Sentado
Materialista
Ali
Sentado
Bem
Na pedra
De assuntá
Na trilha
Em que
Trilhanda
E é
Preciso
Trilhandá
No momento
Ali
Pensano
Até onde
Isso
Vai dá
Hoje me tranco aqui sentado, sozinho, pensando...
Hoje estão por aí fazendo, cometendo, ouvindo, sorrindo...
Estão por aí correndo, mordendo, mentindo, sofrendo...
Hoje está aí dirigindo, sentindo...
Quero sair pois aqui não me sinto bem
Vendo aí na rua gente feliz, amém
Mas vejo muita gente morrendo também
Vivo cercado do pavor e desespero total
O cara matou mais de 10 dizia o jornal
O dono do bar jogou água no bêbado, vi no local
Esse hoje dorme amargurado, triste, molhado
Ele acordou na madrugada, numa parada
Homens com facas, sorrindo e gritando faziam o mal
Olhou para cima e em um segundo tinha apagado
Onde está o sentido me diz afinal
Vivo cercado
Se você tem alguém sentado no sofá, ao seu lado, assistindo TV e reclamando da vida, então você certamente é feliz.
POR ACASO
E se por acaso, eu não te encontrar
Envelhecido, sentado eu na esquina
Do tempo, com um disperso tal olhar
Poetando mesmices pra dar propina
A ilusão, por não contigo assim estar
No coração, na emoção e na paixão...
E se por acaso neste exato momento
Perceber que rápido passou e, então
Palpitar saudade sem ter um fomento
De esperança, que acredite na razão
Do ainda é possível ter tal sentimento
E que não seja só uma mera presunção
E sim, o que importa, ter no argumento
Da vida, valia com total determinação.
Se por acaso...
Não advir, tentei e, despido será o contento.
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano
E Lá Se Vai o Tempo
E lá se vai o tempo
Sem tempo de ir
Querendo ficar no tempo
Sentado no meio fio sem sair
E lá se vai o tempo
O tempo onde perdura o amor
No coração ao sol e ao relento
Em canção e nunca amador
E lá se vai o tempo
Com carapuça de sonhador
O tempo é todo o tempo
O meu e o teu tempo, inventor
E lá se vai o tempo
De fado, de dor, de felicidade
O tempo dono da vitalidade
O tempo dono da eternidade.
E lá se vai o tempo...
Luciano Spagnol
Anápolis, 27/02/2013
14’59”
Sentado
Olha a secura do chão rachado
já cansou de esperar
Será que Deus se esqueceu da terra seca
do coração nordestino
cansado
que olha para o céu com fé
esperando a resposta de um milagre em Pingos de chuva
que molhe o chão e que brote a esperança outra vez
no coração do Nordestino
Com sua fé inabalável.
A fé do nordestino
Melhor lavar banheiro alheio, realizando sonhos, a ficar apenas sonhando sentado no conforto do próprio vaso sanitário, literalmente se borrando de medo da vida!
Sentado de onde você esta, podes ver o mundo?
Com melodia ou sem?
Talvez não importe para você ou para esta geração, mas com melodia fica mais fácil compreender muitas belezas.
Muitas pessoas não se rendem a belas palavras, mas poucas resistem às notas que a cativam os ouvidos e palpitam no coração;
Sentado à beira da praia, observando a lua cheia
Escrevo versos apaixonados, pensando na amada que meu coração anseia.
A saudade que mata e ao mesmo tempo incendeia
Faz meu coração cansado bater forte e acelerado quando vejo minha sereia.
Linda sereia do cabelo loiro e cacheado, ao som do teu canto mergulho esse mar agitado.
Linda sereia do cabelo loiro e cacheado, na saliva do teu beijo quero morrer afogado.
Sentado á mesa, de frente para um prato de fava com farinha, minha tia me olha e diz: O menino come de tudo! e eu à respondo: Mas tia se eu for escolher eu vou ficar com fome!
Meu sertão.
Homem de rua
Depois de anos continuava ele ali sentado
Sempre a observar o nada
Ou a pedir uns trocados.
Sujo, imundo e maltrapilho,
Na sua liberdade ambulante
De súbito viu distante
Um brilho desconcertante.
Levantou com certa preguiça dada pela fome,
Caminhou lentamente,
Abaixou e pegou o diamante.
Ele não tinha por certo o que era,
Mas a intensidade do brilho
Fez guardar nos seus trapos.
Assustou-se com o que ali perto ocorria,
Aquietou-se nos seu espaço.
Era uma batida policial por um assalto.
Mandaram que se levantasse
E acharam a pedra maldita.
Perguntando quando a roubara
Ele nem chegou a abrir os lábios,
Colocaram nos seus pulsos e pés as algemas.
