Serenidade
No jardim do meu ser, rosa brava, és a luz que acalma,
A paz encontrada, inspiras versos, palavras encantadas,
És o refúgio da minha alma desassossegada.
Quando teu olhar, mar de serenidade, me encontra,
Meu mundo aquieta, em cumplicidade nas longas conversas,
E no silêncio, um amor que ensurdece e encanta.
Mesmo distante, és constante presença,
Flor que habita meu sonho e a lembrança,
Trazendo à vida uma doce promessa,
Minha rosa brava, livre e insubmissa.
A minha existência é um pequeno clarão,
Que brilha por instantes na vastidão,
E ilumina a noite fugazmente sem pedir permissão.
Sou um relâmpago que não sabe por que surge,
Um lampejo que não questiona seu destino.
A vida é simples, como a luz de uma vela ao vento,
E eu sou apenas o que sou, sem intenção ou lamento.
As estrelas observam-me sem curiosidade,
Assim como eu observo o campo, a árvore, o rio.
Nada tem propósito além de ser,
E nesse ser, encontro minha paz e meu viver.
Não há mistério no clarão que sou,
Não há desejo de eternidade ou de compreensão.
Sou um instante de luz na escuridão do mundo,
E isso basta, sem razão, sem ilusão.
A vida não se pede, nem se rejeita,
Apenas se é, como o sol, como o mar.
E ao findar do meu brilho, algo persiste,
Pois na vastidão, meu clarão resiste.
Ser é suficiente, ser é tudo,
E o pequeno clarão que sou,
Ilumina outros caminhos na escuridão,
Deixando uma fugaz e efêmera recordação.
Silêncio
Há sabedoria no silêncio das pedras, No murmúrio quieto do rio que passa. Não falam as árvores, e ainda assim conhecem os segredos da terra e do vento.
O silêncio do campo é cheio de respostas, Que as palavras não conseguem dizer. A brisa suave que toca a face, Diz mais do que qualquer voz humana.
Vejo a verdade na luz da manhã, No balançar das folhas ao sol. Tudo fala sem palavras, Tudo responde sem perguntar.
Há um entendimento profundo No simples ato de não falar. O silêncio é a resposta mais pura, Que a natureza nos oferece sem cessar.
Quando me calo, ouço o mundo, E nele encontro a paz que as palavras perdem. No silêncio há uma sabedoria tão profunda, Que transforma o vazio em plenitude.
Aquieto-me na sombra das árvores, E deixo que o silêncio me ensine. Pois há mais verdade na quietude, Do que na língua bífida da humanidade.
Na calmaria do meu dia-a-dia tranquilo,
Sem pressas nem aflições que perturbam,
Contemplo a vida com a serenidade de quem se entrega,
Não à procura do amanhã, mas à plenitude do presente.
Vejo as pessoas correndo atrás de ilusões fugidias,
Esperando encontrar a felicidade num horizonte distante.
Mas eu, na quietude do meu ser, prefiro saborear o agora,
Pois a alegria reside na simplicidade que exploro.
Não sou poeta de grandes feitos ou narrativas épicas,
Prefiro a delicadeza das palavras que acarinho.
Por que complicar o que é tão simples e belo?
Viver é o caminho, sorrir é meu consolo.
Assim, vivo o momento com serenidade e sem receio,
A vida é para ser vivida, no presente e com meu apreço,
E a paz interior no agora é a chave para minha felicidade.
O Natal é o que nos fica das coisas simples:
o cheiro do pão quente na mesa,
o abraço que se dá sem motivo,
a luz serena de uma vela acesa,
que aquece mais do que qualquer ouro.
Não é preciso muito para encher o coração.
O brilho verdadeiro não está nas vitrines,
mas no olhar de quem partilha,
no sorriso que chega sem pressa,
na alegria de estar juntos,
mesmo quando o mundo lá fora parece agitado.
Este é o tempo de voltar ao essencial:
a palavra dita com carinho,
o gesto que ampara,
a gratidão por tudo o que já temos.
Porque o Natal não se mede em excessos,
mas na abundância do que é sincero.
Que os nossos dias sejam como esta época:
simples, luminosos, plenos.
E que a fartura maior esteja onde sempre esteve:
no calor humano que nos faz verdadeiramente ricos.
O silêncio pode ser uma forma de presença tão plena quanto as palavras. Não ter algo a dizer não implica vazio ou ausência; pelo contrário, pode ser um sinal de serenidade, de quem encontra na quietude o espaço para estar.
Vivemos numa era onde o ruído constante é quase obrigatório — opiniões, comentários, respostas imediatas. Mas o silêncio, por vezes, é a maior das respostas. Ele não é sinónimo de tristeza ou desconforto; pode ser a companhia de quem se sente confortável consigo mesmo, que não precisa preencher cada momento com palavras para existir.
