Sentado
Passatempo
Sentado ao meu lado,
No coletivo lotado,
Um estranho,
Nariz na leitura colado.
Otimização do tempo!
Invejo.
O estômago frágil
Não me permite
Este advento.
No trajeto, divago.
Pensamentos vagabos.
Fim da linha e
Nenhum aproveitamento.
Revejo
Sentado em minha poltrona, posta bem
perto do lume, revejo os escritos teus
que ainda guardam teu perfume.
Coisas lindas me dizias, e eu com muito
amor as guardava.
Eram o alento que eu tinha quando o teu
amor me faltava.
Um dia, sem palavras partistes.
Com a esperança da volta, fiquei.
Os dias longos de espera, as noites tristes,
vivi.
Ainda hoje olho o que ficou, seguro
contra o peito estas folhas, que sustentam
o pouco de ti, que me restou.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Desde que reaprendi a apreciar as coisas realmente importantes da vida, não navego mais em redes sociais enquanto estiver sentado na privada.
Sentado no final de tarde
Tiro um tempo
Para degustar de minha parte
Um momento para relaxar
Deixando a mente solta sem pensar.
POESIA NO FRIO E CALOR
Sentado, com uma folha de papel em branco
sobre a mesa, me pergunto, escrevo ou não?
O dia frio deixa o cérebro disperso.
Tento escrever, as palavras não se juntam,
conseguirei escrever um verso?
O que faz o poeta quando escreve?
Necessário é para se falar de amor, ter de haver
calor?
No frio , o pensamento voa para perto do ser amado
sem vontade alguma de escrever.
Com o frio os carinhos e beijos, ajudam o coração
a se aquecer, e ao corpo dão uma inspiração, para
amar e viver.
Em assim pensando ao lado dela fiquei, a mão a
caneta pegou, o cérebro acordado ficou, o verso
começou a sair, e eu logrei escrever.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista. RJ
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Quem ficar sentado, aguardando por uma epifania, vai se cansar, se frustrar ainda mais e sentir um vazio crescente, que traz malefícios não apenas à realização financeira, amorosa e profissional, mas também – e principalmente – à saúde mental, espiritual e física.
Bonde - Qualquer
.
Num bonde qualquer
Sentado numa cadeira qualquer
Desse bonde
Você sempre está.
Nesse mesmo bonde qualquer
Em qualquer outra cadeira
Eu também estou lá.
Em cantos diferentes e quaisquer
Em retaguarda ou dianteira
Posições diversas e distintas
Estamos nós.
Olhares distraídos e penetrantes
De vez em quando nos encontramos
Como um acaso qualquer
Sem qualquer por acaso.
Palavra alguma proferimos no bonde
Ou em qualquer outro canto que
Por algum motivo qualquer
Só nos encontramos no mesmo bonde.
Eu estou sentado aqui com o meu melhor amigo, tentando ajudá-lo a superar um momento difícil. Se isso não é real, eu não sei o que é.
Alguém sente aqui e olhe a lua comigo,
ela parece estar nos encarando,
está brilhando como a luz do meu quarto,
me deixa com a vista embaçada.
Lágrimas escorrem do meu rosto,
não sei se é da claridade ardente de sua luz ou dos sentimentos que me envolvem,
eu quero gritar mas já estou rouco.
Estou sentado nesta areia fria,
meus pés estão descalços,
talvez eu deva correr como o trem que passa ao meu lado,
não, eu não aguento mais correr.
Imagine que você está sentado no acostamento da estrada. Você só tem que ficar sentado ali e observar os carros. Os carros são seus pensamentos. Parece fácil, não é? Mas o que normalmente acontece é que nós nos sentimos meio inquietos com o movimento do tráfego. Então vamos para o meio da estrada e tentamos parar os carros, ou até mesmo acabamos perseguindo alguns deles, esquecendo que a ideia era só ficarmos ali sentados.
SUPORTAR O DIA A DIA
Ouvi que a alucinação é suportar o dia a dia
Pensando em levantar acabei sentado na cozinha
Sem saber que bem melhor que assumir a estupidez
É segurar o grito e começar tudo outra vez!
Eis tu pensamento, que me fases, atravesar rios lagos, planiçes e planaltos, mais sentado num unico lugar.
O primeiro passo é ter fé.
Fé em Deus, que tudo vai dar certo.
O segundo é agir.
Porque, sentado, nada vai mudar.
O gato que parou na da lua...
Sentado no telhado olha a lua e mia baixinho.
Olhos brilhantes escuros como quem vai pular.
Quantas vezes pula, quantas vezes cai no espaço da lua...
Assim acredita, por ser louco de amor pela lua.
Parado fica contemplando sua luz e pergunta-se:
-“Como posso chegar até minha bela Cíntia”?
Solitário e sem resposta se contenta por adorá-la de longe...
Astuto e ágil planeja cortejá-la, pois sim, quer mesmo beijá-la.
Gato tolo! Apaixonado e vidrado na sua musa que sem dó o desdenha.
Iludido pelo seu brilho mia - “Sem você sou cego, sem graça e sem planeta”!
Porém cego, sempre, e perdido de amor! Ele mia e implora seu amor.
Sua lua se esconde entre nevoeiros e ele mia de solidão" lunar".
Ela volta como leve fumaça e mais linda, ainda, cintila à noite cheia.
O gato patusco vibra e mia longe a espantá-la com seu uivo gatuno.
Irritada ela refulge-se por trás das altas árvores com timidez faiscante.
Cansado e desanimado encolhe-se e vai dormir.
Esperando que sua amada volte na madrugada seguinte...