região.
Impossível esquecer
os encantos do sertão.
Mesmo saindo de lá,
fica na recordação.
Feito uma tatuagem
gravada no coração.
Ter um livro nas mãos,
- é sempre andar muito bem acompanhado
Seja no Sertão ou dentro de um palácio,
- só ele que é capaz de fazer de você um ser
completamente libertado,
O livro abre as portas e as janelas daquilo que
muitas das vezes foi ocultado,
- ele é o mundo maldito, científico e encantado
Por isso trate muito bem dele, o mantenha sempre
limpo e muito bem guardado.
Ter um livro nas mãos,
- é sempre ter a oportunidade de visitar lugares
nunca antes visitados
É poder viajar para conhecer o planeta e todos
os seus lados,
- é ter tudo de uma vez só: um parente, um amigo
o professor e também o seu ser amado
Além de mantê-lo limpo e bem guardado, para
fazê-lo jamais esquecido: é preciso compartilhá-lo.
Ter um livro nas mãos,
- é a oportunidade de capacitar os que não foram
escolhidos e aprimorar os que foram capacitados
O livro é capaz de te dar asas mesmo enquanto
você continua sentado,
- ele faz o seu coração bater mesmo sem você
estar apaixonado
Ele é a sua companhia, e traz quase sempre a
resposta para o que não foi solucionado.
Portanto, doe um livro e recomende sempre
para que o outro tenha também com ele
muito carinho e um santo cuidado.
Os ares da poesia do sertão, Fazem brilhar os meus olhos, Para alguém que carrega um sutil poder de sedução.
No sertão de nossa vida,
Uma chama pode arder,
É a amizade querida,
Que nos faz tanto crescer.
Não precisa ser pra sempre,
Nem promessa imortal,
Mas enquanto ela estiver,
Seja forte, sem igual.
Amigo é como um farol,
Noite escura, a brilhar,
Mesmo que o tempo passe,
Sua luz vai nos guiar.
Se um dia for embora,
Lágrimas podem cair,
Mas o que foi vivido,
Jamais vai se extinguir.
Na lembrança vai ficar,
Como um verso de cordel,
A amizade é uma estrela,
Que nos leva ao céu.
Que seja infinita então,
Enquanto durar a chama,
Pois o valor de um amigo,
Nunca se apaga na alma.
MEU INTERIOR
Eu banhava de cuia
E sabão d`cuada
O barro do riacho
Encardido ficava
Desnuda na praia
Só passava a boiada
Eu tibungava nos açudes
Saia da água renovada
Chovia em mim chuva de versos
Minha alma saia lavada
Nas ribanceiras caçava ingá
Manducava todo o jatobá
Depois eu pegava caminho
No atalho do carreirinho
Apreciava o casulo
E o ninho do passarinho
Atravessava a cerca de arame farpado
Pra catar canapum do mato
Quando eu chegava à casa de vó
Era hora do arroz pinicado
Parecia infindo o caminho do riacho
Era hora de acender as candeias.
Como eu vivia um lado avesso
Tudo em mim já estava aceso!
Na roça
Curtindo uma vida pacata
com essa gente hospitaleira
sentindo o cheiro da mata
ouvindo o som da cachoeira
e um cafezinho na hora exata
borbulhando na chaleira.
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