Senso Comum
O "conteúdo autoral" bem sucedido não nasce no senso comum, mas também não é um pensamento disruptivo, transversal ou conflitante. Ele reside em um nivel um pouco mais profundo do pensamento e compreensão mediana ou nas suas bordas, lacunas e fronteiras. Isso o torna "óbvio-não-dito", fazendo todo sentido para quem o acessa e, concomitantemente, preservando sua originalidade e genialidade.
Acovardar-se é abandonar o senso comum para trilhar por caminhos extremos, enveredar-se por ideologias sanguinárias, perder o amor ao próximo, virar as costas para o humanismo; existe a opção entre escolher o caminho do irreal e mirar as veredas dos céus.
Bom senso é ser proativo sem ser cobrado! Doar-se pós cobrança é coisa de humano comum, não há necessidade de reconhecimento ..
Usar o senso crítico é muito diferente de usar o senso comum, mas para usar esta ferramenta poderosa na nossa vida a gente precisa estudar a gente mesmo antes de estudar os outros, quando expandimos a consciência não somos mais atingidos por pessoas imbecis
Seguir o senso comum é muito fácil. "Pensar", por outro lado, como diria Henry Ford, "dá trabalho." Logo, o senso crítico leva pessoas inteligentes a investigar, se informar, aprender sobre o assunto e só depois, fundamentar seu posicionamento contra ou a favor.
Muitos escolhem o comodismo do isentão, ficar neutro e não emitir opinião contrária ao senso comum dos financiadores das ideologias pautadas pelos manipuladores de opinião.
O patriarcado insano e sexista não se limita à ética e ao senso comum, porque não tem ninguém para puní-lo.
Se abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso comum for útil; Se não se deixar guiar pela submissão às idéias dominantes e aos poderes estabelecidos for útil; Se buscar compreender a significação do mundo, da cultura, da história for útil; Se conhecer o sentido das criações humanas nas artes, nas ciências e na política for útil; Se dar a cada um de nós e à nossa sociedade os meios para serem conscientes de si e de suas ações numa prática que deseja a liberdade e a felicidade para todos for útil, então podemos dizer que a filosofia é o mais útil de todos os saberes de que os seres humanos são capazes.
O julgamento pelo senso comum é baseado nas opiniões e crenças populares, o que pode limitar a compreensão de cada indivíduo de acordo com seu nível de conhecimento
Em terra de senso comum, o conhecimento científico é mesquinho... Mas a inversão do cenário traz consigo lamento e apatia.
Quando sou senso comum,
Quando não o sou.
Eu me distancio da caserna,
Num ímpeto de rancor.
Mas isso não adianta tanto,
Diante das circunstâncias,
Pois a minha revolta
É que o senso comum beira a ignorância.
Acho que não escaparei dessa sina,
Que mais se parece com um verdugo;
(Então) apegarei-me aos meus versos
Agora e no fim do mundo.
O racismo nosso de cada dia
"No Brasil, ser racista é considerado abominável pelo senso comum justamente pela ignorância que a sociedade mantém sobre o assunto. Essa ignorância vem da recusa em não se aprofundar no assunto, que por sua vez vem da falta de importância dada ao assunto. E não é importante para quem não é atingido diariamente por ele. E esse o maior cinismo do racista brasileiro: achar o racismo insuportável, mas nadar no raso quando a oportunidade de se mudar a situação é apontada por pessoas negras (...)"
Nesse “Dia da Consciência Negra” dei uma andada pelas minhas redes sociais e observei a agressividade quase animal com a qual pessoas brancas atacavam outras também brancas em suas postagens sobre discriminação, preconceito e racismo. Essas pessoas teoricamente não racistas escolheram o elemento ou o trecho da postagem que lhe era conveniente e o usavam como arma contra o indivíduo supostamente racista. Em alguns casos ficava claro que o acusador sequer tinha lido a postagem toda.
Então, fiquei a me questionar: o que tem por trás de tanto ódio? O que essa criatura tenta esconder com o ódio dela? Seria uma forma pouco ortodoxa de encobrir que é racista ou que também é racista?
O racismo está entranhado na cultura brasileira. Faz menos de um século e meio que a escravidão negra terminou. E isso é muito pouco pra se mudar totalmente o pensamento de uma sociedade. Eu estou justificando o racismo ou afirmando que não devemos combatê-lo? Não. Só estou dizendo que qualquer mudança social é lenta, independente de eu querer que ela aconteça ou não.
Se for feita uma pesquisa com a seguinte pergunta: você é racista, eu acredito que 100% das pessoas vá dizer que não. Ou um número muito próximo disso.
Se ninguém se intitula racista e o racismo é um fato comprovado e institucionalizado, como a própria ONU diz, há algo errado nisso. A explicação é uma só: camuflamos, escondemos o racismo nosso de todo dia. Descubra onde você esconde o seu antes de apontar o dedo para o outro.
O fato de negar o seu racismo, ou julgar outras pessoas racistas pra esconder o teu racismo não faz de você uma pessoa melhor. Edna Frigato
* O texto em aspas pertence a arquiteta e urbanista negra, Joice Berth - publicado na 'Carta Capital'
Enquanto a filosofia discute as razões da própria existência, o senso comum discute sobre as razões da vida de quem existe.