Sempre
Os homens sempre perguntam se dói usar salto alto. Dói, dói sim. Mas nós mulheres aprendemos a suportar a dor sem cair. Mesmo quando o assunto não é sapato.
Meu namorado é lindo, toca violão, me faz rir toda hora, é incrivelmente doce, sempre me diz coisas lindas, e sempre me apresenta pros amigos. Por isso que ele não existe.
Só porque acabou não quer dizer que não deu certo e não foi bom. Nem sempre as coisas são eternas. Mas nem por isso deixam de ser especiais. Por favor, entenda isso. Entenda que o nosso amor deu certo. E me deixa livre para seguir. Eu prometo que te deixo livre para seguir também. Detesto histórias sem fim. Todo mundo precisa de um ponto final para poder começar um novo parágrafo. Boa sorte para nós dois. A gente merece.
A vida da gente é a coisa mais bonita que existe. Mesmo que nem sempre seja doce. Mesmo que nem sempre tenha cor. Mesmo porque quem dá o sabor e o tom somos nós mesmos. Diariamente.
Felizes para sempre
Ninguém sabe direito o que é felicidade,
mas, definitivamente, não é acomodação.
Acomodar-se é o mesmo que fazer
uma longa viagem no piloto automático.
Muito seguro, mas que aborrecimento.
É preciso um pouquinho de turbulência
para a gente acordar e sentir alguma coisa,
nem que seja medo.
Livro: Montanha Russa
Já que sempre acabo comendo chocolate no Dia dos Namorados, alguém podia me dar um namorado na Páscoa.
Não tente me entender, não vale a pena,
porque sou muitos, e sempre o mesmo.
Não sou absoluto. Sou mutável. Instável.
Uma incógnita...
Lutei toda a minha vida contra a tendência ao devaneio, sempre sem jamais deixar que ele me levasse até as últimas águas. Mas o esforço de nadar contra a doce corrente tira parte de minha força vital. E, se lutando contra o devaneio, ganho no domínio da ação, perco interiormente uma coisa muito suave de se ser e que nada substitui. Mas um dia ainda hei de ir, sem me importar para onde o ir me levará.
Sou sempre toda errada. Sempre me arrependo de coisas que na hora parecia a melhor escolha a ser feita e mais tarde percebo o quão errada fui. Então hoje vejo que tudo isso resultara de meus atos, que a princípio eram pequenos erros, e com o tempo esses pequenos passaram a grandes. Entende? ─ Creio eu que não. Realmente nem eu entendo ao certo o porquê do erro que não me incomodava, agora me faz tanto mal. Não entendo esse rumo que as coisas tomaram.
Nem sempre é fácil dar a volta por cima, mas é a única saída. Não vejo outra solução para nós dois. Só porque acabou não quer dizer que não deu certo e não foi bom. Nem sempre as coisas são eternas.
A verdade é sempre um contato interior e inexplicável.
Sempre me restará amar. Escrever é alguma coisa extremamente forte mas que pode me trair e me abandonar: posso um dia sentir que já escrevi o que é meu lote neste mundo e que eu devo aprender também a parar. Em escrever eu não tenho nenhuma garantia.
Ao passo que amar eu posso até a hora de morrer. Amar não acaba. É como se o mundo estivesse à minha espera. E eu vou ao encontro do que me espera.
Há sempre um perigo no amor que tem utilidade. Enquanto o outro exerce uma função na nossa vida, corremos o risco de não experimentar o amor gratuito(...) A utilidade pode parecer amor, mas não é. Amor que se fundamenta na utilidade que o outro tem corre o risco de se transformar em abandono num futuro próximo.
Parecia que o tempo não passava nunca. Mas passou. O tempo sempre passa. Essa é a única certeza que a gente tem. Fora a morte, claro. Mas hoje não quero pensar na morte. Quero pensar é na vida. Na minha nova vida.
Nossa derrota esteve sempre implícita na vitória dos outros. Nossa riqueza sempre gerou nossa pobreza por nutrir a prosperidade alheia: os impérios e seus beleguins nativos.