Sereias

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na praia a sereia
anseia que a onda
a salve da areia

As sereias, porém, possuem uma arma ainda mais terrível do que seu canto: seu silêncio.

As Sereias cantavam seus segredos em conchas, todos ouviam, mas só os crédulos podiam entender…

Unicórnios, salamandras, harpias, hamadríades, sereias, e ogros. Talvez acredite em fadas também, orixás quem sabe? Ou átomos, buracos negros, anãs brancas, quasars e protozoários. E diria com aquele ar 'levemente pedante':
- "Quem só acredita no visível tem um mundo muito pequeno".

Jovem pescador em águas traicoeiras, as conchas susuraram o seu nome. Tu que acreditas em sereias revelo-me a ti escondendo a calda ao mar.

SEREIAS

Sereias são belas,
Mas nem sempre são felizes.
Jogam sua rede ao mar .
Conquistam e voltam a pescar
O importante é o seduzir
E nunca o contentar-se.
Sereias é a versão feminina
Dos famosos conquistadores
Do famoso dom Juan.
Auto estima baixa que se eleva
A cada nova conquista e
A abstinência as fazem atravessar vidas.
Quem nunca ouviu
E se surpreendeu e se encantou
Com o canto da Sereia?

Quem não acredita em sereia não conhece os segredos do amar.

Quem sou?
Sou mulher ou sou menina...
Sou flor ou sou sereia...
Sou fada ou sou bruxa.
Sou linda ou sou feia...
Sou quem erra quando busca acertar...
Ou quem acerta quando não quer nem tentar...
Que diz palavras pesadas com a leveza do ar...
Ou palavras amenas com a força de um trator...
Canto a vida e a dor...
Choro e sinto amor...
Sou início, meio e fim..
mas enfim, quem sou?
Sou mulher...

Sua Estrela Sou Eu

Sou um pequeno grão de areia
Sou o canto da sereia
E canto pra enfeitiçar
Sou uma luz no infinito
Sou o sonho mais bonito
E sonho com você acordar

Vem
Sentir minha paixão
Ouvir meu coração
Que ele bate por você
E chama só por você
Na minha solidão
As nuvens de ilusão
Derramam tua chuva em mim
Te quero assim

Vem
Que a lua já acendeu
Que a tua estrela sou eu
O céu coberto de amor
Nos ilumine... então
Vem
Que o tempo passa por nós
Minha saudade é a voz
Que faz eu me convencer
A esperar por você

Eu quero, eu quero...
Eu quero, eu quero você
Eu quero, eu quero...
Eu quero então (você)
Vem...

Agora as sereias possuem uma arma ainda mais fatal do que seu canto, ou seja, seu silêncio... Talvez fosse possível escapar do seu canto: mas do seu silêncio, por certo, jamais.

Sereias Existem

Num mundo gélido e fatídico eu rastejava
Sofria na alma a não calma
Lagrimas eram maiores que sangue jorrava
Putrefações dos corpos pós traumas

Não deixe minha essência fenecer
Amordaçar a minha fúria antes do amanhecer
Coração batendo 4/4 até doer
Sonos atormentados são assim: Dormimos sem nos mexer

Noites? Dia? Não sei discernir
Tento encaixar as palavras para sentir
Agradeço a todos por me agredir
Arranco meus olhos e enxergo melhor, assim eu não consigo fingir

Poderia este, ser um poema de amor, de dor ou de alegria
Mas nenhuma palavra representaria a melancolia
Explode em ondas minhas reminiscências
De pensamentos indubitáveis, totalidades de sombras e aparências

Os queixos tremulam e mãos petrificadas materializam a dor
Fluidos, pensamentos sugestivos e horror
Destituído da essência comum e sem pudor
Neste turbilhão de exageros retrato a nuance do olor

Eu me pergunto sereias existe?
Queria ludibria-me com um canto épico e sombrio
Jogar-me sem noção de dor atraído pelo doce sombrio assobio
Eu me pergunto sereias existe?

Quando vc ama alguém só por ouvir sua voz é como se fosse o mavioso canto das sereias.

Mergulhei em lindas cachoeiras procurando a mais bela das sereias e encontrei o mais belo dos diamantes.
"Não é por que não achamos exatamente o que procuramos que nossa viagem não valeu a pena."

Luna Sedutora

Oh!!!

Luna sedutora...

Que tem canto parecido com o das sereias...

Por que me encantou luna???

Por que me encantaste com teu canto sedutor...

Se não me quer!!!

Oh Luna!!!

Meu coração bate forte quando sinto teu brilho no céu...
Minha boca fica seca a espera de um beijo teu...
Minhas mãos ficam suadas e geladas...
Meus olhos procuram os teus sempre perdidos dos meus...

Por que luna???

Por que me seduzistes com o teu canto...
Se soubestes como é triste o meu trilhar sem teu brilho...