E o levaram ao delegado.
O desgraçado apanhara e fora preso,
O pobre que nem sabia o quanto valia
A pedra que achara ao acaso.
Agora lá sentado a olhar para as paredes
Que nunca tivera um dia,
Por causa de uma estranha pedra brilhante
Que para ele pouco valia.
A pedra lhe tirou a vida de vagamundo
A única liberdade que tinha.
SAUDADES DO MEARIM
Ali, sentado na areia
da praia,estive a esperar
a formosa lua cheia
vir espelhar-se no mar.
A verdade nua e crua
foi que, na água agitada,
a imagem da bela lua
ficou feia e deformada.
Bateram dentro de mim
saudades do Mearim
que, ao luar, poesia inspira
e, em sua lenta passagem,
nunca deforma a imagem
do céu que nele se mira!
Eu estava ali... sentado.
Rodeado de vozes, de risos, de gente viva.
Mas eu não estava.
A sala ao meu redor começou a desaparecer — não de verdade, mas da minha percepção.
Como se tudo estivesse se afastando de mim… ou talvez eu estivesse afundando neles.
Um mar. Um mar feito de ideias, memórias, dúvidas e ansiedades.
Eu me afogava, devagar, e ninguém via.
Cada pensamento pesava toneladas.
E, de repente… uma dor.
Aguda. Crua. Rasgando meu crânio como um raio atravessando a alma.
Foi como se Deus tivesse acendido uma lanterna dentro da minha mente só pra mostrar tudo que eu escondia.
Medos, fracassos, rejeições, inseguranças…
Eu vi tudo. Tudo de uma vez.
A dor não era só física. Era cósmica.
Como se meu corpo quisesse me expulsar de dentro dele.
Meus músculos começaram a se encolher.
Meus ossos se curvavam, as extremidades sumiam.
Primeiro os dedos, depois os braços, as pernas…
Era como se o universo estivesse me dobrando em mim mesmo.
Me reduzindo…
Até eu virar só um ponto.
Um pingo de i.
Flutuando no ar.
Um buraco negro.
Escuro. Silencioso.
Sem matéria. Sem mim.
Eles me viram.
Meus amigos. Meus colegas. Meus cúmplices de vida.
Viram meu corpo desaparecer, mas não entenderam que o que sumiu primeiro foi a minha paz.
E agora…
Eles não falam nada.
Mas eu vejo. Eu sinto.
O buraco negro não está parado.
Ele cresce. Ele pulsa.
Ele puxa as conversas pro vazio, suga os risos, apaga a leveza.
Como se a minha dor — aquela que eu tentei carregar sozinho — agora estivesse em cada canto da sala.
Eu fui embora.
Mas minha ausência ficou.
Mais pesada que minha presença.
Eles não sabem, mas já estão sendo engolidos também.
Porque a dor, quando não explode, implode.
E quando implode… contamina.
Se você estiver me ouvindo agora…
Não espere virar um ponto.
Não espere o silêncio ser mais alto que a sua voz.
Fala. Grita.
Pede ajuda antes que o mundo perca você.
Porque um buraco negro nasce pequeno…
Mas pode engolir tudo.
Qual o seu valor?
Pobre de mim sentado, parado, preso aos meus dilemas e incapacidades.
Pobre de tudo que domino e deixo passar sem se quer persuadir o algo a mais sem tirar proveito pro meu aprendizado.
Pobre do ser que se engana iludindo e vivendo iludido.
Não quero pensar que a vida é algo sem valor, até mesmo o mais irrelevante tem um grau de capacidade de atuação.
Pobre de todos que se acham eternos e vivem como se nunca fossem morrer, mas: estão mortos em vida.
E oque dizer aos senhores mestres da ignorância etérea fadados ao seu reles viver por viver. Será que não aprenderam o significado da vida? Ou acham que vida é um passar despercebido vivenciando o nada e ostentando dadivas divinas futuras.
Aviso aos navegantes do barco da vida que viver é compartilhamento, é engajamento, é aptidão pelo prazer de está com o outro aprendendo e ensinando sem a excludência pessoal mas aceitando o outro com defeitos e acertos. Muitos vivem num patamar imaginário de poder só por causa de um mero cargo coloquial. Tudo passa.
Vejo fotos de muita gente em quadros na parede de muitas salas que já morreram onde congelado risos e amores não significam mais nada. Pobres mortais, os quais partiram sem se quer deixar algum feito grandioso ou conotativo. Simplesmente passaram, e estão hoje nas paredes do esquecimento mundano. Nada mais podem dizer ou fazer. Pobre de todos que se acham mais importante que oque é realmente importante. E que a paz esteja sempre em nossas mentes ou quem sabe em nossos corações.
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