Ser como o Aço
UMA AVÓ DE AÇO
Tenho uma avó de aço. Sim, minha avó é de aço. Desde muito cedo a vida lhe sorriu em desventuras. Se tornou órfã de mãe aos 6 anos e sem condições, o pai entregou os vários filhos a muitos. Ela fora criada um período por primos e depois por desconhecidos que a queriam adotar. O destino trouxe-lhe meu avó, 19 anos mais velho que ela, e ela, aos 19 anos, casou-se com ele . Fruto dessa união, nove filhos foram nascidos, sendo que pelas peças e ensaios da vida, se foram dois: uma menina com 2 meses e meio, e o único filho homem - mesmo nome do pai, invadido pela leucemia aos 8 anos de idade.
Quando surgi, filha da sua 2ª filha - neta primeira, portanto mais velha, cresci vendo-a de aço. Impávida, alcácer da casa, mulher vigorosa...enquanto meu avô, na mansidão das palavras a acompanhava em admiração. Dona Iraci esbravejava com sua tempestuosa personalidade. Fazia todo mundo tremer. Trabalhava arduamente para cuidar de tudo. ASB dedicada, cuidava da limpeza com maestria tanto no serviço, quanto em casa. Recordo dela chegando com baldes de "lavagem" para alimentar os porcos do chiqueiro que tinha aos fundos da casa.
A casa de vó sempre foi o melhor lugar do mundo. Era lá que encontravam os netos, tantos outros que foram nascendo das outras seis irmãs da minha mãe. Mas antes de qualquer coisa, naquela casa o lema era trabalho. Não recordo um dia sequer da minha vó descansando (é estranho hoje vê-la deitar!). Quando chegávamos, ora era na cozinha, ora na limpeza da casa (que até os dias de hoje permanece impecável), ou ainda nas quitandas e doces (meu preferido era de goiaba)...os tachos de cobre gigantescos e quentes. A lembrança da minha vó era de uma máquina de trabalho, como se nela existisse um motor incansável e eterno. E creio que de tanto assim viver, seu cérebro registrou que era! A dinâmica desse cotidiano, nos fazia enxergá-la puro aço.
Fui uma neta muito presente na infância e por muitos anos da juventude...mas de repente, com tantas mudanças....as visitas vão se tornando escassas, os encontros diminuídos...enfim... Por que precisamos crescer? Aliás, por que precisamos crescer e esquecer?
Hoje foi dia de poesia dentro de casa. Hoje a poesia exalou nos cantos da cozinha da casa de minha vó. Na despedida rotineira das minhas curtas e raras visitas de final de semana - tão comuns e singelas como todas as que faço quando saio de casa e retorno para onde moro, abracei-a apertado, dizendo: "eu te amo vó!" Ela me olhou com olhar triste e lacrimejado. Então falei:
- Vó, uma amiga viu minha postagem (abri o instagram e mostrei a ela nossa foto do dia anterior) e disse: viva e linda! Ela, com os mesmos olhos:
- Linda o quê, minha filha!? Vagueou triste e continuou: Minha filha, a gente não enxerga, sabia? A gente não vê a velhice chegando. Não percebe! Ela vem de mansinho. Quando me olhei no espelho, assustei! Estou tão velha! Não me reconheço. Pergunto: quem é essa? Não é fácil aceitar, minha filha. É muito difícil encarar. Agora ta menos ruim dentro de mim, mas não é fácil.
Segurei sua mão. Seu olhar era de dó. Dó pelo o que a velhice lhe vem provocando, lhe vem martirizando. Fixei meus olhos nos dela:
- Eu te amo, vó! Você é linda! É difícil, mas é e será assim pra todos. Olha as minhas mãos! Elas não são mais as mesmas de pouco tempo atrás!
Depois de uns instantes a mais de afago, despedi e peguei a estrada - grande parte da viagem sozinha. Vó tá tão diferente daquela vó da minha infância, tão distante daquela que ainda consigo recordar nas profundezas da minha memória. Fiquei pensando naqueles seus olhos de hoje, naquela mão, no rosto dela que não é mais o mesmo. Muito modificado. Mas não eram as rugas que me impressionavam. Não eram as marcas do tempo, chegadas nessa tão assustadora velhice, já nos seus 83 anos.