Há também uma força no silêncio. Ele carrega o que as palavras não conseguem alcançar: a profundidade dos pensamentos, o peso das emoções, a verdade das pausas. Estar em silêncio é estar inteiro, permitir que o mundo se desenrole sem a necessidade de intervenção constante, e aceitar que nem tudo precisa ser dito, porque nem tudo pode ser traduzido.
Assim, o silêncio não é ausência, mas presença num outro tom.
A passividade é vista, por muitos, como fraqueza — uma árvore que se curva ao vento, sem resistência, sem carácter. Dizem que quem tolera é porque teme, que quem se cala tem medo do confronto, que quem se afasta é um submisso, um "banana". Mas o silêncio não é fraqueza, nem a calma é covardia. Há uma força que se revela na quietude, uma sabedoria que prefere a distância, uma paz que não se oferece à tempestade.
Mas aqueles que julgam com olhos curtos não sabem que, por trás de cada gesto contido, há um limite invisível, um ponto de ruptura que não se anuncia, que ninguém vê até que se quebre o silêncio. Eles pedem para que mostremos as garras, para que nos revelemos como lutadores. E quando, por fim, o tom de voz se altera, o rosto se endurece e o coração se solta, os mesmos que pediam a batalha recuam, como quem teme o fogo depois de o ter provocado. Querem a calma, mas não entendem a violência do espelho que, por fim, reflete a sua própria face.
E eu? Eu sou passivo, mas não estúpido. Calmo, mas não resignado. Aceito o fardo da paciência, porque sei que não sou um boneco de marionete. E quando me chatear, quando o peso se tornar insuportável, os que me pediram para mostrar os dentes não gostarão do que verão. A passividade tem o seu valor — e eu sei, melhor do que qualquer um, até onde posso ir sem perder o que sou.
A passividade, muitas vezes confundida com fraqueza, carrega em si uma outra forma de força, que escapa aos críticos. Aqueles que a julgam, acreditando que se trata de medo ou covardia, não percebem o poder de quem escolhe o silêncio. Quem exige que se mostre as garras, que se revele a fúria, não entende a quietude de quem não sente necessidade de expor as suas intenções. O que parece fragilidade pode, na verdade, ser uma forma de resistência que não se traduz em palavras ou gestos, mas numa serenidade que recusa o confronto sem razão.
E, contudo, existe sempre um ponto onde a quietude deixa de ser sustentável. Quem escolhe o silêncio sabe que, eventualmente, o tom mudará. E quando a paciência chega ao seu limite, quem tanto desejava a luta, ao tocá-la, recua, desconfortável com aquilo que antes queria ver. A passividade não é uma fraqueza, mas uma maneira de não se submeter ao ruído do mundo, de não se deixar arrastar pelas expectativas dos outros.
Sou passivo, mas não sem entendimento. Calmo, mas não submisso. Respeito o meu próprio ritmo, porque sei que a verdadeira força está em saber não ceder às pressões alheias, em manter a calma mesmo quando tudo à volta pede uma reação. Quem me conhece entende que o silêncio não é vazio, mas uma forma de escolher o momento certo para se mostrar.
A virtude de esperar é não pensar no tempo,
É deixar que o sol se ponha e nasça,
Sem pedir que a noite acabe ou que o dia se prolongue.
A paciência é a simplicidade de quem vive,
De quem sente a terra debaixo dos pés,
E sabe que a árvore cresce sem que ninguém olhe para ela.
O segredo é não apressar os rios,
Que correm como devem,
Nem olhar o relógio como se ele fosse o dono da vida.
A serenidade vem de não querer além do que há,
De aceitar que o vento passa,
E que a folha, ao cair, encontra o chão no tempo certo.
A paciência não é espera imposta,
É estar em harmonia com o que é.
O mundo segue o seu rumo,
E nós seguimos com ele,
Simples, como quem sabe
Que tudo chega quando tem de chegar.
A chamada felicidade está em um lugar entre a alegria e a tristeza. Mais precisamente, em um espaço em que tristeza e alegria não têm mais esses significados. A felicidade, então, reside num lugar de serenidade, de compreensão e aceitação do fluxo da vida.
Às vezes, o silêncio é a melhor resposta, pois permite que as palavras não ditas falem por si mesmas, revelando a sabedoria contida na serenidade.
Moabe Teles
Em meio a tantas vozes, a sua é a que traz conforto, como se o mundo inteiro se silenciasse para que eu pudesse ouvir apenas você.
Moabe Teles
Nem toda resposta precisa ser dita. Às vezes, o silêncio ensina mais do que mil palavras.
Moabe Teles
O jeito correto de lidar com as adversidades da vida é manter seu pensamento sereno e a disciplina a cima de tudo em suas ações, afinal é sua decisão, certa ou errada, que prevalecerá no final!