Sertão
Vem ver o nordeste!
Tem gente que tem certeza
que o nordeste é só sertão
de fome, seca e pobreza
sem saúde e educação
vem aqui tem uma surpresa
encontra tanta beleza
que a cara fica no chão.
Sou sertão!
Estou muito desprezado
sinto o corpo ressecado
e uma dor no coração...
tenho sede, sinto fome
mas ainda tenho nome
estou vivo e sou sertão.
'Mais bonito que o céu do sertão, que o cantar da passarada, que o café quente na invernada, é o amor de irmão que nunca acaba!!'
Ela veio atrás de água, da água que Deus não manda lá pro sertão, pois é justamente a água, a mesma desejada e perversa água, que lhe rouba a vida. Isso é injusto, é desumano... (Do Livro – O Segredo de Clarice Lispector)
VOCÊ MINHA SIMPATIA - João Nunes Ventura
Se Deus quiser voltarei pro sertão
Na bananeira vou fazer a simpatia,
Vou achar meu amor minha alegria
Nos festejos da noite de São João.
Minha simpatia é o perfume da flor
Seu doce olhar é a minha fantasia,
Seu sorriso a felicidade do meu dia
E minha simpatia é você meu amor.
NO MEU SERTÃO - João Nunes Ventura
Aqui no meu sertão
Tudo é bom é diferente,
Tem uma rede pra gente
De manhã se balançar,
Assim logo bem cedinho
Eu ouço um passarinho,
Cantando no seu ninho
Querendo me consolar.
Fome no sertão.
Tem coisas que eu me zango
dói na espinha do pescoço
tem gente dançando tango
e a gente roendo o osso
não tem carne não tem frango
muitas vezes um calango
é servido em nosso almoço.
O fato é que Deus
Insiste em olhar
Para o homem no sertão
Para o homem do campo
Para os bêbados de ilusões
Para a mulher que lava a roupa
Mas que canta.
No sertão!
Aqui eu tenho felicidade
nos arvoredos do sertão
a comida é de qualidade
e faz gosto a educação
aqui não tem ansiedade
só paz e tranquilidade
e muito amor no coração.
Guibson Medeiros.
FEITO DE GADO
O que é feito d'aquele gado
tocado, lá no alto do sertão
piola, boiadeiro bravo
berrante tocando fado
estralo na palma da mão.
O gado que passou porteira
ploc-ploc, pelo chão...
Cruzou rios com piranhas
alvoroçou grandes façanhas
... Poeira amor e paixão.
O que é feito d'aquele gado
do sol quente pirambeira
lua fria escuridão...
Que passou pelos quatro ventos
curandeiros e seus ungüentos,
coloral pimenta açafrão.
O que é feito d'aquele gado
e do pasto secando no campo
d'aquele ar tísico no tempo
da distancia ao sentimento
das lagrimas enxugando encanto.
D'uma saudade adoidada
vivendo os sonhos do amar
d'aquela flor na estrada
do amor por quase nada
chorando além do mar.
O que é feito d'aquele gado
que passou pela corrente
do rio cheio de peixe
do rastos da estrela cadente...
do sangue brotando n'água
da fogueira conto de fada
da chuva nascendo semente.
O que é feito d'aquele gado
do sol escaldante do dia...
Da sombra d'aquele oitão!
Do segredo e da paixão,
que sentiu dona Maria...
O que é feito d'aquele gado
que embarcou nas quatro rodas
deixou p'ra traz, ribeirão...
Campo, bosque e a grande grota
deixou lá no rancho o seu João
vivendo a vida que gosta.
Vaqueiro do Sertão caboclo desenrolado,de Gibão chapel d couro perneira bota e espora,num cavalo bom d gado adentra de mato a fora
Canta o sábia que encanta o sertão. A mocinha no portão vislumbra o céu, vê que seu amor vive longe no deserto, espera com seu coração aberto e o seu manancial a chegada daquele que foi em busca de novas descobertas, não sabe ele o quanto ela tem desertos. Canta o sábia sendo o tema dessa história, torcendo para o encontro desse amor, para cantar em outros ares, em outras histórias.
Para quem não acredita em milagre, é só vir para o nosso sertão e presenciarem em loco os milagres da natureza.
Só basta cair algumas poucas gotas de chuva para o cinza se tornar verde e a vegetação aparentemente morta revitalizar-se, colocando sorrisos nos cantos dos pássaros e nos rostos dos sertanejos.
Saudade do sertão!
Que saudade dessas vias
da terra batida no chão
das melhores companhias
cada amigo era um irmão
ai meu Deus como eu queria
quem sabe voltar um dia
com a família pro sertão.
O POVO DO SERTÃO
Desanimado olha pra o céu esperando que vá chover
O Sol abre os olhos sem dó nem piedade
Não se compadece com tanta maldade
Dos bichos que vivem a sofrer...
É céu azul e lágrimas no chão
A água está se acabando
O homem fica implorando
Deus manda chuva pra esse sertão.
Aos poucos o verde que some
O povo já não sabe o que fazer
Se demorar pra chover
O gado morre de fome...
Bandas do Sertão
Não importa se é noite ou dia,
ela chega e me enche de alegria.
Um faniquito no meu coração,
É tal de Dona Paixão.
Apruma o corpo menino,
ta parecendo badalo de sino.
Eu gosto mesmo é de tambor,
pulsa que nem o amor.
Tiquim daqui, cadim de lá,
To com vontade de viajar.
Sumir la pras bandas do sertão,
Vai eu e o violão, eita trem bão!
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