Mas a leveza daquele rosto marcado. Mas ela ainda não se deu conta disso. Ela não é mais de aço; é cansável e humana. Limitada como tudo que existe na terra. Eu vi hoje uma vó de voz baixinha feito sinfonia que acalanta, de olhar carinhoso e querido, feito brisa que acalma. Mas que necessita do meu olhar. Os olhos lacrimejando não me saiam do pensamento - ah, esse olhar! Estavam tantas coisas escritas! Era um discurso revelando que ela fez tudo o que tinha de fazer e o que importa agora, não está na força - isso é coisa ausente; não esta na braveza - isso é coisa sem sentido.
A vida, através do tempo, lhe acalmou a alma. O tempo da colheita chegou. Uma colheita daquilo que não se apalpa. Daquilo que aquele olhar provocou na minha alma inquieta...inundada de amor e gratidão, e admiração, e respeito e orgulho que serão eternos.
Vi na minha vó hoje, a mulher feita de flores que se valeu por tantos anos atrás, das forças de aço para sobreviver.
Vó, a senhora agora é flor! Sensível, frágil, delicada! Deixe-nos te amar apenas. Não tenha pressa, nem tenha raiva do tempo. Ele quem nos dá você a cada dia de presente!
Obrigada por estar linda e viva! Porque o cheiro dos seus olhos lindos permanece o mesmo. Eu te amo. Quero falar eu te amo assim como todos os dias falo bom dia a toda gente que conheço e que desconheço por aí! Eu te amo, vó!
Enquanto a minha cabeça é esmagada pelo aço duro da janela, meus olhos censurados por barreiras intransponíveis e minha face cortada pelo vento frio da madrugada, o meu pensamento voa livre, como quem desconhece o sacríficio de seu existir.
Não precisamos demonstrar força o tempo todo
Nem vivermos com nervos de aço, e segurar o choro
Não temos que negar as nossas fragilidades, mentir sobre nossas limitações e não acreditar em nossas verdades
Sei que somos capazes de amparar nossas tristezas, de dividir os nossos medos e supera-Los com certeza
Mas o que devemos saber, é que somos mais fortes do que podemos imaginar
Basta saber que pode e começar a acreditar;
Dormi hoje á tarde e sonhei contigo
um sonho lindo de fazer sorrir
sonhei que dormia em seu colo
acordei sentindo o perfume de seus seios
e quis voltar á dormir !
Em algumas ocasiões da vida, precisamos ser sábios, e refletir antes de tomar qualquer decisão!
Ações e atitudes precipitadas, faz cair em nosso colo, as consequências, que podem nos fazer sofrer, e muito, sem se falar no psicológico também, e também trazer danos ao nosso bem mais precioso, a família.
Vamos pensar e refletir antes de qualquer decisão, seja qual for a área ou o objetivo.
Prevenir pensando e refletindo, é melhor do que depois tentar remediar as consequências das escolhas e ações precipitadas, que foram feitas no auge e no calor da emoção.
Não há bem ou mau... a não ser por interpretação pessoal.
Não fosse assim o aço forjado em extrema temperatura desfragmentava, porém ocorre ao contrário ele molda-se em algo mais útil e perspicaz!
Abençoados são, pelas mãos que socorrem em dias difíceis, e, mais ainda, às que os males, evitam acontecer.
Pensei que meus sentimentos fossem feito de aço.
Mas a cada palavra sua eles como vidro se estilhaçam.
Um coração que agrada ao próximo tem a sua aura reluzente até no rosto: há alegria em suas boas ações.
Falar a verdade, besuntada de mentiras, é o mesmo que colocar uma chapa de aço inoxidável exposto à chuvas: com o tempo ela se enferruja.
Nem as mais formosas teorias éticas compreenderiam minha cautelosa assertividade diante de suas ações, suas falas, seus olhares.
Nem mesmo os mais vistosos astros poderiam resplandecer a luminosidade do seu olhar, a grandiosidade do seu existir, e a maravilhosidade do seu estar.
E para completar minhas incontextuais e infames comparações Até acho desprezível te comparar, mas é só para você entender melhor. Enfim, nem mesmo o divino conseguiria criar um ser com tanta formosura quanto você.
A única coisa que talvez definiria sua beleza seria VOCÊ MESMA. Porque VOCÊ MESMA é indefinível.
Ápice do ócio emocional,
As pessoas se acham à tal,
Anormal,
No aço do ócio,
O ácido que corrói,
Onde alguém,
Que não é ninguém,
Tem a certeza do ser,
Sem saber,
Que o ácido no aço do ócio corrói.