Por que luna???

Todos meus versos são para ti
Mas, meus versos não têm o mesmo encanto que teu canto tem em mim...

Por que luna???

Por que Deus me fez poeta...

Queria ser cantor para te encantar luna...

Ah!!!

Como eu queria saber te encantar luna...

"Baby, let's cruise away from here
Don't be confused, the way is clear
And if you want it you got it forever"
...

Mulheres ninfas, assim como mulheres sereias têm o hábito de atrair pelo visual, conseguem manipular o outro, cuja fraqueza é exatamente uma mulher deslumbrante.
Mas, assim como nas lendas mitológicas, as mulheres empoderadas podem ser livres demais, repare que essas lendas as classificam não só como belas mulheres, mas estão sempre sozinhas, não se prendem a conquistadores, mas gostam de seduzir e principalmente são super protetoras do seu hábitat.
Como tudo na vida, mulheres assim tem dois pesos e duas medidas. Que tipo de lenda você é, mulher? Que tipo de mitologia você já conheceu de perto, homem?

Gosto de dizer. Direi melhor: gosto de palavrar. As palavras são para mim corpos tocáveis, sereias visíveis, sensualidades incorporadas. Talvez porque a sensualidade real não tem para mim interesse de nenhuma espécie - nem sequer mental ou de sonho -, transmudou-se-me o desejo para aquilo que em mim cria ritmos verbais, ou os escuta de outros. Estremeço se dizem bem. Tal página de Fialho, tal página de Chateaubriand, fazem formigar toda a minha vida em todas as veias, fazem-me raivar tremulamente quieto de um prazer inatingível que estou tendo. Tal página, até, de Vieira, na sua fria perfeição de engenharia sintáctica, me faz tremer como um ramo ao vento, num delírio passivo de coisa movida.

Como todos os grandes apaixonados, gosto da delícia da perda de mim, em que o gozo da entrega se sofre inteiramente. E, assim, muitas vezes, escrevo sem querer pensar, num devaneio externo, deixando que as palavras me façam festas, criança menina ao colo delas. São frases sem sentido, decorrendo mórbidas, numa fluidez de água sentida, esquecer-se de ribeiro em que as ondas se misturam e indefinem, tornando-se sempre outras, sucedendo a si mesmas. Assim as ideias, as imagens, trémulas de expressão, passam por mim em cortejos sonoros de sedas esbatidas, onde um luar de ideia bruxuleia, malhado e confuso.

Não choro por nada que a vida traga ou leve. Há porém páginas de prosa que me têm feito chorar. Lembro-me, como do que estou vendo, da noite em que, ainda criança, li pela primeira vez numa selecta o passo célebre de Vieira sobre o rei Salomão. «Fabricou Salomão um palácio...» E fui lendo, até ao fim, trémulo, confuso: depois rompi em lágrimas, felizes, como nenhuma felicidade real me fará chorar, como nenhuma tristeza da vida me fará imitar. Aquele movimento hierático da nossa clara língua majestosa, aquele exprimir das ideias nas palavras inevitáveis, correr de água porque há declive, aquele assombro vocálico em que os sons são cores ideais - tudo isso me toldou de instinto como uma grande emoção política. E, disse, chorei: hoje, relembrando, ainda choro. Não é - não - a saudade da infância de que não tenho saudades: é a saudade da emoção daquele momento, a mágoa de não poder já ler pela primeira vez aquela grande certeza sinfónica.

Não tenho sentimento nenhum político ou social. Tenho, porém, num sentido, um alto sentimento patriótico. Minha pátria é a língua portuguesa. Nada me pesaria que invadissem ou tomassem Portugal, desde que não me incomodassem pessoalmente. Mas odeio, com ódio verdadeiro, com o único ódio que sinto, não quem escreve mal português, não quem não sabe sintaxe, não quem escreve em ortografia simplificada, mas a página mal escrita, como pessoa própria, a sintaxe errada, como gente em que se bata, a ortografia sem ípsilon, como o escarro directo que me enoja independentemente de quem o cuspisse.

Sim, porque a ortografia também é gente. A palavra é completa vista e ouvida. E a gala da transliteração greco-romana veste-ma do seu vero manto régio, pelo qual é senhora e rainha.

Fernando Pessoa
PESSOA, F. Livro do Desassossego por Bernardo Soares. Lisboa: Ática. 1982

Eu devo ser uma sereia... Não tenho medo de profundidades, mas tenho um grande medo de uma vida superficial.

Morena sereia
Sorriso que agita o mar
Voz que seduz, melodia
Faz com amor, afogar.

Mas uma sereia não tem lágrimas, e, portanto, ela sofre muito mais.

Sobre as ondas do mar, sobre as águas na areia, minha força é do mar, minha mãe é sereia.