Sentido
Um gesto simples com uma variedade infindável de sentidos: consolo, conforto, amizade, parabenização e, o mais belo, amor. Pode favorecer só quem recebe, só quem oferece, ou melhor, a ambos. Às vezes um dos lados pode "forçar", todavia um abraço sincero tem um poder imenso que supera qualquer importunação!
Quando é o mais belo sentido que o motiva, e esse amor está em um nível sobrenatural, não importa como começa, porque começa, quem começa, mas sempre irá provocar uma eclosão constante do amor!
Existem momentos nos quais o saber, torna-se um imenso poço de ignorância. Um acontecimento inesperado é o suficiente para mistificar toda a sabedoria que possuímos. Passamos a duvidar de tudo, questionar paradigmas e terminamos por nos deparar com paradoxos indecifráveis. Assim é a vida, temos certeza de tudo, sem certeza de nada.
A prova que a maioria de nós somos superficiais, é que na maioria das vezes nos contentamos com o que está ao alcance dos olhos e não no sentido do que os olhos veem!
A angustiante jornada da vida humana, o medo que nos irá perseguir por toda a nossa breve vida, acumulamos dinheiro, acumulamos historias, acumulamos teorias e no final voltamos nos para nós mesmos, e nos vemos tão pequenos, tão ínfimos. O que é a vida? Milhões de respostas, temos que nos conformar com uma delas e se legitimar como se aquilo nos desse uma vida tranquila, do outro lado a vida escurece, a vida é vazia, sem significado, nesse outro lado a vida nos ameaça, nos entristece, nos angustia.
Sentir o que se vê e sentir o que se lê, não implica uma organização rítmica dos sentidos para se absorver a pura poesia da vida. O seu significado está em cada um de nós, na nossa sensibilidade individual e na nossa posição relacional com o mundo. Entre o tudo e o nada do universo real, as palavras também amam. Muito para além do simples existir, feitas bálsamo e sabendo a mel, elas germinam a suave harmonia do estar e a plenitude intrínseca do ser. Algures, no infinito, algo estremece e tonifica o espírito. Algures, no horizonte, algo recita um poema de sol e de chuva que pulsa num doce encanto e com uma certa e inegável ternura.
A comunhão com o Universo é a forma mais autêntica e a mais feliz de se saborear a própria existência.
Bonito é isto… acreditar na beleza de todas as coisas, no sussurro da palavra simples e sincera, quando o direito de sonhar se transforma na estrofe que o próprio vento não consegue levar… como um livro de poemas de mil dedos que brota do interior… como o brilho do sorriso que nasce nos olhos e se espraia no próprio ritmo de se fazer o que é certo e o que se gosta… e ser-se o que que se é, em qualquer lugar e em qualquer situação.
Enquanto o ser humano não cultivar dentro de si a ternura do seu próprio sorriso e se tornar capaz de se refazer a si mesmo, os abraços continuarão a saber a frio e os bons dias soarão à mornidão sussurrada. A vida caminha pelos trilhos da alma, colocando um brilho no olhar e uma tranquila emoção no coração. Murmura levezas que se pronunciam sem palavras, capta o próprio segredo e revela o simples sentido… Hoje é um bom dia para recomeçar. Como todos que o são. Viva. Ame. Perdoe. Sinta. E seja imensamente feliz.
As coisas mais simples, os gestos mais verdadeiros e os momentos mais ternos, nunca, jamais o tempo pode levar.
Sem economizar afetos e transportando apenas levezas, nada melhor que manter o coração bem quentinho num mundo tão repleto de obstáculos de transição, de medos, de escaladas e de derrocadas emocionais. Aceitar a minha humanidade e viver com muita vontade, perdoar e perdoar-me, embrenhar-me na energia do momento presente e sorver o céu aberto em cada vaga e em cada ponto de contato com o Universo.
O verdadeiro amor não morre.
Atravessa o infinito.
Para além das palavras.
Para além das atitudes.
Para além dos sentidos.
Aos que vão, desejo paz.
Aos que ficam, desejo felicidade.
Aos que vão e vêm, desejo o caminho sonhado.
A todos, desejo o amor.