"Medos ? medos não tenho, mas sim receios ...o meu maior receio é deixar de sentir.Se isso acontecer terei muito medo de escrever "
Berlim/DDR 11 setembro 1974
11 de setembro
Eu vi,
Vi rio convertidos em mortos,
Aço debilitado de dor,
Vi a solidão no olhar distante
Corpos rasgados – qual papel solto no terror da noite –
Vi o sol se ocultar de todos, temendo a tudo,
Vida de pedras chorar espinhos,
Corações partidos em linha de metrô.
Esperanças mortas no da lúgubre perfídia,
A paz, justiça fugindo de tudo e todos
Consciência pressionadas
Chispar das chamas de letras indeléveis
Um asqueroso rugido da besta enraivecida
Que dos lábios descarnados víboras escorriam
Vi,
A história trinta anos retroceder
Mi com ânsia devorados.
Eu vi o milhões de sonhos com ânsia devorados.
Eu vi o ódio na sanha violenta
A impotência diante dos fuzis.
Vi a razão sentida e humilhada,
Arfar do vento trio atordoado.
Vi o presente se tornar passado
Vi o futuro já não poder chegar.
Quão triste era.
O vinho azedo com sangue derramado
Mulheres em gritos:
- Seria parto ou decepção?
Fardas outrora cantadas e aplaudidas
Saqueiam o povo, aterrorizam os e matam.
As avenidas entes engalanadas
Abrem-se em chagas
Corpos deformados, sem nãos sem pés
Brotam qual água de sangue das feridas
Evaporaram-se os vivas, cantos e olés que enchiam os estádios
As arquibancadas cedem lugar para fila de torturas.
A morte viva quer se impor a vida viva,
O tétrico e pútrido, ao festivo e são.
Ar irrespirável de múmias putrefatas
Impor-se ao aroma da flor da esperança.
Vi,
O vermelho tingir até aos altos a cordilheira
A valentia de um povo consciente
Não se curvar diante a prepotência.
Eu vi,
A dor correr.... Correr...
Com seus cabelos soltos e vestes desgastadas
Bradar ao mundo:
“Agora vedes aonde chegam os lacaios,
Pregoeiros da fé, justiça e paz?
Que fazei vós
O mundo experiência
De muitas guerras, injustiça e opressão?
Que fazei vos
Donos da riqueza
Poder humano e fonte de poder?
O cobre derretido as entranhas de um povo queima
E o ouro alheio sarcástico dobra-se em gargalhadas
Watergates, Dawsons e Vietnames,
Ilha das Fores, Auschwitz ao mundo oferecem.
Que fazei vós?
Mas...
As sempre mãos amigas erguem-se em vozes.
Os mortos de quarenta, das tumbas levantam-se e coros
O coração do mundo arde, surgem gritos de oposição
Fotos da besta de óculos e lábios contraídos
E a cruz maldita, para os lados contorcida
Uma vez mais mutila e doce
América Latina.
Peito de aço...
Revestido com um força suprema...
Força essa do Amor...
Amor vindo dos Céus...
O Pai celestial....
E se me disserem....
Que nada posso....
Eu Piso por cima....
Trituro com poder do fogo...
Rasgo meu peito...
Rasgo meu cerebro...
Rasgo minhas roupas...
Rasgo minha alma...
Quebro todas as correntes malignas...
Que me amarram...
Levanto meu vôo...
E vou voando livre...
Esqueço as coisas pesadas....
E faço as tornarem leve...
Se me prendem....
Tiro os pés do solo...
Se algo me aborrece....
Em um piscar de olhos eu desapareço....
E volto Depois....
Mas amarras....
Nem em pesadelo.....
Nem nem em sonhos...
Nasci livre...
Nasci com minhas pernas...
Sou filho do homem...
Sou filho do Rei....
Acredito.....
Mas preciso acreditar mais...
Cada dia uma força diferente...
O vento que me trouxe....
Com ele mesmo eu volto....
Nesse vôo....
O vento supremo me sustenta.....
Subo alto....
Vôo em paz....
Com alma em harmonia.....
Com amor de Deus....
É ele que alimenta minha paz
A minha alma...
Habita em meu corpo....
E no meu copo....
Habita minha alma....
Nâo aceito....
Que me prendem...
Nâo aceito....
Eu sou eu...
E não posso deixar me levar pelos outros...
Nem todos conseguem....
Mas eu me desprendo das amarras que me sufoca....
Estou eu....
Cada vez mais livre....
Eu posso....
Eu determino.....
Eu acredito em mim....
E pronto.....Falei.....
Autor :José Ricardo