Sertão
Nordeste meu grande amor
minha terra, meu abrigo
meu sertão acolhedor
da soja, feijão e trigo
e seja por onde for
na alegria ou na dor
eu levo você comigo.
O oxe é uma expressão
que tá na língua da gente
no dicionário do sertão
o nordestino é influente
da Bahia ao Maranhão
todo mundo fala oxente.
Se lágrimas resolvessem problemas eu estaria mais seco que o sertão nordestino. Por hora, apenas imerso na vastidão da represa interna que existe em mim.
O homem sertanejo
Meu Sertão é seco, mas não é seco por ser mais pobre, é seco porque a seca é uma das paisagens do Sertão.
É fator do clima e do solo da nossa região.
Região que é rica em demasia quando se tem chuva e pobre de fazer pena quando não tem a bendita água nos açudes e barreiros.
Mesmo diante dessa paisagem da vida, o sertanejo é valente, persistente e um vencedor, pois a batalha é constante desde os primórdios do desbravamento do Sertão.
Nunca se cansa e nem se amolenga diante das dificuldades do tempo e do espaço no imenso Nordeste.
O sol escaldante, o solo seco e a paisagem cinzenta, não são desestímulos ao homem sertanejo.
A dificuldade faz até renascer o espírito de bravura.
Meu Nordeste de caboclo trabalhador, de coração sincero e devoto de vários Santos.
Sertanejo que se alegra com o som da sanfona, da zabumba e do triângulo, que faz esquecer as agruras da vida, embolado no forró, xaxado e xote pelo Sertão.
Homem amante das paisagens e dos animais mais comuns do seu dia a dia.
Sertanejo que embreado muitas vezes nas matas e serras à procura do boi, da ovelha, do mel de abelha, da arribaçã, do tejo e do tatu, do preá, do tamanduá, tem aí muitas vezes o alimento do dia.
O homem do Sertão sofre, mas não é um sofrimento com lamentações, pois o sertanejo é corajoso e não reclama fácil diante da tormenta e segue alegre em busca de um novo alento.
A chuva chega forte, saciando a sede do meu sertão, enchendo o barreiro e os olhos do guerreiro que trabalha na plantação.
Sertão, meu saudoso sertão.
Saudades imensa nutre dentro de mim.
Oh meu sertão amado!
oh meu sertão querido!
Meu coração clama por ti.
O sertão é Conselheiro,
É Vilanova e Pedrão,
Macambira e Vicentão,
Manuel, o Curandeiro.
O sertão é Fogueteiro,
Marciano e Beatinho,
Taramela e “Jaguncinho”,
Tia Benta e Caridade.
O sertão é João Abade,
Pajeú e Timotinho.
A seca ainda castiga
alguns pontos do sertão
mas tem água que irriga
vindo da transposição
quem trabalha não mendiga
corre,luta, encara e briga
e agradece em oração.
Salve, salve essa região
não me venha com pantim
do litoral ao sertão
o nordeste é um jardim
ao preconceito digo NÃO
mas pro respeito digo SIM.
São Pedro abriu o chuveiro
pra acabar com a rachadura
molhando o sertão inteiro
e florescendo a agricultura
pelas contas do roceiro
na mesa do brasileiro
esse ano tem fartura.
Licença poética:
Existe uma canção no silêncio de um fim de tarde,
Assim é o pôr do sol no sertão, a lua toca violão,
Quando a fogueira acende a saudade.
O nosso amor é infinito
essa beleza me seduz
o sertão é meu destrito
o sol forte é a minha luz
e o nordeste é tão bonito
que até hoje eu acredito
que é o refúgio de Jesus.
Chuva cai
chuva cai
águas de São Pedro
Trazendo as nuvens
vem regando
no agreste do meu sertão
De tão seco
de tão seco
morreu de solidão!
O amor é o sertão com terras férteis, com presença dum aguaceiro refrescante que vitaliza… O cheiro duma floresta de pinheiros; o aroma do azeite de oliva, a farinha com café que comporta o atarantado.
"Ô, mulher tão linda
Lá do meu sertão
Que me avistava
Lá sempre do seu portão
Com aquele sorriso
Lindo e encantador
Que pouco a pouco
Me conquistou."
Lá no sertão, quase ninguém tem estudo
Um ou outro que lá aprendeu ler
Mas tem homem capaz de fazer tudo, doutor
E antecipa o que vai acontecer
Para quem se alegra e se alumbra à luz do outro, um toco de vela aceso no fundo do sertão é capaz de alumiar o mundo inteiro em silente mistério.